“A vacina��o � o caminho para reduzir o impacto que a COVID pode trazer, principalmente no que diz respeito � mortalidade, pois, em regra geral, ela reduz os casos graves”. A opini�o � do presidente da Rede Mater Dei, Henrique Salvador. “Acho que realmente � preciso priorizar os grupos de mais risco”, defende o m�dico.
Para marcar as quatro d�cadas de trajet�ria do hospital, que atua em Belo Horizonte, Betim e prepara nova unidade em Salvador (a primeira fora de Minas Gerais), foi lan�ado um livro contando a hist�ria do Mater Dei.
“� importante visitar o passado para entender o presente e sonhar com o futuro. Conforme registrado no livro, este � hoje o sonho de muitas pessoas”, afirma Salvador. “Temos a plena convic��o de que a Rede Mater Dei de Sa�de � um patrim�nio de Minas Gerais e tamb�m do Brasil.”
A pandemia vem transformando o mundo de forma assustadora. Estamos no ponto zero, uma esp�cie de recome�o for�ado. Essas mudan�as afetaram a gest�o das redes p�blica e privada de sa�de?
Sem d�vida, afetaram. J� se observam mudan�as culturais importantes no que diz respeito ao comportamento das pessoas e � presta��o dos servi�os de sa�de. Hoje, elas tendem a utilizar mais a tecnologia e a intera��o remota para monitoramento de suas condi��es m�dicas, seja atrav�s da telemedicina ou da utiliza��o de aplicativos que ligam as pessoas aos m�dicos e hospitais.
O Mater Dei de Salvador estava h� mais de um ano em constru��o quando a COVID-19 chegou. Houve preocupa��o em fazer alguma altera��o no projeto de engenharia para adequ�-lo � pandemia?
Nossos hospitais s�o constru�dos por uma equipe pr�pria de engenheiros e t�cnicos muito experientes. Os fluxos e o projeto arquitet�nico contemplam, inclusive, a possibilidade de criar dois hospitais dentro de um s�. Um dedicado � COVID e outro para pacientes n�o COVID. Certamente, toda a estrutura dos nossos hospitais � flex�vel e permite acomodar as diversas situa��es, inclusive as pandemias. O projeto de Salvador segue essa mesma diretriz.
Na live que marcou o lan�amento do livro comemorativo aos 40 anos do hospital, o senhor diz que o Mater Dei � fruto do sonho e do esp�rito empreendedor de seu pai, Jos� Salvador Silva. O senhor herdou esse esp�rito empreendedor? Na live, o senhor lembrou o apoio de sua m�e, Norma, para a concretiza��o desse sonho.Somos uma fam�lia de empreendedores apaixonados pelo que fazemos. A possibilidade de levar atendimento e sa�de de melhor qualidade para mais pessoas � o que nos move. Empreender implica assumir riscos, mas tamb�m um sentimento grande de realiza��o. No nosso caso, implica prestar servi�os diferenciados para as pessoas. Ningu�m faz nada sozinho. Sempre contei com o apoio de pessoas muito comprometidas com os prop�sitos da Rede Mater Dei de Sa�de. Refiro-me � minha fam�lia, ao nosso conselho de administra��o, diretoria, corpo cl�nico e demais colaboradores da Rede Mater Dei de Sa�de.
Por causa da COVID-19, n�o houve festa pelos 40 anos da rede. Mas o Mater Dei presenteou a cidade com a��es contra a pandemia. Qual delas tem maior abrang�ncia: os leitos de CTI abertos em Betim, depois distribu�dos a outros hospitais, ou a parceria envolvendo respiradores, que barateou os equipamentos?
A Rede Mater Dei, enquanto refer�ncia para a sa�de das pessoas, envolveu-se com muitas iniciativas de apoio � comunidade em geral. Essas duas foram igualmente relevantes. Al�m delas, nos envolvemos com a compra de equipamentos de prote��o individual para hospitais p�blicos e no est�mulo financeiro a pequenos empreendedores. Todas essas a��es s�o relevantes e contribuem para diminuir os impactos negativos da pandemia na sociedade.
Em junho de 1980, na inaugura��o do hospital, o senhor e seu colega Ricardo Marinho fizeram o primeiro plant�o do Mater Dei Santo Agostinho. De l� pra c�, o que mudou na vida dos plantonistas?
� medida que o Mater Dei foi crescendo, os desafios foram mudando, mas o compromisso com a medicina praticada de maneira �tica, com base na melhor t�cnica e atendendo cada pessoa como �nica, continua sendo o grande diferencial da nossa pr�tica. A tecnologia � um meio, mas nunca a finalidade em si s�.
Qual foi a hist�ria mais marcante nesses 40 anos?
S�o muitas as li��es que a vida em um hospital nos traz, da grande emo��o do nascimento de um ente querido ao acolhimento e humaniza��o necess�rios para lidar com a terminalidade da vida. Hospital � um local onde as pessoas se encontram em situa��o de grande fra- gilidade. N�s, profissionais da �rea de sa�de, precisamos aprender a lidar com isso sendo dispon�veis e apoiando as pessoas nas diversas situa��es.