Sem trabalho por 16 meses, DJ revela como foi o retorno �s pistas

A pandemia ainda n�o acabou. Infelizmente. Para mim e tantos outros trabalhadores do setor de eventos, este per�odo tem sido extremamente cruel e desolador. Cruel, pela interrup��o abrupta de qualquer possibilidade de trabalho, por nosso setor ter sido o primeiro a parar e o �ltimo a retornar. Desolador, pelas perdas inenarr�veis de amigos e entes queridos, por muitos n�o conseguirem prover de forma digna o pr�prio sustento e de suas fam�lias.

Como sabemos que uma boa festa precisa de pessoas reunidas no mesmo espa�o, seria imposs�vel executar qualquer atividade que causasse aglomera��o. Com a pandemia, o distanciamento social continua sendo uma das principais recomenda��es dos �rg�os realmente competentes e das pessoas sensatas para que possamos lidar de forma inteligente com a COVID-19, al�m, claro, do uso de m�scaras e da limpeza cont�nua das m�os.

Sabemos que a pandemia n�o acabou, mas tenho a sorte de estar junto da grande parte da popula��o que acredita na ci�ncia. Acreditamos nas pessoas comprometidas, gabaritadas para tal. Elas conseguiram trazer um alento, mesmo com as manobras desumanas e negacionistas de seres inomin�veis. Alento esse que � a VACINA.

Alento important�ssimo que proporcionou, de forma gradativa e respons�vel, que a nossa prote��o aumentasse, os casos da doen�a e as mortes diminu�ssem, que a popula��o e os setores cultural e de eventos pudessem retomar suas atividades.

Com as facilidades tecnol�gicas e a oportunidade de transmiss�es via streaming (viva a cultura!), muitos artistas e tamb�m n�s, DJs, n�o perdemos o contato com o p�blico, embora a possibilidade de realizar algo presencial fosse improv�vel.

Felizmente, depois de quase 16 meses completamente parado e sem qualquer fonte de renda, pude voltar a fazer meu trabalho de forma presencial. O retorno ocorreu em maio de 2021, ap�s a primeira dose da vacina e as flexibiliza��es orientadas por autoridades respons�veis. Retomei, de certa forma preocupado, mas bem consciente de que as normas deveriam ser seguidas � risca.

O formato dos eventos foi completamente reconstru�do para a nova realidade, com mesas dispostas a dist�ncias consider�veis, sem pista de dan�a, com todas as pessoas preferencialmente sentadas e usando m�scaras, al�m do �lcool dispon�vel em todo o ambiente.

Foi completamente diferente do que est�vamos acostumados, mas era a op��o dispon�vel e correta para a retomada.

Com o avan�o da vacina��o, o reencontro com a pista e com o p�blico, ap�s tanto tempo de priva��es e sacrif�cios, foi um misto de sensa��es: reconfortante (pelo retorno e por voltar a trabalhar), estranho (pelo novo formato e as adequa��es necess�rias), surpreendente (por entender que as pessoas precisam disso para ficarem melhores) e emocionante (por saber que a cultura �, sim, extremamente necess�ria).

Mesmo de forma mais restrita, diferente daquela � qual me acostumei, � sublime voltar � atividade em uma festa, ao ambiente com outras pessoas, para fazer o melhor do que sei.