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Estado de Minas

"O teatro � o instante m�gico em que fantasia e realidade se fundem"

Atriz, arte-educadora, produtora cultural e ativista, Carlandr�ia Ribeiro mostra na se��o Terceiro Sinal, da Coluna HIT, a import�ncia da volta do teatro


28/01/2022 04:00 - atualizado 28/01/2022 00:58

TERCEIRO SINAL

O instante m�gico

ilustração da atriz, arte-educadora, produtora cultural e ativista Carlandréia Ribeiro para coluna da Anna Marina

Carlandr�ia Ribeiro
Atriz, arte-educadora, produtora cultural e ativista

� do trabalho �rduo, mas sobretudo prazeroso, que nasce a cena. �rduo porque, desde a fra��o do mil�simo rompante do nascimento da ideia que passa em velocidade pela mente do artista at� o ansiado dia da estreia, cada detalhe demanda extrema dedica��o.

O mote pode vir de lugares inusitados. Da mais banal situa��o cotidiana � mais complexa urdidura de mensagens. O texto teatral visto como meio de transmiss�o do desejo pode nos contar da vida mais ordin�ria, como pode ser o vetor das mais graves e brutais den�ncias. A partir dele podem-se provocar ru�dos que a sociedade talvez n�o almeje ver e escutar.

H� uma esp�cie de poder sobrenatural no teatro, capaz de despertar emo��es adormecidas ou caladas, que nos coloca perante os atores, junto deles, e nos transporta para o universo da poesia bruta, para o lirismo ou �s chocantes realidades das viol�ncias, das desigualdades e dos preconceitos.

N�o � toa, em momentos em que sociedades se inclinam ao fascismo, os atores, as artes e os artistas s�o os primeiros a sofrerem tentativas de silenciamento. Uma sociedade na qual os poderosos temem a cultura est� terrivelmente amea�ada.

O teatro � o instante m�gico onde fantasia e realidade ocupam o mesmo espa�o de grandeza. Espa�o onde a vida viv�vel se instaura enquanto jogo – to play!. E do �rduo se faz o prazer, o gozo coletivo entre atores e espectadores. � a manifesta��o do sagrado – evo�, Baco!.

O encontro entre os deuses e a humanidade, entre a brincadeira e o espelho que desnuda as miserabilidades da nossa exist�ncia e a inexor�vel quest�o que nos assombra: � isso o que somos?.

As d�vidas e as perguntas e, por vezes, as respostas estar�o sempre l�, dentro da caixa c�nica ou nos palcos nas pra�as das cidades. N�o h� no mundo um povo que seja que n�o tenha criado o seu pr�prio arcabou�o teatral.

Assim como nos rituais religiosos, o teatro tamb�m tem sua pr�pria liturgia. Do momento da cria��o aos primeiros experimentos c�nicos, um conjunto de elementos org�nicos e espirituais s�o movimentados. Manipulam-se energias ancestrais que promovem a constru��o emocional do ator que o conduzem ao encontro da personagem.

O corpo e a voz s�o ferramentas em franca agita��o criativa. Figurinos, cen�rios e trilha sonora ofe- recem a ambi�ncia da hist�ria a ser desvendada. Finalmente, o abrir das cortinas, o frisson nas coxias, a luz, os m�sculos aquecidos, o frio na barriga, o burburinho da entrada do p�blico, o terceiro sinal...

Sil�ncio...

C’est Magic!

Merda!

O instante m�gico estabelecido enquanto rito.

Cerim�nia em que o riso e a dor, o solene e o on�rico acontecem em minutos de absoluta entrega. Uma for�a que pode mover mundos inteiros.

Toda essa magia, todo o rito ficaram em suspenso com a necessidade de isolamento imposto pela pandemia. Nunca a frase “teatro � presen�a” fez tanto sentido em nossa vida.

Pode-se reinventar os meios, apresenta��es no mundo virtual, mil plataformas, mas nada poder� substituir o calor da presen�a, da respira��o compartilhada dentro do teatro.

O direito � presen�a clama por vacinas para todos.

O direito � frui��o art�stica � um direito humano.

Viva o teatro! 

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