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Estado de Minas ARTES VISUAIS

Casa dos Quadrinhos, com seus 23 anos, fez de BH refer�ncia para o Brasil

Cristiano Seixas, criador da escola, fala da import�ncia do import�ncia do espa�o, de projetos futuros e do reconhecimento internacional a quadrinistas de Minas


28/03/2022 04:00

ENTREVISTA DE SEGUNDA
Quadrinista Cristiano Seixas segura máquina de escrever e olha para a câmera
Cristiano Seixas afirma que trabalho na Casa dos Quadrinhos o p�s no mercado internacional de HQ (foto: Igor Clementi/divulga��o)

Diretor de arte, quadrinista, roteirista e fundador da Casa dos Quadrinhos – Escola T�cnica de Artes Visuais e Digitais, Cristiano Seixas descobriu o universo HQ quando crian�a, na fase de alfabetiza��o.

“Minha irm� lia Asterix e a revista MAD, meu vizinho lia de tudo, mas Tintim e Asterix me levaram a iniciar essa paix�o. Ambos eram mais velhos do que eu, pude ter acesso a v�rios t�tulos que iam muito al�m de super-her�is ou da Turma da M�nica. Isso foi �timo, pois, assim como cinema e literatura, os quadrinhos abordam in�meros g�neros e estilos, e � isso que continua me atraindo neles. A quest�o dos super-her�is, a meu ver, pode servir como a ponta do iceberg para aqueles interessados em descobrir um universo muito maior e mais rico”, observa Seixas.

De l� pra c�, personagens est�o mais humanizados, mas continuam gerando pol�mica, como a da sexualidade de um super-her�i. “A discuss�o e aceita��o da bissexualidade � um t�pico importante e, claro, sempre deve ser abordada da maneira mais clara poss�vel. Mas houve uma superdistor��o nas chamadas de internet sobre esse t�tulo espec�fico, dentro dos v�rios t�tulos mensais da linha do Superman. No caso, a rela��o bissexual � de Jonathan Kent, filho de Clark Kent, que refor�a a diferen�a entre os personagens. Vejo como algo muito natural para que grandes t�tulos e marcas de quadrinhos estejam mais alinhados com o tempo que estamos vivendo”, afirma Seixas.

Refer�ncia no setor, a Casa dos Quadrinhos, que funciona em BH, tem na diversidade do corpo docente um de seus destaques. “O ambiente da Casa dos Quadrinhos em si faz com que as pessoas sintam que podem se expressar como artistas, fazendo o seu melhor. A troca constante de ideias, t�cnicas, novidades entre artistas e alunos � muito especial”, diz ele

Ilustração de inseto na capa de Alien

A Casa dos Quadrinhos tem 22 anos. Como o p�blico v� o espa�o, como ele funciona?
� uma vit�ria para toda a equipe da Casa dos Quadrinhos ter atravessado os momentos mais dif�ceis da pandemia at� o momento. Agora que voltamos com as aulas presenciais, estamos cheios de projetos e ideias. Acredito que uma parte do p�blico enxerga nosso espa�o como 100% dedicado aos quadrinhos, o que n�o � verdade. Apesar de ser a forma de arte com a qual come�amos o nosso espa�o cultural e a nossa escola, a Casa dos Quadrinhos � uma escola t�cnica de artes visuais bem abrangente. H� mais de 10 anos s�o lecionadas disciplinas como escultura, modelagem de personagens, t�cnicas de anima��o, computa��o gr�fica, pintura digital e tradicional, al�m de v�rias outras que se somam ao universo das artes visuais e digitais. E estamos planejando disciplinas novas para 2023.

Voc� foi o primeiro roteirista brasileiro a adaptar para os quadrinhos “Alien: The original screenplay”, franquia de Hollywood comercializada em 10 pa�ses. Como se deu essa conquista?
Devo muito disso ao pr�prio trabalho que fazemos na Casa dos Quadrinhos. Apesar de criar minhas pr�prias HQs desde crian�a e ter lan�ado a minha primeira HQ em 1997, foi o artista Guilherme Balbi, que j� foi aluno da escola e hoje � professor, quem me fez o convite e me apresentou ao editor do projeto nos Estados Unidos. Foi excelente todo o processo de trabalho com a editora norte-americana e a dupla de cria��o que fiz com o Guilherme Balbi. A repercuss�o de distribui��o mundial e vendas foi muito acima do que a gente imaginava no come�o. Espero que isso se reflita em mais roteiristas brasileiros com trabalhos constantes no mercado internacional, j� que, no caso dos artistas, temos a felicidade de dezenas de conterr�neos publicarem no exterior todos os anos.

Ilustração de figura humana na capa de Alien

A partir do reconhecimento no exterior, o olhar do mercado internacional e nacional de HQ mudou em rela��o a BH?
Belo Horizonte j� � a segunda cidade do Brasil em escala e reconhecimento na produ��o de quadrinhos, h� muitos anos. Tanto o Festival Internacional de Quadrinhos quanto a Casa dos Quadrinhos t�m seu peso nisso, mas, claro, o que interessa � vermos a diversidade de artistas belo-horizontinos produzindo de forma constante. Quem � da �rea de quadrinhos j� sabe disso, mas o reconhecimento internacional abre os olhos de quem n�o � da �rea para se interessar pelo nosso trabalho.

A revista Maeve Rising Warrior � seu pr�ximo projeto. O que o p�blico pode esperar?
Logo ap�s encerrar o trabalho em “Alien”, meu agente me convidou para conhecer a proposta de Kevin Corcoran para repensar a hist�ria celta irlandesa muito antes da invas�o romana, ou do cristianismo, colocando uma personagem feminina hist�rica como a figura central do projeto. Aceitei pelo grande desafio pessoal. N�o tinha muito conhecimento dessa cultura e hist�ria, sabia da responsabilidade do projeto. Desde o final de 2019, venho pesquisando e escrevendo ideias a quatro m�os com o Kevin. Ano passado, finalmente deixamos a revista de lan�amento pronta e come�amos a reescrever as pr�ximas edi��es. Kevin vem de uma grande empresa de distribui��o de animes e logo conseguiu uma editora norte-americana alinhada � proposta. Queremos ter ao menos tr�s edi��es prontas antes do lan�amento oficial, que deve acontecer em algum momento do segundo semestre deste ano. O p�blico pode esperar a��o e aventura j� na primeira leitura, mas existe toda uma segunda leitura da mitologia celta que permeia a hist�ria central e seus personagens, que, espero, mostre a consist�ncia do que temos elaborado at� o momento. Por �ltimo, Kevin foi muito flex�vel em topar ter uma equipe quase toda brasileira comigo. N�o s� o artista principal, Caio Majado, e o colorista, mas chamei a Paula Andrade, de Belo Horizonte, que sabe muito mais de cultura celta do que eu, para acompanhar o processo do roteiro e dar consultoria, inclusive sobre como apresento as personagens femininas.

Voc� e David Charles t�m um novo projeto, que marca o retorno de David �s HQs, quase 20 anos depois do �ltimo trabalho dele em quadrinhos. O que est�o planejando?
Desde antes de David Charles lan�ar o document�rio do Neymar na Netflix, a gente vem conversando em papos on-line para o poss�vel retorno dele aos quadrinhos. Depois de trabalhar aqui no est�dio e escrever dezenas de tirinhas e algumas HQs autorais, ele caiu de cabe�a na publicidade e, em seguida, na dire��o de document�rios. N�o aparecia uma janela para ele voltar aos quadrinhos. Ainda estamos conversando sobre o tema central do projeto, ansiosos para come�ar logo, mas devido ao nosso calend�rio profissional, ainda deve demorar um pouco.






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