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Estado de Minas HELV�CIO CARLOS

Empres�rias mineiras comprovam a import�ncia da mulher no agroneg�cio

Com novas gera��es no comando de fazendas familiares, mudou o perfil da gest�o do setor, afirmam as s�cias da Campo Capital P2P


23/05/2022 04:00 - atualizado 23/05/2022 01:47

As empresárias Rafaela Caixeta, Bruna Aguiar e Isadora Caixeta olham para a câmera
Rafaela Caixeta, Bruna Aguiar e Isadora Caixeta comandam a Campo Capital P2P, formada s� por mulheres (foto: Nayara Bomtempo/Divulga��o)

Bruna Nunes Ferreira de Aguiar tem 32 anos, � arquiteta formada pela UFMG. Isadora Machado Caixeta Silva tem 33, Rafaela Machado Caixeta Silva, 32 –  a primeira � administradora de empresas, a segunda publicit�ria, ambas graduadas pela ESPM-SP. Maria Izabel Daura Botelho, de 36, � formada em administra��o e p�s-graduada em gest�o do agroneg�cio pela Fagen/UFU. Em comum, t�m paix�o pelo agroneg�cio e o mercado de investimentos.

O quarteto reconhece que a lideran�a no agroneg�cio e nas finan�as � historicamente patriarcal, como ocorre em v�rias atividades econ�micas. “Com mais de uma d�cada de experi�ncias profissionais anteriores, j� somos familiarizadas com o desafio de provar que somos capazes para nossos cargos”, observa Rafaela Caixeta. “Em geral, somos recebidas com curiosidade por nossos dois p�blicos. Os clientes se surpreendem ao perceber que somos uma empresa formada 100% por mulheres, sem nenhum homem na gest�o do neg�cio. � desafiador, mas a experi�ncia est� sendo positiva”, diz ela.

Rafaela e as s�cias lan�aram a Campo Capital P2P, plataforma de investimentos em ativos reais do agroneg�cio. De acordo com elas, � a primeira empresa brasileira peer-to-peer lending, que oferece solu��es de investimento e cr�dito ESG para m�dios e grandes empreendedores rurais, fomentando o desenvolvimento do agroneg�cio sustent�vel.
 

''Cada vez mais, vemos mulheres assumirem a gest�o das fazendas e dos neg�cios. Antes, a fun��o da mulher se limitava ao papel social de esposa do agricultor, al�m de um CPF a mais na fam�lia para a tomada de financiamento rural nos bancos''

Rafaela Caixeta, empres�ria

 
Voc�s v�m de fam�lias de cafeicultores. Qual � a posi��o da mulher no agroneg�cio?
Rafaela Caixeta – Este mercado est� passando por uma grande transforma��o e ficamos muito felizes em acompanh�-la de perto. Cada vez mais, vemos mulheres assumirem a gest�o das fazendas e dos neg�cios. Antes, a fun��o da mulher se limitava ao papel social de esposa do agricultor, al�m de um CPF a mais na fam�lia para a tomada de financiamento rural nos bancos. Nos �ltimos tempos, elas foram assumindo as partes operacionais e administrativas das fazendas, fun��es que exigem certo detalhismo e os homens preferiam delegar. Em seguida, muitas passaram a se envolver com a adequa��o da fazenda a certifica��es socioambientais, ganhando confian�a em sua capacidade de liderar a propriedade. Hoje, as mulheres est�o se tornando especialistas em qualidade do caf� e conversando de igual pra igual com seus pares nas decis�es estrat�gicas.

H� preocupa��o com a necessidade da sustentabilidade do agro?
RC – Sim. Hoje, principalmente com a entrada da segunda ou terceira gera��o na lideran�a das fazendas familiares, vemos a profissionaliza��o da administra��o, com gest�o de fato empresarial. Com essa estrutura organizacional, todas as iniciativas de aproveitamento de recursos s�o bem-vindas, sejam recursos naturais, humanos ou financeiros. Isso vem ao encontro da sustentabilidade socioambiental. Est� tudo interligado: a gest�o da sustentabilidade mitiga os riscos tanto da volatilidade de pre�os de compra e venda de produtos do setor agr�cola quanto de fatores externos. Por exemplo, com a guerra entre a R�ssia e Ucr�nia, os pre�os dos adubos qu�micos dispararam. A crise abriu portas para a adapta��o das fazendas ao controle de pragas com o uso de insumos biol�gicos, dispon�veis no pr�prio bioma e facilmente multiplic�veis.

Como a plataforma pode colaborar para tornar o setor cada vez mais sustent�vel?
RC – Por meio do investimento, qualquer brasileiro pode ser fiscal da propriedade que financia, j� que pode acessar os dados de regula��o legal da fazenda em tempo real e receber� relat�rios peri�dicos da Campo Capital. No contrato firmado entre a Campo e o tomador de cr�dito, existe uma cl�usula em ele se compromete a manter seu score de sustentabilidade, com risco do rompimento do contrato caso descumpra. Al�m disso, quanto mais sustent�vel � a fazenda, menores as taxas de juros oferecidas para o produtor rural, o que o estimula a percorrer uma jornada sustent�vel ascendente. Com a visibilidade que o produtor rural e sua fazenda/marca recebem ao ficar na vitrine para investidores, o benef�cio reputacional � percebido. O agro respons�vel � carente de reconhecimento dentro e fora do Brasil, a Campo Capital � uma forma de quebrar generaliza��es em rela��o � classe rural. Nossa miss�o � ser um clube ao qual todo empreendedor rural e todo investidor pessoa f�sica desejem pertencer.

Que vantagens o agricultor e o investidor encontram na plataforma criada por voc�s?
RC – Para o investidor, o grande diferencial � a rastreabilidade. Voc� sabe em quem est� investindo e qual o prop�sito do financiamento, acompanhando essa jornada at� o final da opera��o, por meio de intelig�ncia artificial, sat�lite e pelo recebimento de relat�rios elaborados por n�s de forma did�tica, para que mesmo quem n�o tenha familiaridade com o agro entenda os movimentos estrat�gicos da fazenda e se sinta participante do trabalho rural por meio da aloca��o de seu investimento. Essa rastreabilidade j� � tend�ncia entre os produtos de consumo. Ficamos felizes em poder oferecer a mesma transpar�ncia a um produto de investimentos ESG para a pessoa f�sica, com isen��o de imposto de renda, garantias na pr�pria safra e aval dos s�cios. Conseguimos aliar rentabilidade a um alinhamento com os valores pessoais do investidor. J� para o produtor rural, o nosso diferencial � o reconhecimento das boas pr�ticas, o que resulta em desconto na taxa de forma progressiva – classificamos as fazendas em tr�s n�veis de sustentabilidade e, quanto mais alto seu score, menor a taxa de juros da opera��o. Al�m do b�nus financeiro, oferecemos um benef�cio reputacional ao divulgar suas pr�ticas ESG aos investidores, que muitas vezes se tornam clientes. Tudo isso com relacionamento diferente do que costumam encontrar nos bancos, pois n�o fazemos vendas casadas, as chamadas reciprocidades, e oferecemos transpar�ncia na cobran�a das taxas, algo n�o t�o comum no mercado de cr�dito tradicional.

O mundo passa por mudan�as radicais. Como elas afetam o agroneg�cio?
RC – A era da informa��o definitivamente chegou ao campo, de v�rias maneiras. As fazendas est�o informatizadas, tendo mais acesso a dados qualificados que permitem monitorar e tomar decis�es mais acertadas, fazendo uso de diversas tecnologias na condu��o das lavouras. Toda essa profissionaliza��o do campo ajuda a mitigar mudan�as que n�o s�o bem-vindas, como as mudan�as clim�ticas e a infla��o persistente. Tudo isso afeta a forma como o consumidor final pode perceber o agro, pois com a possibilidade de coletar dados a todo momento, pode-se oferecer rastreabilidade a toda a cadeia do agroneg�cio. Essa forma de produzir com governan�a � vista com bons olhos tanto por consumidores quanto investidores nacionais e internacionais, principalmente com o amadurecimento da gera��o Z, que procura consumir produtos alinhados aos seus valores.




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