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Festival Tudo � Jazz comemora 20 anos de cria��o

Belo Horizonte, Ouro Preto e cidades do interior ganham programa��o que tem curadoria de T�lio Mour�o


27/06/2022 04:00 - atualizado 26/06/2022 17:19

Túlio Mourão, de camisa preta, sentado, com a cabeça ligeiramente inclinada e queixo apoiado nas mãos olha para a câmera
T�lio Mour�o assina a curadoria da edi��o dos 20 anos de anivers�rio do festival Tudo � Jazz (foto: Lorena Dinis/Divulga��o)

A pandemia colocou o compositor T�lio Mour�o por horas na banqueta do piano. "Ainda bem que eu tinha o piano", observa. "E me deixou boas sequelas, em forma de avan�os e aprimoramentos mais t�cnicos", diz.

Ele comenta que o instrumento tamb�m serviu de abrigo contra incertezas e ponte para atravessar o v�cuo cultural que se instaurou na ocasi�o, "quando a pandemia seguramente n�o andava s� em sua corte de mazelas!"

Longe do piano, T�lio assina a curadoria do Festival Internacional de Jazz de Ouro Preto, que completa 20 anos. Algumas a��es da programa��o ganharam o interior de Minas. Em Belo Horizonte, o p�blico poder� apreciar, a partir de julho, a exposi��o que marca as duas d�cadas do evento.

T�lio tamb�m participa da programa��o, no dia 28 de julho, no Museu das Minas e do Metal, apresentando o livro “Alma de m�sico”, no projeto Sempre um Papo, que faz dobradinha com o festival.

Quais s�o os desafios de assinar a curadoria do festival?

A partir da minha grande identifica��o com o projeto, assumo o grande desafio de trabalhar na condu��o de sua inser��o na cena cultural mineira e brasileira.

Colaboro de diferentes maneiras e intensidades desde a segunda edi��o, buscando a dilata��o do seu espa�o e,  principalmente, de seu significado, criando consenso sobre o seu impacto positivo sobre o turismo, as economias de regi�es e comunidades envolvidas, a conex�o do estado de Minas com o conceito de qualidade, a conex�o de Minas com a cena do jazz internacional, o impacto de qualidade sobre a cena musical local, tanto em aspectos art�sticos quanto t�cnicos, gerenciais, jur�dicos e log�sticos.

Dentro de minha viv�ncia, considero este desafio dos mais estimulantes e gratificantes, porque me alinho aos que percebem a cena art�stica mineira merecedora de estruturas, espa�os, institui��es e projetos arrojados que honrem sua ordem de grandeza .
 
O cantor norte-americano Frank Sinatra (1915-1998) e a criadora do festival, Maria Alice Martins, s�o os homenageados. De alguma forma eles serviram de norte para sua curadoria?

Maria Alice Martins marcou o evento com paix�o, determina��o e indiscut�vel pioneirismo, e o evento chega � sua vig�sima edi��o bastante por conta deste grande impulso inicial de sua idealizadora, que venceu in�rcias, rompeu preconceitos e renovou paradigmas. Frank Sinatra, em seu pr�prio contexto hist�rico, em seu duplo perfil de int�rprete e ator de sucesso, contribuiu significativamente para que o jazz tivesse alcance a um p�blico consideravelmente mais dilatado, tanto nos Estados Unidos quanto mundo afora.

A ambos n�o faltam raz�es para uma justa homenagem. Maria Alice Martins havia esbo�ado algo de conte�do para a curadoria que nos esfor�amos para atender.
 
O festival se expande para cidades do interior. Como m�sico voc� teve a preocupa��o de ir onde o povo est�?

Ir onde o povo est� ser� sempre uma express�o tanto da leg�tima sabedoria popular quanto da grandeza e generosidade do pensamento de nosso querido Fernando Brant.

O festival Tudo � Jazz, na verdade, cresce em v�rias dire��es e m�ltiplas dimens�es. Primeiramente, cresce fortalecendo a convic��o de que a grande voca��o do estado de Minas Gerais presentemente � a qualidade.

Tamb�m cresce reconhecendo a m�sica instrumental como um dos mais vigorosos e marcantes tra�os da produ��o cultural mineira contempor�nea, atestando tanto a maturidade de institui��es como a Escola de M�sica da UFMG, Bituca, BDMG Cultural, R�dio Inconfid�ncia, Rede Minas, quanto de eventos como o festival de acordeon, o festival de viol�o, o I Love Jazz e o Tudo � Jazz.

S�o elos de uma consistente cadeia de apoio que hoje exibe como frutos as novas gera��es com surpreendente preparo e alt�ssimo n�vel de desempenho. Pessoalmente, guardo convic��o de que presentemente o melhor do jazz estaria em seu encontro com diferentes culturas, latitudes e gera��es.

Em edi��es anteriores, o Tudo � Jazz exibiu excelente jazz que tinha origem no Leste europeu. Sob esta perspectiva, a a��o de levar o festival Tudo � Jazz para v�rias comunidades do interior ganha ainda mais significado e relev�ncia, al�m de forma��o de p�blico, democratiza��o e acesso a preciosos bens culturais.

Tamb�m � marca de origem do Tudo � Jazz apostar e exibir grupos que percebem e significam o jazz como linguagem em cont�nua transforma��o.
 
Seu primeiro disco (“Tudo feito pelo sol”) completa 40 anos. De l� para c� foram 15 discos, o mais recente, “Barraco barroco”, foi lan�ado h� dois anos. Que balan�o voc� faz da sua carreira e dos seus discos?

Quando fa�o o inevit�vel balan�o da minha carreira de m�sico n�o posso deixar de dizer que me sinto extremamente agradecido e privilegiado por ter protagonizado em posi��o de destaque em d�cadas que guardam e significam o esplendor e for�a da m�sica popular brasileira.

Foram 30 anos de Rio de Janeiro em que compartilhei discos e palcos com os mais significativos nomes da cena musical brasileira, de Mutantes a Milton Nascimento, passando por Raul Seixas, Belchior, Beth�nia, Chico, Caetano e tamb�m celebridades do mundo pop e da cena jazz.

Quanto � minha produ��o discogr�fica, penso que ela reflete primeiramente minha op��o em expressar a diversidade da minha m�sica em can��es, m�sica instrumental, arranjos, trilhas de filmes, recria��es pian�sticas de temas que me sensibilizam e, mais recentemente, um livro de cr�nicas.
 
Por falar nos discos, � curioso observar o tempo entre um e outro. “MPBC”, o segundo trabalho, vem nove anos depois de “Tudo feito pelo sol”. “Teia de renda”, oito anos depois de “MPBC”. Da� em diante, o espa�o entre os lan�amentos � menor. Foi coincid�ncia ou voc� � um compositor que n�o sente a press�o de lan�ar discos anualmente?

Na verdade, esses grandes hiatos de tempo entre os discos do in�cio da carreira dizem bastante da precariedade e fragilidade da cena musical, quando era extremamente dif�cil reunir condi��es para fazer um disco solo de m�sica instrumental.

Pessoalmente, sou mais sens�vel �s press�es do meu pr�prio interior para me focar em can��es, letras, m�sica instrumental ou recria��es pian�sticas de temas do que a press�es mercadol�gicas. Por uma raz�o muito convincente: a m�sica sempre nos d� mais do que promete!
 
De todos os trabalhos, qual deles � o mais especial para voc�?

Escolha dif�cil! Fico com o CD “Eterno, de vez em quando'', disco de can��es que registra o meu encanto pela m�sica que se fazia e se ouvia na �poca. O CD � um lan�amento da gravadora Velas, de Ivan Lins e V�tor Martins.

A feitura de uma can��o � um fen�meno extremamente perme�vel aos est�mulos que brotam de situa��es e viv�ncias interiores traduzidas pela subjetividade afetiva, quanto exalam da m�sica que garimpamos no cotidiano. A m�sica dos nossos grandes compositores sempre me estimulou na composi��o dos meus temas.

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