
Na primeira metade dos anos 1970, Nilson Azevedo deu os primeiros passos da tirinha "A caravela", com a publica��o da hist�ria “Pyndorama” na revista Bicho. "Nela, mostro como os �ndios brasileiros viram a chegada da primeira caravela. Depois, resolvi contar a hist�ria da caravela antes de chegar ao Brasil, em tirinhas di�rias no Jornal de Minas, em 1975", relembra ele, que, para comemorar os 50 anos da tirinha, lan�ou o livro "A caravela", no Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte (FIQ-BH).
As mulheres combatendo o machismo e a misoginia. Os negros, como Marcelo D'Salete e Geuvar, resgatando a mem�ria de seu povo escravizado. Zumbi renasce nos quadrinhos, assim como a rainha Zinga.
E, afinal, o Negrim � o her�i da hist�ria, como era o Perer� at� ent�o. Os dois �nicos her�is negros dos quadrinhos donos de sua pr�pria hist�ria e revista. Em 1973, me mudei para o Rio. O jornal parou de publicar a hist�ria, tinha uma crise de papel no mercado e diminu�ram o tamanho do suplemento, tiraram as cores.
Como n�o d� para viver de quadrinhos no Brasil por causa do dom�nio dos norte-americanos, tive de me dedicar �s charges para sobreviver, e deixei o Negrim meio de lado, embora nunca tenha parado de criar novas hist�rias, mas sem ter onde publicar. S� consegui publicar o Negrim por causa do editor Andr� Carvalho e sua coragem. Mesmo sendo uma hist�ria infantil, tive problemas com a censura da ditadura.