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Centen�rio da Semana de Arte Moderna � celebrada no Pal�cio das Artes

Acervo de 135 obras, com trabalhos de C�cero Dias, Iber� Camargo, Fayga Ostrower, Burle Marx e Alberto da Veiga Guignard, faz parte da cole��o Banerj


21/11/2022 04:00 - atualizado 20/11/2022 20:24

"Minas � fundamental para a compreens�o do sistema de arte brasileiro"

Exposição 'A afirmação modernista: a paisagem e o popular na Coleção Banerj' no palácio das artes
Exposi��o "A afirma��o modernista: a paisagem e o popular na Cole��o Banerj" fica em cartaz em BH at� fevereiro de 2023 (foto: HELV�CIO CARLOS/EM/D.A Press )


Cento e trinta e cinco obras de diversos artistas brasileiros podem ser admiradas pelo p�blico na exposi��o "A afirma��o modernista: A paisagem e o popular na Cole��o Banerj", que est� em cartaz nas galerias da Funda��o Cl�vis Salgado, em parceria com a Funda��o Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro (Funarj). S�o pinturas, desenhos e gravuras de nomes referenciais da arte, como Tarsila do Amaral, Candido Portinari, Anita Malfatti, Alfredo Volpi, Lasar Segall, Di Cavalcanti, Emeric Marcier, C�cero Dias, Iber� Camargo, Fayga Ostrower, Burle Marx, Alberto da Veiga Guignard.

A exposi��o celebra o centen�rio da Semana de Arte Moderna de 1922 e retrata paisagens da cultura brasileira, da natureza exuberante �s festas de rua, o samba, o candombl�, a boemia, entre diversos �cones do imagin�rio nacional. Com curadoria de Marcus de Lontra Costa e Viviane Matesco, a exposi��o fica em cartaz at� 5 de fevereiro de 2023.

Qual a import�ncia hist�rica da mostra "A afirma��o modernista: A paisagem e o popular na Cole��o Banerj"?
Sem d�vida, � promover a difus�o, apresentando as obras ao p�blico, valorizando seu potencial pedag�gico e viabilizando a pr�tica do olhar, obtendo assim o sentido simb�lico de uma cole��o p�blica de arte. Inicialmente, essa cole��o foi formada e exibida no �mbito do extinto Banco do Estado da Guanabara, depois denominado Banerj, em sua sede, ag�ncias e na galeria de arte, que tamb�m contribuiu para ampliar o acervo. A partir de 1998, ao ser musealizada sob a gest�o da Funda��o Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro (Funarj), parte de suas obras foram exibidas ocasionalmente nos pr�prios espa�os da institui��o e por empr�stimos para exposi��es externas. Ao assumir a coordena��o de museus, h� cerca de tr�s anos, percebemos o potencial dessa cole��o e seu protagonismo para um importante di�logo com o p�blico por meio de uma exposi��o em itiner�ncia. O ensejo do centen�rio da Semana de Arte Moderna definiu o tema do projeto, que desde sua fase inicial de organiza��o ficou definido que seria exibida no Rio de Janeiro e circularia pelas principais capitais brasileiras, a partir de Belo Horizonte. Al�m disso, � o maior quantitativo de obras reunidas da cole��o exibida em um �nico espa�o e trazendo a oportunidade conhecer obras comissionadas de grande representatividade, como os pain�is de Di Cavalcanti, C�cero Dias, Caryb�, Bianco e de Emeric Marcier, que foi pintado em seu ateli�, em Barbacena.]

A exposi��o re�ne, entre tantas obras, trabalhos de artistas mineiros. Qual a import�ncia dos mineiros no modernismo?
Minas Gerais � fundamental para a compreens�o do sistema de arte brasileiro por suas contribui��es, desde o per�odo colonial, incluindo a��es para a afirma��o do modernismo e que contribu�ram para a atua��o de novos artistas e linguagens est�ticas. Devemos lembrar de Zina Aita, a belo-horizontina que realizou precursora exposi��o em sua cidade natal e, dois anos depois, participou da Semana de Arte Moderna de 1922 com outras duas mulheres, Anita Malfatti e Regina Graz. S�o muitas as refer�ncias hist�ricas do processo de consolida��o do movimento, como a Caravana Modernista, liderada por M�rio de Andrade, Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral com o poeta franco-su��o Blaise Cendrars, que, em abril de 1924, percorreu as cidades hist�ricas mineiras, quando conheceu seus artistas e suas produ��es, desde Aleijadinho, seu patrim�nio barroco e suas celebra��es. Foi a oportunidade de apresentar o pa�s, resultando no redescobrimento deles, modernistas, como brasileiros. Naquela �poca, a capital mineira j� pulsava com os jovens intelectuais em seus caf�s, dos quais podemos destacar o escritor Pedro Nava, que ilustrou “Macuna�ma”, e o poeta Carlos Drummond de Andrade, que defendia a renova��o. E desses encontros nasceram importantes revistas, como A Revista, em Belo Horizonte, e a Revista Verde, em Cataguases. Muitos outros atores culturais mineiros influenciaram as pol�ticas culturais e de preserva��o brasileiras, a exemplo de Gustavo Capanema. Foi a partir da capital mineira que Niemeyer conquistou notoriedade e reconhecimento internacional depois de projetar a Casa do Baile, o Iate T�nis Clube, a Igreja S�o Francisco e o Cassino da Pampulha. Contudo, apesar desses resultados na literatura e na arquitetura, nas artes visuais o Modernismo enfrentou entraves e tardou sua consolida��o. Na d�cada de 1940, dois fatos demonstram as resist�ncias enfrentadas, como o ataque � pintura “Galo”, de Portinari, e a inten��o de fechar a Escola Guignard.

Ainda falando dos mineiros, quem s�o, na sua avalia��o, os destaques desta exposi��o no Pal�cio das Artes e por qu�?
Das 135 obras da exposi��o, 31 s�o de artistas mineiros de nascimento e por atua��o, al�m de outras que t�m v�nculos familiares em Minas Gerais, como Dora Bas�lio e Eug�nio Sigaud. Mas, sem d�vida, devemos destacar Guignard, nascido em Nova Friburgo, mas que se destacou a partir de sua trajet�ria mineira, com uma expressiva produ��o, al�m de ter formado e influenciado uma gera��o e legado uma escola com seu nome. Reconhecendo sua import�ncia, a ele se dedicou um dos n�cleos da exposi��o reunindo 11 obras, entre pinturas e desenhos.

Belo Horizonte est� com exposi��es importantes tanto em espa�os p�blicos quanto privados. Como o senhor v� esse movimento na agenda cultural de BH e o que falta na capital mineira em rela��o �s artes pl�sticas para que ela se nivele com Rio de Janeiro e S�o Paulo? Por qu�?
Belo Horizonte faz, produz e exporta cultura de forma destacada, seja na dan�a, seja nas artes visuais, seja no campo de museus. N�o considero que fique nada a dever em conte�do e qualidade, mas considero que � preciso ser mais “agressivo” na divulga��o e nas a��es de circula��o, muito al�m de suas montanhas. Para isso, � preciso sensibilidade e investimento para divulgar o estado e suas cidades para ampliar esse reconhecimento de sua potencialidade e dos talentos dos mineiros.

Qual o desafio (ou os desafios) para que as iniciativas privada e p�blica criem e mantenham acervos importantes como a Cole��o Banerj? 
Formar cole��es p�blicas deve ser priorit�rio nas a��es culturais dos governos para que possamos oferecer possibilidades de compreens�o dos diversos tempos e linguagens, desde que com crit�rios abrangentes e transparentes. Sabemos que n�o � tarefa f�cil a gest�o de cole��es p�blicas de arte, pois exigem espa�os adequados, pessoal especializado e equipamentos, proporcionando a��es de conserva��o e restauro. Mas o fundamental � que as cole��es de arte estejam acess�veis ao p�blico. A anunciada recria��o do Minist�rio da Cultura, com a retomada de suas a��es e programas, � talvez das iniciativas que o novo governo poder� obter resultados imediatos e de grande repercuss�o. Sua recria��o poder� aproveitar toda a engenharia estrutural de quando foi recriado, no governo Itamar Franco. Nesse sentido, � importante fortalecer as institui��es vinculadas, fortalecer e aperfei�oar as pol�ticas de fomento. Afinal, muito al�m do simb�lico e da diversidade, a cultura associada � economia criativa tem um papel importante no PIB, o que pode ser significativamente ampliado nos pr�ximos anos. A pandemia demonstrou como a cultura foi importante para superarmos o isolamento e fortalecer nossas esperan�as.

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