Para uns, Papai Noel vai chegar com fartura de presentes. Para outros, se ele aparecer, j� ser� lucro. Natal � tempo de renovar as esperan�as, o que � importante para iniciarmos um outro ciclo. Mas n�o podemos nos esquecer de que, mais do que nunca, devemos nos unir por um pa�s mais forte, onde as desigualdades sociais sejam reduzidas e todos tenham a possibilidade de vibrar, em 2023, com a fartura proporcionada pelo Bom Velhinho.
Mas ele merece ter a mesma cara de sempre, com barba, gorros, botas e aquela roupa que s� de pensar nos fazem suar horrores, nessas bandas tropicais?
Aquarelista com centenas de seguidores nas redes sociais, Let�cia Kumaira (@leticiakumaira) acredita que Papai Noel est� sempre preocupado com o que realmente importa. “Ele se esquece das cal�as, mas n�o se esquece do que � essencial”, diz.
Efe Godoy (@efegodoy), artista visual transvestigenere, criou Papai Noel no clima de f�rias. “Foi divertido pensar num Papai Noel brasileiro”, revela, bem-humorada. “Porque � ele uma ideia muito eurocentrada, n�? E desconstruir � um desafio instigante”, afirma.
Caio Ronin (@caio_ronin), artista autodidata que trabalha com a intui��o, buscou inspira��o no seu dia a dia. “Sou morador de comunidade, no Bairro Nova Conquista, em Santa Luzia. Vivemos e acompanhamos a realidade de fam�lias e crian�as que, muitas vezes, sentem-se sem o direito de festejar com ceia, devido a quest�es sociais e financeiras. Elas quase se sentem culpadas por isso”, afirma Caio.
Ao receber o convite da coluna, na hora ele pensou em um Papai Noel que alcance as pessoas da favela. “Que ele entenda essas fam�lias, esses cora��es, e tenha condi��es de acalent�-los.”
Para o artista, o Papai Noel preto velho � capaz disso. “Ele � simples, n�o vem voando, vem caminhando, com roupas simples e descal�o. N�o � um Papai Noel distante. Consegue alcan�ar as fam�lias que o Papai Noel que conhecemos n�o � capaz de alcan�ar. Ele n�o segrega”, diz Caio.
A coluna deseja feliz Natal a todos.