Bati um longo papo com uma fonte ligada ao homem de confian�a de Jorge Sampaoli, Gabriel Andreata. Ele trabalhou com o t�cnico argentino pela primeira vez no Peru e, de l� para c�, tem sido o fiel escudeiro do treinador. Ele � carioca e funciona como uma esp�cie de diretor de futebol, elo entre o t�cnico, jogadores e diretoria. Por isso, quando o Galo contratou Alexandre Mattos para diretor de futebol, Sampaoli fez cara feia, mas n�o contestou. Entretanto, s� confia em Gabriel Andreata, que tamb�m faz a prospec��o de atletas e planejamento. Qualquer jogador que Sampaoli deseja contratar, ele fala primeiro com Andreata.
Mas a� surge uma figura da mais alta confian�a do grupo que manda no Atl�tico hoje: Renato Salvador. De uma fam�lia tradicional, dona da Rede Mater Dei, e atleticana at� debaixo d’�gua, Renato � o homem da confian�a de Rubens Menin e Ricardo Guimar�es. Se ele aprova o jogador, Menin manda fazer o cheque. Caso contr�rio, nada feito. Isso implica em dizer que o Galo n�o precisa gastar o dinheiro que gasta com o atual diretor de futebol, que n�o tem a confian�a do t�cnico. Renato Salvador pode at� surgir como o nome de consenso para a presid�ncia do clube, pois se d� bem com todos.
Nas quatro primeiras vezes em que esteve em contato com o Atl�tico para fechar contrato, Sampaoli se reuniu com os empres�rios que fizeram a negocia��o e com os investidores. Inclusive, os empres�rios foram ao encontro do t�cnico no avi�o de Menin. Quando fechou o contrato, na casa de Renato, no Belvedere, no quinto encontro, foi quando ele foi apresentado ao presidente do clube. Ali, j� havia sido definido valor salarial dele e da comiss�o t�cnica e tamb�m os nomes que o t�cnico desejava. Naquele encontro, ele ficou sabendo que o Atl�tico j� estava apalavrado com o goleiro Rafael e foi categ�rico ao dizer ao presidente que respeitava, mas que queria um goleiro que soubesse jogar com os p�s. Naquela �poca, o preferido era o uruguaio Campa�a, que eu noticiei em primeira m�o. Tanto tentou, que conseguiu agora Everson, que j� chegou barrando Rafael. Boas ta�as de vinhos, dos melhores, selaram o acordo de Sampaoli com a c�pula que manda financeiramente no Galo.
O trabalho dele do dia a dia � muito duro. Chega cedo e sai tarde. De pouca ou nenhuma conversa, d� bom dia e boa noite. S� se abre com seus pares da comiss�o t�cnica, e nada mais. Se os dirigentes estavam acostumados a fazer churrasco com Thiago Largui, tomar caf� com Levir Culpi e muitas resenhas, com o t�cnico argentino isso n�o existe. E, como muito bem disse o presidente, ele � pago para trabalhar e tem feito seu papel muito bem, pondo o Galo como l�der do Brasileir�o. Sampaoli fica irritad�ssimo quando � contrariado. Amea�a largar o clube e bate o p�. O epis�dio dos sal�rios atrasados o irritou muito, segundo a fonte, e ele disse que n�o trabalhava assim. Heverton Guimar�es, que deu a not�cia, estava muito bem embasado. Falou a verdade.
Que Sampaoli n�o queira intimidade com os dirigentes, � um direito leg�timo dele. Por�m, ele precisa entender que existe uma hierarquia e que isso deve ser respeitado. Na minha vis�o, ele deve satisfa��o ao mandat�rio maior, mas n�o � assim que ele age. Como relatei, se reporta somente a quem banca as contrata��es. Foi assim no Santos, quando criou mil problemas e saiu pela porta dos fundos. Como o Galo faz bela campanha e � l�der, o torcedor idolatra o argentino. At� quando durar essa lua de mel. Se as derrotas vierem, garanto que v�o mudar do dia para a noite. No futebol, n�o h� amor que dure 12 horas. Mas uma coisa precisa ser dita: se nos bastidores o Galo vive momentos de indefini��o e trapalhadas, dentro de campo � o time mais regular da competi��o, e que os problemas externos n�o atrapalhem o time nos gramados e no objetivo de conquistar o bi do Brasileiro.
Volta do p�blico
Minist�rio da Sa�de e CBF acenam com a volta de 30% do p�blico nos est�dios do Brasil. Acho cedo e prematuro, diante de tudo o que estamos vivendo na pandemia do coronav�rus. Na Europa, onde come�ou a se controlar o v�rus em fevereiro, j� h� pa�ses fazendo novo lockdow, caso da Inglaterra, porque os casos est�o voltando de forma acelerada. L�, o primeiro ministro Boris Johnson j� disse que nos pr�ximos seis meses n�o haver� p�blico nos est�dios. Entendo a posi��o dos clubes, quebrados e falidos, mas eles j� estavam nessa situa��o antes da pandemia, por m�s gest�es. N�o custa nada esperarmos a vacina chegar e, a� sim, termos seguran�a para o p�blico. N�o se justifica alegarem que bares, feiras e praias est�o lotados. Est�o sim, mas pela irresponsabilidade das pessoas, que n�o est�o nem a� para os outros. Alguns e go�stas, que j� tiveram a doen�a e n�o se importam com mais nada. Precisamos ter consci�ncia e responsabilidade. Enquanto n�o houver vacina para a popula��o, � um crime liberar determinados eventos ao p�blico.