
Leila Pereira � candidata � presid�ncia do Palmeiras e j� avisou que sua forma de gerir n�o ser� a de mecenas, e sim altamente profissional. Ela j� emprestou muito dinheiro ao clube do cora��o, mas se arrependeu de algumas contrata��es, como Borja, por exemplo, que custou uma fortuna e n�o correspondeu, al�m de outros eng�dos, que ganham fortunas, n�o jogam e o clube paulista n�o consegue emprest�-los, por causa dos altos sal�rios. Leila n�o quer transformar o Palmeiras em empresa, mas promete gerir como se fosse a sua pr�pria empresa, que ali�s, d� um lucro fant�stico, haja vista que ela sempre ajudou o clube do cora��o.
Leila est� errada em n�o querer transformar o Palmeiras em empresa. Ali�s, eu j� disse que os torcedores t�m que ficar de olho nos presidentes que n�o quiserem aderir ao novo projeto, que eu considero a salva��o para o falido, quebrado e retr�grado futebol brasileiro. Mas est� certa ao n�o querer contratar jogadores com sal�rios milion�rios, pois conhece bem a realidade econ�mica do Brasil. Um clube pagar R$ 2 milh�es a um jogador, R$ 1,5 milh�o e por a� afora, � um crime contra a popula��o.
E esse neg�cio de mecenas � um paliativo, jamais a solu��o. O Fluminense teve em Celso Barros o seu principal mecenas no come�o de 2010. Foi campe�o Brasileiro em 2010 e 2012. A empresa de Barros n�o vai bem das pernas no Rio, e t�o logo ele deixou de injetar dinheiro no clube, o Fluminense n�o ganhou mais nada e n�o conseguiu formar times competitivos. � uma ilus�o passageira, que deixa o torcedor euf�rico, com poss�veis conquistas, mas que aumenta, substancialmente a d�vida.
A melhor gest�o para um clube de futebol � a profissional. Contrata-se um CEO e ele ter� que gastar menos do que arrecada, pagando sal�rios dentro da realidade econ�mica do pa�s. E o pior: gastar dinheiro com jogadores com idade avan�ada, n�o � uma boa ideia. Os clubes t�m que investir em jovens, que dar�o t�tulos e servir�o como ativos no futuro. Por isso, o europeu � c�tico: tira o m�ximo do jogador e depois o manda embora. A� eles procuram os mercados mais emergentes, China e mundo �rabe. Essa � a realidade que a gente v� h� d�cadas no futebol.
Olhem o S�o Paulo, que paga R$ 1,5 milh�o a Daniel Alves, de 38 anos, por m�s. Quer dizer, paga n�o, pois as informa��es d�o conta de que h� 10 meses de atraso salarial. Isso � uma piada. Vampeta, quando jogou no Flamengo, disse: “o Flamengo finge que paga e eu finjo que jogo”. N�o cabe mais esse amadorismo no futebol. Claro que o torcedor est� se lixando para a crise financeira do clube. Quer ver o maior n�mero de jogadores famosos e comemorar ta�as.
A melhor maneira � se organizar financeiramente, equilibrar os gastos, as receitas e despesas, e transformar o clube em superavit�rio, arrecadando mais do que gasta. Cumprindo or�amento. Por isso, o clube/empresa assusta alguns dirigentes, que querem manter a mentalidade amadora, alguns comprovadamente usando o clube em benef�cio pr�prio, como se fossem seus donos. Chega dessa figura de presidentes que alegam n�o ganhar nada para ficar 24 horas por dia por conta do clube. Alguma vantagem eles levam, seja financeira ou a de querer apenas se tornar conhecido. O futebol encanta, promove, principalmente os vaidosos.
Leila Pereira j� � conhecida e p�s um bom dinheiro no Palmeiras. Por�m, como presidente, caso seja eleita, vai gerir de outra forma, com intelig�ncia, consci�ncia e responsabilidade. Duvido que ela vai querer que algum mecenas invista no seu clube, e nem ela pr�pria vai botar mais um tost�o. � isso mesmo, dona Leila, gest�o austera, dentro da realidade do clube e do pa�s. Quando a gente v� um trabalhador receber um sal�rio-m�nimo de mis�ria e um jogador ganhar R$ 2 milh�es por m�s, � realmente um descalabro. Nem mesmo na Europa os clubes podem fazer isso. Vejam que o Barcelona, um dos clubes mais ricos do mundo, deve 2 bilh�es de euros, cerca de R$ 12 bilh�es. O mundo mudou, mas o futebol brasileiro continua como uma “Alice no pa�s das maravilhas”.