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Estado de Minas coluna do jaeci

Jorge Jesus � o nome para mudar o futebol brasileiro

Entre os t�cnicos brasileiros, s� Fernando Diniz gosta do futebol arte e bem jogado


06/02/2023 04:00

Jorge Jesus fez ótimo trabalho com o Flamengo nas temporadas 2019/20, o que o credencia a assumir o comando da Seleção Brasileira no lugar do técnico Tite
Jorge Jesus fez �timo trabalho com o Flamengo nas temporadas 2019/20, o que o credencia a assumir o comando da Sele��o Brasileira no lugar do t�cnico Tite (foto: OZAN KOSE / AFP)

Conversando com uma grande fonte da CBF, na Copa do Mundo do Catar, ele me disse que a ideia do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, � contratar um treinador que possa mudar o futebol brasileiro da �gua para o vinho e faz�-lo voltar aos velhos e bons tempos. Eu disse a essa pessoa que s� via dois nomes: o portugu�s Jorge Jesus e o brasileiro Fernando Diniz. S�o treinadores que jogam para frente, que pensam na tabela, no passe, no drible, no gol. Claro que descartado o Pepe Guardiola, que seria unanimidade. Jorge Jesus nos fez reviver, em 2019, quando comandou o Flamengo e ganhou seis t�tulos em um ano, as d�cadas de 1960, 1970 e 1980 do nosso futebol. O Flamengo jogava um futebol de primeira linha, que levava aos seus jogos n�o s� os rubro-negros, mas torcedores do pa�s inteiro, em busca da qualidade, das belas jogadas. Nada de palavras chulas como “pega, mata a jogada, d� porrada”. Jorge Jesus n�o conhece esse “palavriado.”

O presidente da CBF, que ir� ao Marrocos para o Mundial de Clubes, jamais pensou em Abel Ferreira, outro portugu�s vencedor, mas com caracter�sticas bem diferentes das de JJ. Ferreira � mais de marca��o, haja vista os jogos do Palmeiras. At� constr�i placares maiores em alguns jogos, mas por erros dos advers�rios do que por sua pr�pria compet�ncia. Esse est� descartado. Pensar em Ancelloti a curto prazo, para uma conquista imediata na Copa de 2026, que ser� sediada em conjunto por Estados Unidos, M�xico e Canad�, seria �timo. Mas ele n�o mudaria nossa caracter�stica, j� que � italiano e o futebol do pa�s da Bota � de muita marca��o. Ancelloti dirige o Real Madri e, por mais que queira uma retranca, n�o consegue, pois l� est�o os mais habilidosos e importantes jogadores do mundo. Se for para mudar a caracter�stica do nosso futebol e transform�-la em arte, nada feito. Jos� Mourinho, outro portugu�s consagrado, � da escola de Ancelloti e presa muito pelo sistema defensivo. Portanto, senhoras e senhores, se a CBF pensa em resgatar o nosso futebol verdadeiro, s� h� um nome: Jorge Jesus.

Entre os t�cnicos brasileiros, somente Fernando Diniz gosta do futebol arte e bem jogado. Pesa contra ele o fato de n�o ter ganhado t�tulos, mas isso acontecer� naturalmente. Prefiro um treinador sem ta�as, mas com ideias novas e revolucion�rias, a um ganhador com futebol feio. Aprendi a gostar do que � bom com dois mestres que eu jamais deixo cair no esquecimento: Tel� Santana e Carlos Alberto Silva. Suas equipes jogavam bonito e ganhavam. Diniz se aproxima do estilo dos dois saudosos treinadores. Sei que ele vai enfrentar uma grande resist�ncia. Lembrei-me de um nome que est� livre no mercado e que me agrada demais: Marcello Gallardo. Por�m, n�o acredito que a CBF e o povo brasileiro aceitariam um t�cnico argentino no comando do nosso time. Seria demais para o ego do brasileiro, principalmente por serem os hermanos os atuais campe�es do mundo. Mas que Gallardo pensa o futebol para frente e moderno, ah isso ele pensa.

Vejam a que ponto chegamos. Exce��o feita a Felip�o, que ganhou em 2002, mas que tamb�m protagonizou o vexame dos 10 a 1, 7 da Alemanha e 3 da Holanda, na Copa do Mundo em nossa casa, os demais t�cnicos ga�chos acabaram com o nosso futebol e nossa autoestima. Dunga (2 vezes). Mano Menezes (1), Felip�o (2) e Tite (2). De 2007 para c� j� se v�o 16 anos de retrocesso desse esporte, por causa desse futebol de “pega, mata a jogada, d� porrada”. Com esses treinadores jamais ouvimos “dribla, tabela, joga pra frente, marca na bola”. O pior de todos � Tite, que em seis anos, nada conseguiu. Jogou nosso futebol na lama, apoiando ex-jogadores, como Thiago Silva, Daniel Alves (acusado de estupro), Gabriel Jesus e o pr�prio Neymar, “foguete molhado” na Sele��o, que nunca foi, em clube nenhum, o que dele se esperava e imaginava. � um excelente jogador, mas bem abaixo da expectativa criada em torno dele. Tite foi seu ref�m e pagou caro por isso. N�o vai aqui nenhuma xenofobia contra os ga�chos. Adoro o povo de l�, seus costumes e tradi��o. S� n�o gosto do sistema que os treinadores de futebol adotam.

A dist�ncia da Sele��o Brasileira para o povo aumentou, ao ponto de 70% n�o terem se interessado pela Copa do Mundo do Catar. � objetivo do novo presidente da CBF fazer o Brasil jogar em nosso territ�rio partida amistosas, de prefer�ncia contra sele��es europeias fortes. Fomos eliminados em cinco edi��es por equipes do velho Mundo, sendo quatro nas quartas de final e uma na semifinal, o fat�dico 7 a 1. E olha que os alem�es j� declararam que o t�cnico Joachim Low pediu para que tirassem o p�. Tinha caixa para 12 a 1! Confesso que n�o gostaria de estar na pele de Ednaldo Rodrigues, pois se no passado havia uma “penca” de t�cnicos brasileiros habilitados a dirigir o escrete canarinho, hoje n�o existe. S� espero que nunca mais algu�m fale o nome do p�ssimo Mano Menezes. Em dois anos comandando a sele��o, nosso futebol n�o teve nenhuma evolu��o. Muito pelo contr�rio, “involu�mos!”

Ednaldo Rodrigues tem sido transparente, correto, �tico e me parece querer resgatar a credibilidade da entidade. Tudo isso vai depender muito do desempenho da Sele��o Brasileira daqui at� o Mundial de 2026. Faltam tr�s anos e quatro meses, j� que a Copa do Catar foi em novembro e dezembro, datas at�picas para os Mundiais que s�o disputados sempre em junho e julho. A CBF anda por um caminho com o qual sempre sonhei: comandar apenas a Sele��o Brasileira de Futebol e deixar que os clubes criem suas ligas e comandem seus pr�prios destinos. Ednaldo n�o vai se opor. Ao contr�rio, � a favor disso, pois sabe que � o que a modernidade exige. Vale lembrar que, exceto pelas bandas da Am�rica do Sul, nos outros continentes as confedera��es cuidam �nica e exclusivamente de suas sele��es. Antes tarde do que nunca!


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