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Estado de Minas JUVENTUDE REVERSA

At� quando iremos circular em nossas cidades sem trope�ar ou cair?

Precisamos adaptar o espa�o urbano ao envelhecimento da popula��o e refaz�-lo levando em considera��o as limita��es e necessidades de forma inclusiva


29/07/2021 06:00 - atualizado 28/07/2021 15:36

Buracos em passeios e degraus em calçadas são ameaça permanente(foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press (Arquivo))
Buracos em passeios e degraus em cal�adas s�o amea�a permanente (foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press (Arquivo))


“Temos que debater o futuro das cidades que queremos, cidades mais inclusivas com pol�ticas voltadas a garantir o direito dos cidad�os”, apontou a presidente da FNA - Federa��o Nacional dos Arquitetos e Urbanistas, Eleonora Mascia na abertura do 27º UIA2021 RIO - Congresso Mundial de Arquitetos, na manh� do dia 18 de julho na cidade do Rio de Janeiro.

De forma virtual em decorr�ncia da pandemia, a cerim�nia de abertura demonstrou a preocupa��o com o desenvolvimento de cidades mais inclusivas e conscientes quanto ao meio ambiente e � diversidade.

Para saber como ser� o Brasil num futuro pr�ximo, visite Copacabana, bairro com consider�vel popula��o idosa. O que j� acontece em Copacabana - basta ver seu cal�ad�o repleto de “jovens” aposentados - � semelhante ao que acontecer� ao Brasil a partir de 2030, onde teremos a quinta maior popula��o de idosos do mundo, segundo o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica.

Outra semelhan�a do cal�ad�o de Copacabana com o resto do pa�s � o pavimento inadequado ou com t�cnica mal executada. O mosaico portugu�s de seu cal�ad�o, tal como o nome indica, � origin�rio de Portugal, mas l� existem os calceteiros, trabalhadores especializados em cal�ar as pedras em forma de mosaicos, o que n�o ocorre aqui.

Na Avenida Paulista em S�o Paulo, at� 2007, tamb�m havia os mosaicos portugueses que foram substitu�dos por pisos de concreto. Penso que um dos motivadores dessa substitui��o deva ser as mulheres em seus saltos agulhas se equilibrando nos cubos de pedra irregulares e quebrando os saltos. 

As nossas cal�adas s�o estreitas e frequentemente t�m degraus, buracos, po�as e muitas parecem que foram ensaboadas quando chove. � uma peleja para idosos, carrinhos de beb� e pessoas com defici�ncias, assim como para todos os outros cidad�os circularem livremente pelas cidades, sem um trope�o ou queda. Isso nos faz lembrar que sim, vivemos num pa�s subdesenvolvido. Um desrespeito. Quando viajamos para o dito “primeiro mundo” notamos a gentileza que as cal�adas proporcionam para as cidades. Quando estamos fazendo turismo ou a trabalho, admiramos as paisagens sem precisar estar de olho no ch�o.

Como n�o haver� regresso � normalidade tal e qual a viv�amos antes da pandemia, cabem �s prefeituras e � sociedade tornarem as nossas cal�adas inclusivas para propiciar autonomia e conforto para todas as pessoas. Uma op��o saud�vel, agrad�vel e mais convidativa para todos os moradores se relacionarem, levando em conta aspectos de seguran�a, ilumina��o, superf�cies perme�veis, drenagem natural de �guas pluviais, pavimenta��o adequada e manuten��o constante.

Para essa transforma��o urbana deixar de ser uma aventura ao caminhar, precisa-se aplicar ferramentas de placemaking, termo que pode ser traduzido para o portugu�s como “fazer lugares”, sendo as pessoas as principais protagonistas da a��o. Um projeto para promover boas condi��es de cal�adas, priorizar o pedestre e espa�os de conviv�ncia, dentre outros. 

Os parklets são boa alternativa de humanização das cidades(foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
Os parklets s�o boa alternativa de humaniza��o das cidades (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)


Penso que essa transforma��o at� j� tenha come�ado ao me deparar com “minipra�as”, ocupando algumas vagas de carros, em frente de algum restaurante ou bar. � b�rbaro ver as pessoas desfrutando desse espa�o, o chamado parklet. Quando bem projetados, s�o atrativos e al�m de servirem de espera para os estabelecimentos, servem para fazermos refei��es r�pidas, batermos papo e para recarregarmos o celular.

Precisamos adaptar o espa�o urbano ao envelhecimento da popula��o e refaz�-lo levando em considera��o as limita��es e necessidades de forma inclusiva, removendo obst�culos e criando oportunidades.

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