
Mesmo quem n�o avalizou a contrata��o, n�o tem muita escolha. A esta altura do campeonato, � preciso comprar a ideia, acreditar no discurso positivo de Luxa e esperar pelo melhor.
Sabedor de que estat�sticas n�o s�o est�ticas, o treinador apostou alto. Disse estar pronto para desafiar toda sorte de c�lculos e previs�es e levar o time celeste aos 70% de aproveitamento necess�rios para cravar o retorno � Primeira Divis�o.
Muita gente olhou desconfiada para a ret�rica digna de gurus de autoajuda do terceiro mil�nio, mas fato � que, pelo menos nos cinco jogos iniciais, Luxemburgo entregou o que prometeu: desde a estreia na virada (2 a 1) sobre o Brusque, s�o tr�s vit�rias e dois empates, 11 pontos de 15 disputados e desempenho de 73,3%.
Pensando em termos de camisa, tradi��o e do que era de se esperar de uma equipe da envergadura do Cruzeiro na S�rie B, o rendimento n�o deveria surpreender. Entraria na seara do "n�o fez mais do que a obriga��o".
A nova realidade, no entanto, aponta para outra an�lise. No combalido Cruzeiro da S�rie B, uma sequ�ncia invicta de cinco partidas, com aproveitamento acima de 70%, � sim de se elogiar.
O que n�o pode � iludir ou mascarar o tamanho do problema. A estrada ainda � longa: Luxa assumiu com a miss�o de comandar o time nos 23 jogos que restavam na Segunda Divis�o, e foram apenas os cinco primeiros da lista. � claro que nessa rela��o toda e qualquer partida � determinante para o futuro celeste, por�m, n�o d� para n�o reconhecer a import�ncia das duas pr�ximas rodadas nessa conta.
Domingo, �s 16h, no Rei Pel�, o advers�rio � o CRB, vice-l�der da competi��o, com 36 pontos, 12 a mais que a Raposa. A equipe alagoana tem o dobro de vit�rias da equipe celeste. Em seguida, mais um integrante do G-4, o Goi�s, terceiro colocado com 35 pontos. O principal ponto comparativo entre eles est� na defesa: o time esmeraldino levou menos da metade dos gols sofridos pelo Cruzeiro: 12 contra 29.
Hoje, a diferen�a dos mineiros para o quarto colocado, o Guarani, � de 9 pontos.
Para quem projeta chegar ao grupo dos quatro melhores do campeonato, que garantem a passagem para a S�rie A, diminuir a dist�ncia para esses dois � fundamental. Ao mesmo tempo em que aument�-la, com a competi��o entrando na reta final, ser� fatal.
Em toda entrevista, os jogadores cruzeirenses destacam que Luxemburgo n�o fala em outra coisa que n�o seja o acesso. Parece estar em curso, a grosso modo, quase que uma "lavagem cerebral" no grupo.
O treinador quer porque quer colocar na cabe�a de cada um dentro da Toca que querer � poder, quem espera sempre alcan�a, foco, for�a e f� e todos os clich�s do tipo. Praticamente uma blindagem emocional.
"N�o estou na Segunda Divis�o, estou no Cruzeiro", declarou o t�cnico em sua chegada, tentando colocar as duas coisas em gavetas separadas. � compreens�vel a tentativa dele de isolar o Cruzeiro da S�rie B, mas ignorar a realidade pode ser trai�oeiro. Foi justamente isso que trouxe o clube at� aqui.