
No Lanna Drummond, a m�xima de que o c�u � o limite virou lema. O time entrou no campeonato com a miss�o de evitar o rebaixamento, conseguiu cumpri-la com anteced�ncia e ent�o chegou a hora de dobrar a meta. A Copa Sul-Americana � o pr�ximo objetivo. Mas n�o para por a�. O Coelho poder� novamente dobrar a meta, virando seu alvo para a Libertadores.
Mas, segundo o presidente Alencar da Silveira J�nior, evitar o retorno imediato para a S�rie B era bem fact�vel. "Sempre trabalhamos para n�o cair. A gente via essa possibilidade desde o in�cio, via que neste ano seria a nossa grande chance de ficar na Primeira Divis�o", conta o dirigente. Como ele mesmo admite, no entanto, f�cil n�o foi.
Sem ter como investir alto, foi preciso buscar sa�das para contornar as dificuldades financeiras, uma realidade especialmente dura para quem precisa competir com or�amentos milion�rios dos grandes da elite. A folha do futebol do Am�rica gira em torno de R$ 2,6 milh�es, incluindo despesas com as categorias de base e o futebol feminino.
A maior fatia do bolo, claro, vai para o profissional, por�m, ainda assim, � pouco, uma luta muito desigual com equipes que, por vezes, usam esse montante para pagar dois ou tr�s jogadores. "N�o � folha comum na S�rie A", reconhece Alencar.
Por isso, n�o foi raro, na temporada, que um ou outro dirigente tivesse de tirar do pr�prio bolso para evitar que o sal�rio atrasasse. Premia��es por objetivos, outra praxe no futebol para motivar jogadores, ganharam a companhia de iniciativas inusitadas, como sorteio de telefones badalados como o iPhone.
A perda de treinadores tamb�m amea�ou o projeto, mas a emenda acabou saindo melhor que o soneto. Vagner Mancini conseguiu que a equipe iniciasse a arrancada, p�s-sa�da de Lisca, e Marquinhos Santos, substituto de Mancini, deu continuidade � ascens�o do Coelho no Brasileiro. Foram tacadas certeiras.
O que mais chama a aten��o em quem est� no clube � o quanto o time est� determinado a ir mais longe. Asseguram que n�o haver� relaxamento na reta final. Outro ponto que destacam: como quem chegou depois, como o argentino Z�rate, se inseriu rapidamente no grupo.
Com a pol�tica de "p�s no ch�o", sem grandes estrelas, o Am�rica se reinventou com a bola rolando. A tese � de que, agora, come�ou um outro campeonato, que vai durar cinco rodadas. E, como o time est� em ascens�o, a confian�a de que pode ir longe � grande.
Esse otimismo precisou de uma dose extra de combust�vel depois do empate por 0 a 0 com o Atl�tico-GO, no Horto, nessa quarta-feira.
Empolgado com as vit�rias sobre Sport (3 a 2) e Gr�mio (3 a 1), o grupo se frustrou com a igualdade sem gols diante dos goianos. Coube ao presidente elevar o moral de todos: "Fui ao vesti�rio e falei para que levantassem a cabe�a. A gente j� tinha ganhado o nosso campeonato, nos garantindo na Primeira Divis�o. Agora, vamos come�ar outro. E temos grandes chances tamb�m".
A aposta para 2022 � alta. Especialmente porque o Am�rica se fia na chegada de investidores (um fundo norte-americano) – cujo acordo, mantido em sigilo, j� foi assinado – e na transforma��o em clube-empresa para uma nova era de gest�o de futebol.
A ideia � que a virada que o time conseguiu, em campo, neste Brasileiro, seja apenas o ponto de partida para uma reviravolta ainda maior.