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Torcida do Cruzeiro lota o Mineir�o em despedida de 2021 e manda seu recado

A festa que o cruzeirense fez no Mineir�o foi digna de t�tulo. E assim pode ser entendido todo aquele cen�rio: eles estavam ali pela dignidade


25/11/2021 21:47 - atualizado 25/11/2021 22:01

Torcedores do Cruzeiro vibram durante jogo contra o Náutico, no Mineirão
Mineir�o teve quase 60 mil torcedores na partida do Cruzeiro contra o N�utico (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Terceiro ano consecutivo na S�rie B do Campeonato Brasileiro. Um centen�rio marcado por dificuldades financeiras e seca de t�tulos. Bloqueios na Fifa que impedem a contrata��o de refor�os. Esses ingredientes presumiam uma despedida melanc�lica do Cruzeiro de 2021. Mas, no �ltimo jogo da temporada – que nos sonhos celestes deveria ter sido de alegrias e conquistas –, o que se viu foi um Mineir�o lotado, com 60 mil pessoas.

Rostos felizes. Uma atmosfera leve. Ao pintar de azul as cadeiras do Gigante da Pampulha, mais do que ir ao campo ver o time jogar, a torcida cruzeirense passou um grande recado (e deu uma grande li��o) a muita gente, inclusive de dentro do clube. 

O placar da partida contra o N�utico ficaria, de toda forma, em segundo plano. � claro que eles queriam ver uma vit�ria da equipe na noite desta quinta-feira, mas o resultado era coadjuvante.

Os torcedores estavam l� independentemente do advers�rio. Da circunst�ncia do jogo. Da escala��o da equipe. Do nome do treinador. Da diretoria. Eles estavam l� pelo Cruzeiro. E proporcionaram o espet�culo que faltou ao time em campo, nos �ltimos anos.

A sensa��o � que foi quase um ritual. Para expurgar os dem�nios que rondam a Toca da Raposa, exorcizar os fantasmas que prendem o clube a um tenebroso purgat�rio.

Os torcedores estavam l� para mostrar que n�o abandonariam a Raposa no momento de maior adversidade de sua hist�ria. Afinal, s�o eles, como institui��o, o elo mais forte com o passado de gl�rias e conquistas. E o principal motor para a esperan�a de dias melhores. Sem a torcida, n�o h� raz�o de ser para o futebol. 

Arrisco a dizer que n�o houve no Brasil um torcedor que tenha tido sua paix�o mais fortemente testada na �ltima d�cada. Que tenha visto sua devo��o tantas vezes desafiada por dirigentes mais preocupados em exercitar a vaidade pessoal do que, de fato, em resolver os problemas do clube.

Acima de tudo, o cruzeirense resistiu. E ainda vai precisar resistir muito, at� que volte a ter aquele Cruzeiro que um dia o cativou e os tornou "loucos", como tantas vezes cantaram.

A festa feita no Mineir�o foi digna de comemora��o de t�tulo. E assim pode ser entendido todo aquele cen�rio: eles estavam ali pela dignidade. N�o se viam olhos raivosos ou desanimados. N�o havia torcedor chamando jogador de "mercen�rio", mostrando notas de dinheiro, destilando todo tipo de improp�rio para expressar revolta, como � comum em situa��es semelhantes. Houve emo��o. 

A torcida do Cruzeiro cantou, agitou bandeiras, abra�ou o time. Ela lhe deu abrigo – ressalte-se, ao time, e n�o especificamente aos jogadores que estavam em campo. Talvez muitos deles nem estar�o l� na pr�xima temporada.

O que se viu no Mineir�o extrapolou nomes. Era pela camisa. Pelas cinco estrelas. Por uma equipe que j� escreveu p�ginas heroicas e precisa reconquistar esse espa�o.

Essa comunh�o reuniu an�nimos e famosos. Uma corrente que incluiu ex-jogadores, dentro e fora do est�dio. O ex-volante Fabr�cio, que jogou no clube de 2009 a 2011, colocou a fam�lia no carro e encarou horas de estrada, desde o Rio de Janeiro, para estar no Mineir�o.

O atacante Kl�ber, que vestiu a camisa celeste entre 2009 e 2010, gravou um v�deo dizendo estar na torcida pela Raposa: "Hoje (ontem) � dia de mostrar para os nossos filhos o Cruzeiro de verdade. Infelizmente, n�o vou poder estar a�, com esses 60 mil apaixonados, mas estarei aqui pronto para fazer um churrasquinho, vendo o nosso jogo e torcendo para o Cruzeir�o". 

As despedidas de Rafael Sobis e do argentino Ariel Cabral acabaram sendo pano de fundo para algo muito maior. Para uma demonstra��o de for�a, de amor ao clube. Aos 45min do segundo tempo da temporada, os cruzeirenses que foram ao Mineir�o mostraram que torcer n�o � estar ao lado da equipe apenas nas horas boas. N�o � s� comemorar os gols marcados, as ta�as erguidas, os �dolos.

Pelo contr�rio: � apoiar quando tudo est� dando errado. Estender a m�o quando tudo parece perdido. � estar ao lado tamb�m e sobretudo nas agruras. E suportar os gols contras. Ser torcedor na alegria e na tristeza, por mais dolorosa que a realidade seja.

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