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Morte de Pel�: toda rever�ncia ao Rei do Futebol ainda � pouca

Pel� n�o s� eternizou seu nome: imortalizou tamb�m uma sele��o, um pa�s inteiro e um n�mero de camisa


30/12/2022 04:00

Foto mostra Pelé à frente de um painel que mostra ele como jogador, com a camisa 10, chutando uma bola
Pel� morreu aos 82 anos, em S�o Paulo (foto: JOEDSON ALVES / AFP - 25/6/08)
Infelizmente, eu n�o vi Pel� jogar. Quando nasci, ele j� estava em vias de se aposentar. Mas conheci Pel� talvez da forma mais m�gica, � altura de todo o espet�culo que ele proporcionou ao futebol: pelo encantamento do olhar de quem teve a sorte de acompanh�-lo em a��o. O Pel� do qual tenho lembran�a � aquele dos registros de imagens em preto e branco; dos relatos de grandes jornalistas, como Nelson Rodrigues e Armando Nogueira, que traduziram em prosa a poesia do Rei nos gramados; das lembran�as de aficionados por futebol como meu pai, que empilham adjetivos quando v�o falar do maior de todos. 

O Atleta do S�culo que eu conhe�o � merecedor de todos os superlativos poss�veis - e at� dos imposs�veis - destinados a ele, nos mais diversos idiomas. Nas mais variadas �pocas. O Pel� que n�o s� eternizou seu nome: imortalizou tamb�m uma sele��o, um pa�s inteiro e um n�mero de camisa. 

Aqui vale, inclusive, uma sugest�o: na esteira do pedido da fam�lia Arantes do Nascimento, para que a 10 do Santos seja aposentada, acredito ser justo que o mesmo seja feito na Sele��o Brasileira. Com a envergadura moral de quem atestou o esplendor de Pel� sem nunca t�-lo testemunhado de fato e de direito, sentencio: jamais haver� outro � altura para vesti-la. 

Os 82 anos vividos por Pel� s�o apenas um n�mero, mera contagem temporal. Pel� �, n�o foi. E continuar� sendo. Para ele, o verbo sempre estar� no presente. Um Rei que, como diz o ditado, n�o perde a majestade. Que transcende tempo e espa�o. 

N�o h� d�vida de que continuar� a ser refer�ncia de jogador completo, de meta a ser alcan�ada – embora inating�vel. Nunca cessar�o os questionamentos sobre quem ser� seu sucessor, como se tal busca fosse palp�vel. N�o �. E cheguei a essa conclus�o ao ouvir outro g�nio do futebol, Tost�o, que disse ser imposs�vel definir Pel� e ainda pontuou que ele foi toda aquela plenitude em uma �poca sem nenhum aparato tecnol�gico para amparar a carreira de jogadores de futebol, seja na �rea f�sica, m�dica ou de nutri��o.

Pel�, arte e explos�o. Entre arrancadas fulminantes e toques de g�nio, um legado de conquistas, gols marcados – milhares, literalmente – e at� gols n�o marcados. Diga a�: quem mais est� na hist�ria pelas finaliza��es que n�o terminaram no fundo das redes? Quem mais teve veiculado (e lamentado) tantas vezes um chute do meio-campo que caprichosamente saiu a cent�metros da meta, pela linha de fundo? 

Portanto, este 29 de dezembro de 2022 � t�o somente mais um marco temporal na biografia daquele que criou conceitos no futebol. A r�gua que mede o que � espet�culo, o que � excel�ncia, futebol-arte, foi determinada por ele. E a ele devemos todas as homenagens, e talvez elas ainda sejam poucas. 

Toda a rever�ncia que fizermos soa insuficiente para o que Pel� representa e sempre representar�. Toda a como��o mundial, de esportistas a pol�ticos, celebridades a reles mortais, que estamos vendo desde a tarde dessa quinta-feira (29/12) pode ainda ser pouca para expressar o que foi Pel�. Foi, n�o. O que � Pel�. E o que ele continuar� sendo.

Pel� � marca registrada. � passado, presente e futuro. O que fez n�o se apaga. Servir� de li��o e inspira��o, entendimento de que j� houve, nos gramados, algu�m que desfez a linha imagin�ria que separa raz�o e emo��o. Algu�m que se fez perene, permanente, definitivo.

Pel� � infinito.

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