
Confesso que sou da turma saudosa do Gigante antigo - e esse assunto j� foi tratado aqui. Era a concep��o do que a gente, que frequentou aquele espa�o, tinha de est�dio de futebol.
Fazia parte da experi�ncia do ir ao jogo a confus�o no entorno da bilheteria para comprar ingressos; ou torrar no sol do ver�o, na arquibancada (o que inclu�a sentar naquele cimento quente), para acompanhar os jogos. Assim como aproveitar as manh�s de sol de domingo para andar de bicicleta no estacionamento vazio, dividindo espa�o com os praticantes de aeromodelismo.
Fazia parte da experi�ncia do ir ao jogo a confus�o no entorno da bilheteria para comprar ingressos; ou torrar no sol do ver�o, na arquibancada (o que inclu�a sentar naquele cimento quente), para acompanhar os jogos. Assim como aproveitar as manh�s de sol de domingo para andar de bicicleta no estacionamento vazio, dividindo espa�o com os praticantes de aeromodelismo.
Aquele Mineir�o, da geral que aproximava o povo dos jogadores, nos aproxima das nossas lembran�as. Tem cheiro, sabor e cor. Raramente o som que se ouvia dentro dele n�o era das torcidas nas arquibancadas.
Havia, sim, shows musicais, encontros religiosos, mas o calend�rio era predominantemente reservado para a bola.
Veio a reforma e o novo Mineir�o, com sua moderna roupagem, forma e conte�do. Novos gastos. Novas metas. Tudo diferente. Muita gente ainda n�o compreendeu, nem aceitou que agora � assim. Que n�o h� mais retorno. O futebol � um evento dentro do organograma que essas novas arenas oferecem - e que foram constru�das justamente para serem espa�os multiuso.
No mundo todo � assim. Aqui n�o seria diferente. Ou melhor, talvez a diferen�a � que, apegados ao conceito antigo de est�dios, nos apegamos � ideia de como eles devem funcionar, em vez de nos adaptarmos (todos, espectadores e clubes inclu�dos) ao que � esta nova funcionalidade. O futebol j� n�o reina absoluto.
� assim que a banda toca agora, em qualquer idioma. O Santiago Bernab�u, casa do Real Madrid, que passa por obras de moderniza��o desde 2019, � um exemplo. A reforma, or�ada em R$ 3,2 bilh�es (cota��o atual) - h� quem diga que j� ultrapassou esse valor -, entrou na reta final.
Ele foi projetado para receber, al�m dos sagrados jogos de futebol do clube merengue, competi��es de esportes t�o diversos quanto futebol americano e t�nis. A infraestrutura tamb�m � pensada para que seja sede de shows musicais de grande porte. Ter� gramado e teto retr�teis, para oferecer condi��es a tudo isso.
Qualquer arena relevante, atualmente, � tratada dessa forma, para m�ltiplas atra��es. Muitos resistem e teimam em querer manter est�dios t�o somente para o futebol. A realidade grita aos nossos ouvidos: hoje, eles s�o tamb�m para futebol.
Dentro dessa seara, h� muito a se discutir e colocar na mesa para falar do embate Cruzeiro e Minas Arena. Ambos os lados apresentam seus (bons) argumentos, ambos se preocupam em extrair o melhor para si. Ainda n�o conseguiram.
Imagino n�o haver outra sa�da que n�o seja aparar as arestas, ceder cada um de um lado, e tocar a vida juntos, de modo que haja uma rela��o saud�vel, ben�fica para os dois.
Imagino n�o haver outra sa�da que n�o seja aparar as arestas, ceder cada um de um lado, e tocar a vida juntos, de modo que haja uma rela��o saud�vel, ben�fica para os dois.
At� porque o futebol � mais um, por�m n�o o menos importante nessa escala de utiliza��o do Mineir�o. Um n�o foi feito para viver sem o outro. O que precisa ser entendido � que um j� n�o vive mais apenas em fun��o do outro. E os dois saem ganhando quando essa conta fecha.