
Tanto Ronaldo quanto Felip�o s�o protagonistas do futebol mundial h� tempos. Testemunharam condutas de torcedores em diversas partes do planeta. Independentemente de idioma, h� elos a unir quem torce por um time. O amor ao clube, na maioria das vezes, � incondicional, resiste a chuvas e trovoadas. Mas o apoio, n�o.
� primordial entender o funcionamento dessa engrenagem. Compreender que o normal � os torcedores reagirem � forma como a equipe se apresenta. E n�o o contr�rio! Atl�tico e Cruzeiro n�o v�m jogando mal por causa do comportamento dos torcedores. Tal associa��o n�o pode ser feita.
Restando nove rodadas para o fim do Campeonato Brasileiro, os times mineiros est�o devendo, e muito, a seus torcedores. Enquanto o Galo v� escapar entre os dedos a chance de se aproximar, entrar e ficar no G-4 - o que o garantiria direto na fase de grupos da Copa Libertadores -, o Cruzeiro rondou a zona de rebaixamento perigosamente e s� agora conseguiu uma folga que lhe d� certo al�vio.
Depois de dias turbulentos com a derrota para o Flamengo, o Cruzeiro entrou numa espiral positiva ap�s a vit�ria no cl�ssico contra o Atl�tico, na Arena MRV. Emendou dois triunfos seguidos - o que n�o ocorria h� seis meses - ao bater o Bahia no Mineir�o, no primeiro jogo que ganhou no Gigante da Pampulha em 2023.
Agora, precisa aproveitar esse embalo para se afastar de vez do grupo dos quatro piores da S�rie A. Para isso, ainda tem de ajustar o ataque. Nessas duas vit�rias, a Raposa marcou quatro gols, mas metade deles foi contra: o de Jemerson, que definiu o placar do cl�ssico (1 a 0), e o de Kanu, que abriu o marcador no Mineir�o. O segundo dos cruzeirenses diante dos baianos contou com contribui��o do goleiro Marcos, que saiu mal no lance e ainda tocou levemente na bola, que foi morrer no fundo das redes. Apenas um foi de atacante celeste: o que selou a partida em 3 a 0, marcado por Bruno Rodrigues.
J� o Atl�tico vive uma fase regular dentro da irregularidade. Nas �ltimas semanas, alternou vit�rias fora de casa com derrotas em seus dom�nios. Em comum, resultados de certa forma inesperados, para o bem e para o mal.
Ganhou do Internacional (2 a 0) no Beira-Rio, depois perdeu na Arena MRV para o Coritiba (2 a 1), um dos times virtualmente rebaixados. Conseguiu triunfo convincente sobre o Palmeiras (2 a 0), no Allianz Parque, e perdeu, em BH, para o Cruzeiro, que vinha de sequ�ncia ruim, protesto de torcida, etc. e tal.
Nessa quarta-feira, em Bragan�a Paulista, venceu o Bragantino (2 a 1), vice-l�der e dono da melhor campanha no returno do Brasileiro Agora vai receber o Fluminense, neste s�bado, desfalcado do artilheiro Cano e do armador Paulo Henrique Ganso, suspensos.
O t�cnico Fernando Diniz n�o deve contar ainda com Nino, que se recupera de entorse no joelho esquerdo, e pode preservar Felipe Melo, que deixou o �ltimo jogo, contra o Goi�s, no primeiro tempo, alegando desconforto muscular.
A cabe�a de todos nas Laranjeiras, admite Diniz, est� na final da Copa Libertadores, dia 4, contra o Boca Juniors, no Maracan�. Em condi��es normais, seria poss�vel acreditar em vit�ria do Galo. Hoje, n�o h� quem arrisque placar.
A cabe�a de todos nas Laranjeiras, admite Diniz, est� na final da Copa Libertadores, dia 4, contra o Boca Juniors, no Maracan�. Em condi��es normais, seria poss�vel acreditar em vit�ria do Galo. Hoje, n�o h� quem arrisque placar.
A forma como a torcida se comporta vem do que ela v� em campo. Quando as atua��es est�o em n�vel abaixo do esperado, fica dif�cil achar ruim das cr�ticas. Ela � parte do jogo. � claro que isso n�o inclui, nem justifica, nenhum tipo de manifesta��o violenta.
Mas o ato de torcer, no est�dio, � mais consequ�ncia do que causa da produ��o do time. Inverter essa l�gica � desviar o foco (e, principalmente, a responsabilidade) da realidade.