(none) || (none)

Continue lendo os seus conte�dos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e seguran�a do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/m�s. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas ENTRE LINHAS

Dois Brasis est�o na ONU hoje

Sob press�o, Bolsonaro discursa nas Na��es Unidas com a velha ret�rica dos militares em rela��o � Amaz�nia brasileira � que n�o � levada a s�rio pelos parceiros internacionais


postado em 24/09/2019 06:00 / atualizado em 24/09/2019 08:53

Bolsonaro com Trump no encontro do G7: até o presidente americano, que é antiambientalista, esteve na Cúpula do Clima(foto: ALAN SANTOS/PR)
Bolsonaro com Trump no encontro do G7: at� o presidente americano, que � antiambientalista, esteve na C�pula do Clima (foto: ALAN SANTOS/PR)

A aus�ncia de representa��o oficial do Brasil na C�pula do Clima, �s v�speras da Assembleia Geral da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU), quando todos os pa�ses sofrem as consequ�ncias das mudan�as clim�ticas provocadas pelo aquecimento global, seria uma coisa inimagin�vel se n�o estiv�ssemos vivendo um momento surreal na pol�tica externa brasileira, principalmente no quesito sustentabilidade. Mas aconteceu, por decis�o do presidente Jair Bolsonaro, na contram�o do que pensam os cientistas e a maioria dos chefes de estado dos pa�ses com que nos relacionamos. At� Donald Trump, que lidera a rea��o antiambientalista no mundo, foi de surpresa � c�pula para ouvir a primeira-ministra alem�, Angela Merkel.

Enquanto o secret�rio-geral da ONU, Antonio Guterres, aposta numa atitude positiva em rela��o aos problemas clim�ticos (“estamos perdendo a corrida da emerg�ncia clim�tica, mas ainda podemos venc�-la"), o governo brasileiro se refugia numa posi��o supostamente patri�tica. N�o leva em conta o futuro para as novas gera��es, indiferente a atitudes que pautam a opini�o p�blica mundial, como a da jovem ativista sueca Greta Thunberg, para quem seus sonhos e inf�ncia foram roubados com "palavras vazias". Jovens do mundo inteiro hoje v�em o Brasil como um grande vil�o da quest�o ambiental.

''O discurso do presidente Jair Bolsonaro na ONU ser� uma esp�cie de Rubic�o. A partir de seu posicionamento, o lugar do Brasil no concerto das na��es ser� redefinido''



Entretanto, as vozes de outra face do Brasil ecoam na C�pula do Clima. Al�m dos chamados “povos da floresta”, com o cacique Raoni � frente, nossos cientistas tamb�m pedem socorro ao mundo. Segundo o cientista brasileiro Carlos Nobre, um dos especialistas em florestas mais respeitados do mundo, n�o combater o desmatamento ser� um suic�dio coletivo. Pesquisador do Instituto de Estudos Avan�ados da Universidade Federal de S�o Paulo, segundo ele, j� h� ind�cios de que o processo de savaniza��o come�ou em mais da metade da Amaz�nia brasileira.

Na C�pula do Clima, o presidente da Fran�a, Emmanuel Macron, citou o Brasil como um risco e lamentou a aus�ncia de representantes brasileiros no encontro. Anunciou a libera��o de cerca de US$ 500 milh�es em ajuda financeira para prote��o de florestas tropicais, inclusive a Amaz�nia. H� na regi�o nove pa�ses, que cooperam e concorrem entre si e buscam esses recursos; o Brasil, que seria o desaguadouro natural de parte consider�vel desse aporte financeiro, foi para o fim da fila. O discurso do presidente Jair Bolsonaro na ONU, nesse contexto, ser� uma esp�cie de Rubic�o. A partir de seu posicionamento, o lugar do Brasil no concerto das na��es ser� redefinido.

Bolsonaro j� sabe que est� numa faixa de risco, sua defesa da soberania nacional, velha ret�rica dos militares em rela��o � Amaz�nia brasileira, � uma narrativa que serve ao p�blico interno, mas n�o � levada a s�rio pelos parceiros internacionais. Mais de 230 fundos de investimento cobram medidas do governo em defesa da Amaz�nia, contra o desmatamento e as queimadas. Esses fundos administram mais de R$ 65 trilh�es. Os indicadores da economia j� apontam uma queda brutal nos investimentos, em parte por causa das nossas incertezas pol�ticas e do posicionamento do governo em rela��o � quest�o ambiental. Confirmam-se as advert�ncias de que os erros de conceito na quest�o ambiental t�m consequ�ncias danosas dram�tIcas. 

Julgamento 


O futuro da Opera��o Lava-Jato ser� decidido amanh�, pelo plen�rio do Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento sobre a ordem dos depoimentos de delatores e delatados nos processos de primeira inst�ncia. O julgamento foi solicitado pelo ministro-relator Edson Fachin, em raz�o de decis�o da Segunda Turma do STF, em agosto deste ano, que anulou a condena��o do ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil Aldemir Bendine por entender que sua defesa deveria ter apresentado as alega��es finais somente ap�s os delatores, e teve o mesmo prazo que eles para apresentar suas alega��es finais. Um dos poss�veis beneficiados seria o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, que cumpre pena na Superintend�ncia da Pol�cia Federal em Curitiba.

Caso esse entendimento seja mantido pelo Supremo, segundo a for�a-tarefa da Lava-Jato, 32 senten�as poder�o ser anuladas, beneficiando 143 r�us condenados pela opera��o. Como n�o existe nenhuma lei sobre essa quest�o, a decis�o servir� de jurisprud�ncia para todos os casos da Lava-Jato e outros r�us condenados em processos criminais com base em dela��es premiadas.
 

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)