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Estado de Minas

Bolsonaro fala hoje na ONU com a b�n��o de Trump

Apoiado pelo presidente dos EUA, a expectativa � que o presidente adote, em Nova York, sua franqueza habitual em defesa da soberania nacional sobre Amaz�nia e clima


postado em 24/09/2019 06:00 / atualizado em 24/09/2019 08:02

Jair Bolsonaro e a primeira-dama, Michele, desembarcaram ontem em Nova York. O discurso dele será na manhã de hoje (foto: ALAN SANTOS/PR)
Jair Bolsonaro e a primeira-dama, Michele, desembarcaram ontem em Nova York. O discurso dele ser� na manh� de hoje (foto: ALAN SANTOS/PR)
Nova York – Nem agressivo ao ponto de ser tratado grosseiro, mas nem t�o light que possa parecer abrir m�o da soberania. Mas com a franqueza que � peculiar ao presidente Jair Bolsonaro. � assim, com equil�brio e destaque �s a��es do Brasil em rela��o aos objetivos do mil�nio, que integrantes da comitiva definem o tom do discurso que o presidente far� hoje, marcando sua estreia nas Na��es Unidas. Por recomenda��es m�dicas, a agenda nos Estados Unidos ficou restrita � ONU e conversas r�pidas e concentradas nesta ter�a-feira. A primeira ser� um r�pido encontro com o secret�rio-geral da ONU, Antonio Guterrez, como � praxe nesse evento. O segundo, j� no Hotel Intercontinental, ser� com o ex-prefeito de Nova York Rudolf Giulliani. Por �ltimo, o presidente Donald Trump, uma recep��o no Hotel Lot, pouco antes de seguir para o aeroporto. O americano afirmou ontem, ao chegar para o encontro em Nova York, que Bolsonaro “� um bom homem".

O discurso n�o ser� t�o min�sculo quanto aquele que o presidente proferiu em Davos, no Forum Econ�mico Mundial, perdendo oportunidade de ouro de apresentar as metas de seu governo para a economia e o desenvolvimento social e sustent�vel. Mas ficar� dentro do limite de 20 minutos estabelecido pela ONU. Nesse per�odo, considerado o mais importante das 32 horas que passar� nos Estados Unidos, o presidente ter� a miss�o de marcar a posi��o do Brasil em rela��o ao clima e mostrar, conforme bem definiu o ministro de Rela��es Exteriores, Ernesto Ara�jo: "O Brasil est� fazendo a sua parte, quem n�o est� s�o os outros pa�ses".

A frase de Ara�jo foi uma resposta ao que parte da comitiva brasileira considerou uma provoca��o do presidente da Fran�a, Emmanuel Macron. Na reuni�o sob o futuro da Amaz�nia, ontem logo cedo, ladeado por Guterrez, os presidentes do Chile, Sebastian Pi�era, da Bol�via, Evo Morales, e da Alemanha, Angela Merkel, Macron foi direto ao dizer que estava fazendo toda aquela discuss�o sem o Brasil. Essa reuni�o, sem citar nomes, estar� presente no discurso de Bolsonaro, de forma a deixar claro que decidir sobre a Amaz�nia sem o Brasil, significa deixar de fora a maior parte da floresta.

O discurso vem sendo tratado com reserva pela comitiva. O presidente ouviu muitos, mas, na hora de decidir, dizem seus assessores, ele trabalhou sozinho. Modificou a maior parte do que lhe foi recomendado. A expectativa � de que Bolsonaro trate dos temas com a franqueza que lhe � peculiar. A maior parte da fala de hoje, Bolsonaro passou com os ministros de Rela��es Exteriores, Ernesto Ara�jo, do Gabinete de Seguran�a Institucional, general Augusto Heleno, com o assessor internacional da Presid�ncia, Felipe Martins, e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), j� apontado como a indica��o do governo para a embaixada do Brasil em Washington.

Durante o voo, o presidente aproveitou para conversar e repassar parte do discurso, de forma a n�o ultrapassar o tempo previsto pelas Na��es Unidas. Pela primeira vez, usou o quarto, porque sentiu um inc�modo na regi�o abdominal, mas nada que causasse muita preocupa��o. Apenas preferiu ficar no quarto por um tempo, algo que jamais foi visto por aqueles acostumados a acompanh�-lo nas viagens internacionais.

O forte esquema de seguran�a montado no Hotel Intercontinental, onde Bolsonaro est� hospedado, n�o se deveu � movimenta��o da comitiva brasileira e sim � presen�a do "dono da casa", o presidente Donald Trump. Ele passou pelo menos quatro horas no hotel, com agenda de reuni�es bilaterais. Encontrou a delega��o do Egito, o primeiro-ministro do Paquist�o, Imran Khan, e o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in. O encontro entre Trump e Bolsonaro, entretanto, est� previsto para ocorrer ainda hoje, antes do presidente voar de volta ao Brasil.

R$ 2 BILH�ES PARA A AMAZ�NIA


Al�m das trocas recentes de declara��es pol�micas com l�deres europeus, ontem o governo brasileiro foi alvo de nova cr�tica, por estar ausente da C�pula do Clima da ONU, que est� sendo realizada em Nova York tamb�m. O presidente Emmanuel Macron vem mobilizando os l�deres internacionais para aumentar a destina��o de recursos � prote��o da Amaz�nia e outras florestas tropicais. Ontem, a Fran�a anunciou parceria com os maiores doadores internacionais, entre eles o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento e a ONG "Conservation International" para levantar US$ 500 milh�es (cerca de R$ 2 bilh�es). Macron informou que a Fran�a contribuir� com US$ 100 milh�es para financiar o programa “Pro Green” de ajuda a projetos locais, segundo a ag�ncia francesa RFI.

O an�ncio foi feito ontem em Nova York. O financiamento do reflorestamento foi um dos temas centrais de reuni�o especial sobre a Amaz�nia organizada pela ONU, antes da C�pula de A��o Clim�tica dos l�deres mundiais. O Banco Interamericano de Desenvolvimento apoiar� a��es desenvolvidas pelos pa�ses da regi�o. A Conserva��o International, dirigida pelo ator Harrison Ford, investir� em iniciativas de organiza��es n�o-governamentais, comunidades nativas e empresas privadas. O ator americano indicou hoje que a organiza��o vai destinar US$ 20 milh�es a esses projetos de defesa da Amaz�nia. A entidade informou em nota que o dinheiro se destina a apoiar a estrutura fornecida pelo Pacto de Let�cia, assinado em setembro pelos pa�ses com floresta amaz�nica em meio aos esfor�os emergenciais para a floresta. Os projetos financiados por esta verba envolvem restaura��o florestal, apoio �s comunidades ind�genas e aproxima��o com agricultores para que conservam florestas.

A iniciativa do encontro foi do pr�prio Macron e dos presidentes Sebasti�n Pi�era, Iv�n Duque e Evo Morales. Em agosto, Macron anunciou a libera��o de 20 milh�es de euros (R$ 91 milh�es) dos pa�ses do G7 para combater as queimadas. O plano foi feito �s pressas depois que Macron chamou a aten��o do mundo para os inc�ndios na floresta amaz�nica, mas n�o ficou claro de que forma o dinheiro seria enviado. Na ocasi�o, o primeiro-ministro brit�nico, Boris Johnson, afirmou que o Reino Unido doaria o equivalente a R$ 50 milh�es para o Brasil combater queimadas. E o primeiro-ministro do Canad�, Justin Trudeau, informou que emprestaria avi�es-tanque e doaria o equivalente a mais de R$ 46 milh�es para os pa�ses da regi�o amaz�nica. (Com ag�ncias)

Pux�o de orelha coletivo

'As pessoas estão sofrendo, estão morrendo. Estamos no início de uma extinção em massa e tudo o que vocês falam gira em torno de dinheiro e um conto de fadas de crescimento econômico eterno' - Greta Thumberg, estudante sueca (foto: TIMOTHY A. CLARY/AFP)
'As pessoas est�o sofrendo, est�o morrendo. Estamos no in�cio de uma extin��o em massa e tudo o que voc�s falam gira em torno de dinheiro e um conto de fadas de crescimento econ�mico eterno' - Greta Thumberg, estudante sueca (foto: TIMOTHY A. CLARY/AFP)


Nova York – A ativista sueca Greta Thunberg, de 16 anos, discursou para l�deres de 60 pa�ses na abertura da C�pula do Clima, na sede das Na��es Unidas. O encontro foi convocado pelo secret�rio-geral das Na��es Unidas, Ant�nio Guterres, em meio � press�o da juventude mundial, que quer a redu��o das emiss�es de gases do efeito estufa. A jovem ativista conseguiu mobilizar milhares de jovens estudantes na �ltima sexta-feira, durante a terceira greve global pelo clima. "Voc�s roubaram meus sonhos e minha inf�ncia com suas palavras vazias", afirmou Thunberg. A adolescente destacou que n�o existem pol�ticas e solu��es � vista e que n�o acredita quando l�deres mundiais afirmam que ouvem os mais jovens e entendem a urg�ncia de tomar decis�es. "Por mais de 30 anos a ci�ncia foi clara. Como ousam seguir ignorando os alertas e vir aqui para dizer que est�o fazendo o bastante? Se voc�s realmente entendessem essa situa��o, e ainda assim seguissem falhando em suas a��es, ent�o voc�s s�o maus."

Em outro momento, a garota afirmou: "N�o vamos deix�-los sair ilesos dessa. Aqui, agora, vamos definir os limites. O mundo est� acordando. A mudan�a est� vindo, quer queiram ou n�o”. Ela seguiu com o pux�o de orelhas coletivo: "Isso est� errado, eu n�o deveria estar aqui. Eu deveria estar na escola, do outro lado do oceano. Voc�s ainda se aproximam de n�s, jovens, para ter esperan�a. Como ousam?" A adolescente ainda alertou para ecossistemas em colapso. "As pessoas est�o sofrendo, est�o morrendo. Estamos no in�cio de uma extin��o em massa e tudo o que voc�s falam gira em torno de dinheiro e um conto de fadas de crescimento econ�mico eterno”.

Para Greta Thunberg, n�o haver� planos ou solu��es para o que foi apresentado durante a c�pula. Isso, porque, segundo ela, os n�meros s�o muito desconfort�veis. "Voc�s n�o s�o maduros o suficiente para dizer que est�o falhando. Mas os jovens est�o come�ando a entender sua trai��o. Os olhos das gera��es futuras est�o virados para voc�s. E se voc�s decidirem nos ignorar, eu te digo. N�s nunca vamos perdo�-los."
 







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