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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Bolsonaro se finge de morto nas elei��es de 2020, mas � estrat�gia

Presidente da Rep�blica opera estratagema bem pensado para ocupa��o do centro pol�tico


09/10/2020 04:00 - atualizado 09/10/2020 08:08

Jair Bolsonaro é um presidente com estado-maior, todo formado por generais(foto: ALAN SANTOS/PR - 28/9/20)
Jair Bolsonaro � um presidente com estado-maior, todo formado por generais (foto: ALAN SANTOS/PR - 28/9/20)


O presidente Jair Bolsonaro n�o � mais um l�der sem estado-maior. No Pal�cio do Planalto, consolidou-se um alto-comando formado por oficiais generais de quatro estrelas – Braga Netto (Casa Civil), Luiz Ramos (Secretaria de Governo) e Augusto Heleno (Gabinete de Seguran�a Institucional) –, agora refor�ado com a ida do almirante de esquadra Fl�vio Augusto Vianna Rocha da Secretaria de Assuntos Estrat�gicos para a Secretaria-Geral da Presid�ncia, no lugar do ministro Jorge Oliveira.

Completam o time os l�deres do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE); no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO); e na C�mara, Ricardo Barros (PP-PA), que operam as articula��es pol�ticas no Congresso, com apoio dos ministros do Desenvolvimento, Rog�rio Marinho; da Infraestrutura, Tarc�sio de Freitas; e da Agricultura, Teresa Cristina. O cururu na hist�ria � o ministro da Economia, Paulo Guedes, que joga praticamente sozinho.

Duas batalhas est�o em curso no Congresso: uma � a disputa pelo controle da Comiss�o de Or�amento, entre o DEM e os partidos de Centr�o. A outra � pela reelei��o dos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que depende da aprova��o de uma emenda constitucional pelo Congresso, muito dif�cil, e da aceita��o da mudan�a regimental pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o que � mais dif�cil ainda.

Alcolumbre trabalha abertamente pela perman�ncia no cargo, com apoio do Pal�cio do Planalto, mas o mesmo n�o ocorre com Maia, que inclusive se declara contra a reelei��o. Em qualquer circunst�ncia, por�m, o candidato do Pal�cio do Planalto a presidente da C�mara � o deputado Arthur Lira (AL), l�der da bancada do PP.

Bolsonaro se finge de morto nas elei��es municipais, mas opera uma estrat�gia bem pensada de ocupa��o do centro pol�tico, um espa�o cada vez mais aberto em raz�o do esvaziamento das nunca assumidas pr�-candidaturas do ex-ministro da Justi�a S�rgio Moro e do apresentador Luciano Huck.

Quando a popularidade de Bolsonaro despencou, em raz�o da pandemia de COVID-19 e das suas pr�prias trapalhadas, ambos apareciam como poss�veis alternativas de poder, inclusive com estruturas partid�rias � disposi��o: o Podemos, no caso de Moro, e o Cidadania, no caso de Huck.

Acontece que o mundo gira e a Lusitana roda, como diz o velho reclame de caminh�es de mudan�a. A pandemia virou tudo de pernas para o ar.

O terreno

Cavalo arreado n�o passa arreado quando se trata de reelei��o. O candidato no poder tem vantagens estrat�gicas que pesam na balan�a e precisa errar muito para perder a elei��o. A oposi��o enfrenta muitas dificuldades, precisa construir uma alternativa de poder que seja convincente.

n�o � poss�vel com dissimula��o. Moro e Huck est�o se inviabilizando por causa disso. Ciro Gomes, o candidato do PDT, que tenta essa constru��o pela terceira vez, foi completamente contigenciado pelo PT, que manteve a candidatura de Lula, mesmo considerado um ficha-suja, ofuscando inclusive a melhor alternativa que a legenda teria: Fernando Haddad, que nas elei��es passadas obteve 47 milh�es de votos, 44,8% do total, contra 57, 7 milh�es de Bolsonaro, 55,1% dos votos v�lidos.

Com Ciro emparedado, Lula acredita que o PT ter� um lugar seguro no segundo turno contra Bolsonaro. O grande risco � a reelei��o ocorrer no primeiro, com o deslocamento de Bolsonaro para o centro. Por isso, Bolsonaro n�o faz o menor esfor�o para alavancar os candidatos bolsonaristas de raiz nas elei��es municipais.

Militares classificam os terrenos de acordo com as dificuldades de manobra. O campo que pode ser facilmente atravessado por qualquer lado � considerado acess�vel, leva vantagem quem ocupa as melhores posi��es primeiro.

� o que est� sendo feito por Bolsonaro. Nas elei��es municipais, faz um duplo movimento: de um lado, avan�a sobre o eleitorado de baixa renda, gra�as ao aux�lio emergencial; de outro, tece alian�as com os advers�rios de seu inimigo principal, a esquerda, principalmente no Nordeste.

Suas prioridades s�o n�o deixar que surja uma alternativa de poder ao centro e isolar a esquerda, n�o � agradar � sua base eleitoral mais ideol�gica, que n�o tem alternativa. Como a esquerda � incapaz de se aliar ao centro, a n�o ser quando recebe apoio eleitoral, a manobra de ocupa��o de terreno ficou muito mais f�cil.

Ningu�m se iluda, a pol�tica tradicional n�o morreu. Renasce das cinzas na disputa pelo controle das prefeituras e c�maras municipais, uma tradi��o que vem desde o per�odo colonial.

O MDB � o partido com maior n�mero de candidatos (44.000), seguido pelo PSD (39.000) e PP (38 mil), todos est�o na base de Bolsonaro e podem emergir das elei��es municipais como os maiores partidos. DEM, PSDB, ao centro, e PT, � esquerda (com 30 mil cada), disputam o segundo pelot�o. Republicanos e PL, bolsonaristas; e PDT (com 28 mil) e PSB (26 mil), firmes na oposi��o, v�m a seguir. PTB, PSL, na base de Bolsonaro, e Podemos, ao centro, est�o na faixa dos 20 mil. PSC, Solidariedade, Patriota e o Avante, governistas, e Cidadania, na oposi��o, em torno de 17 mil. Mais abaixo est�o a oposi��o mais � esquerda: PV e o PCdo B (10 mil); Psol e Rede, com menos de 5 mil candidatos.

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