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Estado de Minas

Elei��es pand�micas e o fator Bolsonaro

Ao se engajar nas candidaturas de Russomanno e Crivella, Bolsonaro corre o risco de ser o grande perdedor das elei��es municipais


25/10/2020 04:00 - atualizado 25/10/2020 07:17

(foto: Alan Santos/PR)
(foto: Alan Santos/PR)
Elei��es
municipais nunca foram uma amostra gr�tis do que vir� depois, nas elei��es gerais, mesmo na �poca do regime militar. Por exemplo, em 1974 a oposi��o (MDB) obteve uma espetacular vit�ria nas urnas; em 1972, fora massacrada. 

Em 1976, sofreu nova derrota para o governo (Arena), mas em 1978, o MDB virou o jogo: o resultado das urnas sinalizou o fim da ditadura, iniciando-se a transi��o que resultou na anistia (1979), nas elei��es diretas de governadores (1982) e na elei��o de Tancredo Neves no col�gio leitoral (1985).

Tirando S�o Paulo e Rio de Janeiro, as capitais mais cosmopolitas — em Bras�lia n�o h� elei��o —, � muito dif�cil captar tend�ncias no processo eleitoral que sinalizem o que vir� depois nas elei��es gerais.

Al�m disso, estamos vivendo um cen�rio a t�pico, sem debates e grandes com�cios, o que faz o processo eleitoral se desenvolver em “home office”, para usar a express�o que representa a forma predominante de trabalho durante a pandemia.

Sim, as f�bricas est�o voltando a funcionar, o com�rcio tamb�m, mas n�o h� o burburinho das ruas, nas padarias, nos barbeiros, nas filas das lot�ricas e dos caixas dos supermercados, os sintomas de engajamento da grande massa de eleitores na disputa eleitoral.

O embate se desenvolve nas redes sociais e, principalmente, nas listas de WhatsApp, subterr�neos nos quais as pessoas se organizam como “tribos”. S�o as listas da fam�lia, dos colegas de escola, dos amigos do futebol, dos parceiros de  baralho, dos colegas de trabalho etc.

As pessoas se relacionam por afetos e interesses; � assim, de forma compartimentada, segmentada, confinada, que o processo eleitoral hoje ganha a escala da democracia de massas. Somente as urnas eletr�nicas poder�o nos revelar os mist�rios do voto popular.

 

Polariza��o


As pesquisas indicam — sempre elas — que apenas seis capitais estariam com as elei��es decididas: Natal, com �lvaro Dias (PSDB), reelei��o; Salvador, Bruno Reis (DEM); Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), reelei��o; Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), reelei��o; Curitiba, Rafael Grecca (DEM), reelei��o; e Florian�polis, Gean Loureiro (DEM), reelei��o.

Mesmo assim, � bom dar um desconto: reviravoltas acontecem, pesquisas nem sempre s�o tiro e queda. Nas demais capitais, h� disputa acirrada e perspectiva de segundo turno. 

Destacam-se S�o Paulo, onde o pleito est� se polarizando entre o prefeito Bruno Covas (PSDB), que tenta a reelei��o, e Celso Russsomano (REP), que come�ou na frente e est� derretendo, mais uma vez; e Rio de Janeiro, onde o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM) se mant�m na lideran�a, faturando o desgaste do prefeito Marcelo Crivella (REP), que fez uma gest�o “terrivelmente evang�lica” e queimou o filme dos pastores. Guilherme Boulos (PSOL) e a delegada Marta Rocha(PDT) correm por fora, nas duas capitais, respectivamente.

Em S�o Paulo e no Rio de Janeiro, h� engajamento do presidente Jair Bolsonaro nas candidaturas de Russomanno e Crivella. Embora venha mantendo dist�ncia regulamentar da maioria das disputas municipais, at� porque n�o conseguiu formar um partido para disput�-las, nos dois casos o presidente da Rep�blica corre o risco de  ser o grande perdedor das elei��es.

Sua alternativa ser� jogar todo o seu prest�gio e mobilizar seus aliados nas disputas de segundo turno, n�o s� nessas capitais mas tamb�m nas demais cidades, o que ser� uma manobra de alto risco.

Bolsonaro correria o risco de perder seu favoritismo nas elei��es de 2022. � preciso uma administra��o muito desastrada na politica para inviabilizar a reelei��o, por�m, um estado de calamidade financeira pode tornar a tarefa do gestor uma miss�o imposs�vel, como aconteceu com Saturnino Braga (PDT), no Rio de Janeiro, cuja fal�ncia decretou em 1988.

Com a d�vida p�blica igual a 100% do PIB, esse risco tamb�m existe para Bolsonaro, se fracassar na economia.

Ali�s, o fracasso financeiro vem sendo o carma dos governantes ga�chos, que n�o conseguem se reeleger, como se houvesse uma maldi��o de Borges de Medeiros no Palacio Piratini, constru�do para ser o mais belo do Brasil, com esculturas de Paul Landowski, criador do Cristo Redentor, telefone folheado a ouro, r�plicas dos lustres do Pal�cio de Versalhes e murais de Aldo Locatelli. O caudilho ga�cho foi presidente do Rio Grande do Sul de 1898 a 1908 e de 1913 a 1928, quando passou o poder a Get�lio Vargas, porque o Acordo de Pedras Altas (1923) proibira a reelei��o.

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