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Estado de Minas COLUNA

Bolsonaro n�o se ajuda e flerta com uma crise institucional grave

O impeachment n�o empolga partidos de oposi��o, mas ganha crescente apoio da opini�o p�blica


22/08/2021 04:00 - atualizado 22/08/2021 10:04

Rota de colisão do presidente com o Supremo precisa ser interrompida para que país não seja mergulhado no caos(foto: Evaristo Sá/AFP)
Rota de colis�o do presidente com o Supremo precisa ser interrompida para que pa�s n�o seja mergulhado no caos (foto: Evaristo S�/AFP)

Perece que o fracasso subiu � cabe�a do presidente Jair Bolsonaro, que n�o se ajuda. Com dificuldades de se relacionar com as regras do jogo da Constitui��o de 1988, est� levando o pa�s para uma situa��o dram�tica. Cria uma situa��o de grave crise institucional, na qual seus aliados n�o t�m muito como ajud�-lo, porque contraria seus interesses pol�ticos e eleitorais regionais. O ministro da Economia, Paulo Guedes, faz mais ou menos a mesma coisa com a boa vontade dos agentes econ�micos, que davam sustenta��o ao governo em fun��o da necessidade de estabilidade na economia, mas agora se afastam.

A escalada do confronto do presidente Jair Bolsonaro com o Supremo Tribunal Federal (STF) n�o tem chance de terminar bem, apesar dos esfor�os do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), para amortecer a trombada com o presidente da corte, ministro Luiz Fux, que sempre teve uma postura cordata e moderada.

Na sexta-feira, Bolsonaro entrou com um pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, que imediatamente recebeu a solidariedade de seus pares, em nota assinada por Fux. Quem imaginava que Bolsonaro havia desistido do pedido em rela��o ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Lu�s Roberto Barroso, deve esperar mais um pouco: nos bastidores do Planalto, comenta-se que isso tamb�m deve ocorrer nesta semana.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), pretende examinar o pedido de impeachment de Alexandre de Moraes tecnicamente, por obriga��o, mas j� disse a que medida n�o tem acolhida pol�tica. Ou seja, se n�o for engavetado, ser� derrubado em plen�rio. O sinal de que o tempo fechou para Bolsonaro no Senado veio tamb�m do presidente da Comiss�o de Constitui��o e Justi�a, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), que suspendeu a sabatina do ex-advogado-geral da Uni�o Andr� Mendon�a, indicado para a vaga do ex-ministro Marco Aur�lio Mello no Supremo. Apesar de contar at� com o apoio da bancada do PT, a aprova��o de Mendon�a subiu no telhado.

Bolsonaro n�o ajuda mesmo os seus aliados. O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), j� est� desconfort�vel no cargo, porque suas negocia��es pol�ticas n�o s�o honradas pelo presidente da Rep�blica. Na semana passada, tentou uma reaproxima��o de Bolsonaro com Fux, mas as conversas foram desmentidas pelos fatos.

O presidente do PP assumiu a Casa Civil com a miss�o de melhorar o relacionamento do governo com o Congresso e costurar alian�as eleitorais robustas, principalmente no Nordeste, mas est� fracassando mais r�pido do que se imaginava. � uma situa��o muito parecida com a do ex-senador Jorge Bornhausen, que assumiu a articula��o pol�tica do governo Collor de Mello e n�o conseguiu evitar o impeachment.

Impeachment


A prop�sito, o impeachment de Bolsonaro n�o tem aceita��o entre os principais atores pol�ticos do pa�s, inclusive na maioria dos partidos de oposi��o. O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, que lidera com folga a corrida para as elei��es presidenciais de 2022, quer Bolsonaro sangrando at� a elei��o. Entretanto, o impeachment ganha crescente apoio da opini�o p�blica e j� come�a a ser visto como uma conting�ncia que n�o pode ser descartada, mais uma vez, porque Bolsonaro n�o se ajuda.

Por exemplo, est� anunciando que pretende comparecer � manifesta��o bolsonarista em 7 de Setembro, na Avenida Paulista, enquanto nas suas redes sociais as convoca��es para bloquear Bras�lia e invadir o Supremo Tribunal Federal prosseguem. Onde vamos parar?

Essa � a pergunta que ningu�m sabe responder, porque o bom senso n�o orienta as decis�es de Bolsonaro, somente o confronto.  Entretanto, sua rota de colis�o com o Supremo precisa ser interrompida, antes que o pa�s mergulhe no caos. N�o apenas por causa da crescente radicaliza��o dos bolsonaristas, que o presidente da Rep�blica emula, mas por causa da economia. O ministro da Economia, Paulo Guedes, tamb�m escolheu a rota do fracasso.

Na semana passada, Guedes implodiu a proposta de reforma tribut�ria que estava em discuss�o no Senado, com a equipe do relator, senador Roberto Rocha, e era apoiada pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco. Chantageia o Congresso com a hist�ria de que n�o ter� dinheiro para pagar os servidores e o Aux�lio Brasil, programa que substituir� o Bolsa-Fam�lia, se a PEC dos Precat�rios n�o for aprovada. A medida � pol�mica porque agrava o d�ficit fiscal e gera muita inseguran�a pol�tica. Al�m disso, infla��o e desemprego agravam a crise social e s�o o caldo de cultura para maior radicaliza��o pol�tica.

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