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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Bolsonaro segue insistindo na estrat�gia do fracasso para 7 de setembro

A transforma��o do feriado da independ�ncia num Rubic�o pode n�o ter sido uma boa ideia de Bolsonaro, porque as legi�es n�o pretendem acompanh�-lo


01/09/2021 04:00 - atualizado 01/09/2021 09:11

Bolsonaro foi a Uberlândia insuflar apoiadores para participar das manifestações do próximo feriado(foto: Alan Santos/PR)
Bolsonaro foi a Uberl�ndia insuflar apoiadores para participar das manifesta��es do pr�ximo feriado (foto: Alan Santos/PR)


Em 8 de mar�o do ano passado, a caminho de Washington, onde se encontraria com o ent�o presidente Donald Trump, o presidente Jair Bolsonaro fez uma escala em Roraima e foi recepcionado por 400 apoiadores, ocasi�o em que anunciou a convoca��o de seus partid�rios para uma grande manifesta��o no dia 15 de mar�o. Objetivo: pressionar o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF). “� um movimento espont�neo e o pol�tico que tem medo da rua n�o serve para ser pol�tico”, disse. Na verdade, nada era espont�neo, tudo estava sendo convocado pelas redes sociais, por um ex�rcito de rob�s comandado pelo vereador Carlos Bolsonaro, o seu filho 02, que exerce o mesmo papel at� hoje.

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Objetivos: pressionar o Congresso a votar seus projetos de regulamenta��o da execu��o de emendas parlamentares e politizar a pandemia de COVID-19 e o fracasso da sua pol�tica econ�mica, que havia resultado num crescimento de apenas 1,1% do PIB em 2019. Uma retrospectiva do que veio depois mostra que deu tudo errado. A pandemia n�o era uma “gripezinha”, j� se aproxima de 600 mil mortos e ainda nos ronda; a press�o sobre o Congresso fracassou, resultou num acordo com o Centr�o, no qual boa parte dos investimentos do Or�amento da Uni�o ficou sob controle do presidente da C�mara, Arthur Lira (PP-AL), o homem que tem na gaveta os pedidos de impeachment do presidente da Rep�blica.

Mesmo assim, Bolsonaro insiste na mesma estrat�gia fracassada. Ontem, chegou a Uberl�ndia montado num cavalo; depois, participou de uma motociata pelas ruas de cidade. “Voc�s que devem dar o norte para todos n�s que estamos em Bras�lia. E esse norte ser� dado com muito mais �nfase, com muito mais for�a, no pr�ximo dia 7”, disse o presidente da Rep�blica, para quem os protestos do Dia da Independ�ncia, na pr�xima semana, ser�o um “momento �mpar”, no qual pretende dar “um recado para o Brasil e para o mundo, dizendo para onde esse pa�s ir�”. O que ser�?

Cercado por apoiadores, com carros de som tocando jingles de campanha de 2018 (um crime eleitoral, que j� custou os mandatos de muitos vereadores e prefeitos), disse que chegou a hora de “nos tornarmos independentes para valer”. Arrematou com a velha cantilena populista, que incendeia as manifesta��es, mas ignora o fato de que temos institui��es pol�ticas consolidadas e fortes, que atravessaram d�cadas e sobreviveram aos seus algozes eventuais: “N�o aceitamos que uma ou outra pessoa em Bras�lia queira impor a sua vontade. A vontade que vale � a vontade de todos voc�s”, disse. Obviamente, � uma alus�o aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Lu�s Roberto Barroso.

Desmobiliza��o

Ap�s terminar o discurso em Uberl�ndia, seus apoiadores gritavam “eu autorizo”. Esse � o t�tulo de um abaixo-assinado que circula nas redes sociais, autorizando-o a fechar o Supremo e dar um golpe de Estado. Bolsonaro tem uma interpreta��o pr�pria do artigo 142 da Constitui��o, na qual a atribui��o de “comandante supremo das For�as Armadas” lhe daria o papel de suposto “Poder Moderador”. A ida a Uberl�ndia n�o foi por acaso: o Tri�ngulo Mineiro � um importante centro de distribui��o de mercadorias e grande mercado de carne bovina, para os quais convergem caminhoneiros de todas as regi�es do pa�s. A agenda de Uberl�ndia teve por objetivo mobilizar apoiadores para a manifesta��o que pretende realizar em Bras�lia no Sete de Setembro, que desde ontem d� sinais de desmobiliza��o, segundo Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF), que monitora as estradas do pa�s.

N�o ser� surpresa outra incurs�o semelhante em S�o Paulo, onde enfrenta dois advers�rios figadais: o governador Jo�o Doria (PSDB) e o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva. Em Bras�lia, o Congresso e o Supremo reagiram � mobiliza��o, obrigando o presidente da Rep�blica � reduzir a virul�ncia de seu discurso. Em S�o Paulo, a tarefa coube aos agentes econ�micos, principalmente � Fiesp, cujo pr�dio � um dos s�mbolos da Avenida Paulista, ao lado do Museu de Arte S�o paulo (Masp), com seu espetacular v�o central aberto ao p�blico.

A transforma��o do Sete de Setembro num Rubic�o pode n�o ter sido uma boa ideia por parte de Bolsonaro, simplesmente porque as legi�es n�o pretendem acompanh�-lo nessa travessia, somente a extrema-direita, cujos l�deres est�o sendo investigados pela Pol�cia Federal, no inqu�rito das fake news. Um deles, o ex-deputado Roberto Jefferson, presidente do PTB, teve sua pris�o preventiva prorrogada. Quando fala em defesa da liberdade, Bolsonaro se refere exatamente a esses partid�rios que apostaram no golpe de Estados e agora est�o enrolados com a Justi�a.

A rea��o � transforma��o das comemora��es do Sete de Setembro numa esp�cie de insurrei��o popular de direita foi muito forte n�o s� nos meios pol�ticos e econ�micos, mas tamb�m nas For�as Armadas. O recado de que n�o tem apoio militar para dar um golpe de Estado chega por todos os canais, com o coment�rio de que as institui��es s�o fortes e est�o preparadas para garantir o Estado de direito democr�tico. Por isso, Bolsonaro faz um esfor�o danado para manter o �mpeto da mobiliza��o.


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