
Estavam distribu�dos em 11 setores das bacias Campos, Pelotas, Potiguar e Santos. Entre as �reas que n�o receberam proposta, felizmente, est�o os lotes pr�ximos a Fernando de Noronha, onde, segundo ambientalistas, a explora��o oferece riscos � fauna marinha. Foram arrematados 2 blocos do setor SS-AP4 e 3 blocos no setor SS-AUP4, ambos na Bacia de Santos. Das nove empresas se inscreveram para participar da disputa, apenas duas fizeram ofertas.
H� dois anos n�o se realizavam leil�es, mas o desinteresse de investidores j� havia sido registrado na rodada de outubro de 2019, na qual foram arrematados apenas 12 dos 36 blocos explorat�rios ofertados pela ANP. Entretanto, � �poca, houve um recorde de arrecada��o: R$ 8,915 bilh�es; agora, n�o. Talvez tenha sido esse o �ltimo grande leil�o, o futuro dir�. Quanto mais profunda a camada pr�-sal, mais cara e complexa � a explora��o.
Para dar lucro, da pesquisa geol�gica � distribui��o do produto, esse arranjo produtivo precisa ser renovado, o que somente � poss�vel com a previsibilidade e regularidade dos leil�es. Quando s�o interrompidos, capitais, recursos humanos, financeiros e tecnol�gicos se dispersam, o Rio de Janeiro que o diga.
N�o � � toa que os pa�ses produtores de petr�leo, liderados pela Ar�bia Saudita e pela R�ssia, reduziram a produ��o e jogaram os pre�os dos combust�veis para cima. Ou seja, h� uma revolu��o energ�tica em curso, impulsionando a nova economia.
No pr�ximo m�s, no Reino Unido, ser� realizada a Confer�ncia da ONU sobre Mudan�as Clim�ticas (COP). EUA, China, �ndia, R�ssia e Brasil est�o entre os 17 pa�ses que respondem por 80% da s emiss�es globais de CO2.
A press�o internacional sobre esses pa�ses por causa do aquecimento global somente aumenta. As grandes expectativas s�o em rela��o � China, que promete um programa revolucion�rio de redu��o das emiss�es de CO2, e o Brasil, que continua “passando a boiada”, como diria o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles.
Nova agenda
O presidente Jair Bolsonaro inverteu a situa��o, ao implodir as pol�ticas p�blicas e estimular os predadores do meio ambiente. Agora, por�m, uma nova situa��o est� sendo criada, porque as empresas brasileiras inseridas nas cadeias de com�rcio global e no mercado financeiro internacional est�o aderindo �s recomenda��es do F�rum Econ�mico Mundial e passaram a ver a sustentabilidade como um dos eixos do ambiente de neg�cios. Essa alian�a entre ambientalistas, t�cnicos governamentais e lideres empresariais est� come�ando a virar o jogo.
Um amplo espectro de for�as, que v�o da direita a esquerda, em raz�o de uma agenda desenvolvimentista, ainda prioriza a velha economia, em lugar da nova pol�tica globalista e da economia do conhecimento. � como se regred�ssemos ao velho debate agrarismo versus industrialismo de 100 anos atr�s.