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Estado de Minas Entre linhas

Bolsonaro sustenta a pedagogia do mau exemplo na campanha antivacinas

Nova ofensiva do presidente contra a vacina��o surge em momento de alta das contamina��es pelo coronav�rus e subnotifica��o, que mascara quarta onda da pandemia


07/01/2022 04:00 - atualizado 07/01/2022 07:00

O presidente reiterou que não permitirá que a filha de 11 anos seja vacinada
Bolsonaro atacou a Anvisa e chamou defensores da imuniza��o de 'tarados da vacina' (foto: Nelson Almeida/AFP)
O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar a Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) por liberar a vacina��o do p�blico pedi�trico, de 5 a 11 anos. Chamou os cientistas e m�dicos que defendem a vacina��o das crian�as a partir dos cinco anos de “tarados da vacina” e reiterou que a sua filha, de 11 anos, n�o ser� vacinada.

Sua ofensiva contra a vacina��o de crian�as e adolescentes ocorre num momento em que explodem os casos de Influenza e de COVID-19, inclusive com transmiss�o comunit�ria da variante �micron. Pronto- socorros e ambulat�rios est�o lotados, houve aumento exponencial da procura por testes de COVID-19.

Os n�meros registrados nos Estados Unidos, Europa e �sia revelam que a quarta onda da pandemia de COVID-19 � uma realidade, com o registro de mais de 2,5 milh�es de casos por dia. A interpreta��o do ministro da Sa�de, Marcelo Queiroga, de que o Brasil est� fora dessa rota n�o corresponde � realidade.

Al�m disso, corrobora as suspeitas de que o apag�o de dados do SUS pode ter sido provocado por hackers, mas a demora para resolver o problema faz parte da m� vontade e das manobras protelat�rias do governo federal contra a vacina��o.

O ministro est� incorrendo nos mesmos erros que o general Eduardo Pazuello cometeu � frente do Minist�rio da Sa�de, ao se submeter aos caprichos do presidente da Rep�blica e dar as costas � popula��o em situa��o de risco sanit�rio.

N�o custa nada lembrar a velha hist�ria do gr�o-vizir da P�rsia, que inventou o tabuleiro com 64 quadros, vermelhos e pretos, cuja pe�a mais importante era o rei; a segunda pe�a, o pr�prio gr�o-vizir, que foi substitu�do pela rainha com o passar dos anos.

Reza a lenda que rei gostou tanto do jogo de xadrez que pediu ao gr�o-vizir para determinar sua pr�pria recompensa. O gr�o-vizir pediu ao rei que lhe fosse dado um �nico gr�o de trigo no primeiro quadrado, dois no segundo, quatro no terceiro e assim por diante, dobrando sempre as quantidades. O rei achou a recompensa insignificante e aceitou.

Entretanto, quando o administrador do celeiro real come�ou a contar os gr�os, o rei teve uma surpresa muito desagrad�vel. O n�mero de gr�os come�ou pequeno: 1, 2, 4, 8, 16, 32 (…) e foi crescendo, 128, 256, 512, 1.024… Quando chegou na �ltima das 64 casas do tabuleiro, era de quase 18,5 quintilh�es.

Quanto pesa cada gr�o de trigo? Se cada um tiver um mil�metro, pesariam 75 milh�es de toneladas m�tricas, muito mais do que havia nos armaz�ns reais. “Se o xadrez tivesse 100 quadrados (10 por 10), em vez de 64, a quantidade de gr�os teria pesado o mesmo que a Terra”, comparou o f�sico Carl Sagan, em “Bilh�es e bilh�es”.

Essa hist�ria � uma boa analogia com a trag�dia de 619 mil mortos por COVID-19 no Brasil, que parece n�o ser levada em conta pelo atual ministro da Sa�de. Pazuello tinha a desculpa da disciplina militar (“ele manda, eu obede�o”); Queiroga, n�o, � um m�dico cujo juramento est� sendo rasgado, porque se tornou apenas mais um �ulico negacionista no alto escal�o do governo.

Subnotifica��o


A vacina��o em massa, que j� atingiu 67,42% da popula��o brasileira com duas doses ou dose �nica, gra�as ao SUS, e a menor letalidade da nova variante �micron v�o evitar que o n�mero de mortos se multiplique outra vez. Entretanto, cresce exponencialmente o n�mero de novos casos de COVID-19, inclusive entre os 37% j� vacinados com tr�s doses.

A subnotifica��o est� mascarando a verdadeira dimens�o da quarta onda no Brasil. O grande problema � que os n�o vacinados est�o correndo risco de morte; e o grande n�mero de pacientes com Influenza e/ou COVID-19 j� est� impactando o sistema hospitalar.

A falta de empatia de Bolsonaro com as v�timas de COVID-19 permanece a mesma: “Desconhe�o (o n�mero de crian�as mortas por COVID-19), mas com toda certeza existe algum moleque que morreu em fun��o de COVID, mas que tinha algum problema de sa�de grave ou tinha outra comorbidade”.

Em dezembro, registrou-se que 2.625 crian�as e adolescentes de at� 19 anos morreram de COVID-19 desde o primeiro caso da doen�a no Brasil, em mar�o de 2020. Para qualquer fam�lia, perder uma crian�a ou um adolescente � um trauma para o resto da vida. � muito antinatural os filhos morrerem antes dos pais.

Bolsonaro sabota a estrat�gia de imuniza��o das crian�as: “Voc� vai vacinar seu filho contra algo que no jovem, por si s�, a possibilidade de morrer � quase zero? O que est� por tr�s disso? Qual � o interesse da Anvisa por tr�s disso? Qual � o interesse das pessoas taradas por vacina? � pela sua vida? Pela sua sa�de? Se fosse, estariam preocupados com outras doen�as e n�o est�o. N�o se deixe levar por propaganda”. O presidente da Rep�blica � um p�ssimo exemplo para a sa�de p�blica.
 

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