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Estado de Minas ENTRELINHAS

Um �nico homem poderia impedir a guerra brutal que atinge a Ucr�nia

A cont�nua expans�o da Otan em dire��o ao Leste e os ressentimentos da R�ssia, liderada por Vladimir Putin, resultaram na brutal invas�o da Ucr�nia


06/03/2022 04:00 - atualizado 06/03/2022 13:21

Presidente Volodymyr Zelensky
Presidente Volodymyr Zelensky poderia ter negociado um acordo para a Ucr�nia entrar na UE e ficar fora da Otan. A pergunta �: como acabar com essa guerra? (foto: Sergei Supinsky/AFP)

Jean Jaur�s (1859-1914) foi um dos mais destacados pacifistas de seu tempo. Professor de filosofia em Tolosa, tentou conciliar o idealismo e o marxismo. Era um liberal radical que se tornou socialista, integrando a ala direita do Partido Socialista Franc�s. Em 1897, com Zola e Clemenceau, liderou a campanha em favor de Alfred Dreyfus, o capit�o franc�s injustamente acusado de espionagem pelo alto-comando do Ex�rcito franc�s.

Grande orador, lutou contra o militarismo e sempre defendeu a aproxima��o entre a Fran�a e a Alemanha para garantir a paz na Europa. Foi assassinado no dia da declara��o da guerra, 31 de julho de 1914, por Raoul Villain, um nacionalista fan�tico. Foi o principal l�der da Segunda Internacional a defender a paz. Todos os demais apoiaram a entrada de seus pa�ses na guerra, a come�ar pelos dirigentes da poderosa Social-Democracia Alem�, que estavam no poder. Com exce��o de Vladimir L�nin, que defendeu a paz para derrubar a autocracia e, depois, tomar a R�ssia de assalto, na Revolu��o de Outubro.

A Primeira Guerra Mundial, que durou de 1914 a 1918, foi uma trag�dia em todos os sentidos. A fus�o do capital financeiro com o capitalismo industrial, na virada para s�culo 20, possibilitou not�vel expans�o territorial das pot�ncias europeias em dire��o � �sia, �frica e Oceania. A Inglaterra incorporou aos seus dom�nios, entre outros pa�ses, a �ndia e a Austr�lia. A Alemanha havia se unificado com a Pr�ssia; numa guerra com a Fran�a, tomara posse da regi�o de Als�cia e Lorena, riqu�ssima em min�rios e em franca industrializa��o. O sentimento de revanche na Fran�a era forte. Aumentou quando Otto von Bismarck, grande art�fice da unifica��o alem�, formou a Tr�plice Alian�a com a �ustria-Hungria e a It�lia.

Amea�ada, a Fran�a se aliou ao Imp�rio Russo, czarista, em 1894. Temendo a perda de territ�rios e bloqueios econ�micos, a Inglaterra formou com ambos a Tr�plice Entente. Na regi�o dos B�lc�s, a R�ssia estimulava a cria��o da Grande S�rvia, enquanto a �ustria-Hungria se aproveitava da fragilidade do Imp�rio Turco-Otomano para expandir seu pangermanismo. Em 1908, a regi�o da B�snia-Herzegovina foi anexada pela �ustria-Hungria. A Alemanha pretendia ligar Berlim a Bagd�, por ferrovia, atrav�s da pen�nsula balc�nica.

O estopim da guerra foi o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono da �ustria-Hungria, em 28 de janeiro de 1914, em Sarajevo, capital da B�snia, por um militante da organiza��o terrorista M�o Negra, formada por nacionalistas eslavos. As alian�as da �ustria e da S�rvia entraram em a��o. Ao longo da guerra, o uso de novas armas, como o g�s t�xico, e de inven��es como o avi�o e os tanques aumentaram a trag�dia.

Em 1917, a R�ssia se retiraria da guerra arruinada e os bolcheviques tomariam o poder, com apoio de soldados e marinheiros amotinados. Nesse mesmo ano, os Estados Unidos entraram na guerra ao lado da Inglaterra e da Fran�a. Em 1918, a Alemanha seria derrotada; o Imp�rio Austro-H�ngaro se desagregaria no ano seguinte. O Tratado de Versalhes imp�s san��es dur�ssimas � Alemanha, que cedeu territ�rios e teve que indenizar os vencedores, principalmente a Fran�a. Morreram 8 milh�es de pessoas, das quais 1.800.000 alem�es.

Fim da hist�ria
Tudo o que viria a acontecer depois seria um desdobramento da Primeira Guerra Mundial, sobretudo a Segunda. Na Europa, o racha da social-democracia entre socialistas e comunistas, ap�s a derrota do nazifascismo, em 1945, em meio � guerra fria, resultaria no “socialismo real” dos pa�ses da chamada Cortina de Ferro e no estado de bem-estar social dos pa�ses do Ocidente europeu. O colapso da antiga Uni�o Sovi�tica poderia ter resultado numa Casa Comum Europeia, como propunha Mikhail Gorbatchov, mas n�o foi o que aconteceu. A cont�nua expans�o da Organiza��o do Tratado do Atl�ntico Norte (Otan) em dire��o ao Leste e os ressentimentos da R�ssia, liderada por Vladimir Putin, agora resultaram na brutal invas�o da Ucr�nia e no ressurgimento da guerra fria.

No primeiro semestre de 1989, Francis Fukuyama publicou um artigo intitulado “O fim da hist�ria?” (“The end of history?”), na revista The National Interest, do Center for the National Interest (CNI), segundo o qual a dissolu��o da antiga Uni�o Sovi�tica e, consequentemente, o fim da guerra fria, eram a vit�ria definitiva do ideal da democracia ocidental sobre o mundo. O liberalismo e a democracia seriam os eixos de um “Estado homog�neo universal”.  Os conflitos pol�ticos que vinham dos s�culos imemoriais n�o existiriam mais a partir daquele momento da hist�ria. O neoliberalismo havia conseguido resolver esse problema.

Essa tese est� sendo posta � prova na guerra da Ucr�nia, a nova marcha da insensatez. Um �nico homem poderia evitar a guerra. Tr�s l�deres pol�ticos teriam poder suficiente para isso. O presidente da R�ssia, Vladimir Putin, obviamente, se n�o houvesse invadido a Ucr�nia; o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se tivesse contido a expans�o da Otan; e o presidente Volodymyr Zelensky, que poderia ter negociado um acordo para a Ucr�nia entrar na Uni�o Europeia e ficar fora da Otan. A pergunta �: como acabar com essa guerra?.










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