
S�rgio Cabral, pai (vasca�no), Jo�o Saldanha (botafoguense), Maur�cio Azedo (flamenguista) e Nelson Rodrigues (“p� de arroz”) foram grandes cronistas esportivos da imprensa carioca, todos torcedores apaixonados, com legi�es de leitores, capazes de levantar o moral das torcidas dos respectivos clubes depois de um tremendo chocolate – escalpelando os t�cnicos dos times, � claro. Formados na escola de jornalismo de Samuel Wainer, a �ltima Hora, passaram pelos principais jornais do Rio de Janeiro. PS: Maur�cio era meu tio.
Mas havia outro personagem, um fantasma do bem, que aparecia nos est�dios antes das vit�rias do Fluminense: o Gravatinha. A escolha do nome tinha tudo a ver com a torcida “p� de arroz”, majoritariamente formada por torcedores de classe m�dia carioca, com fama de ser elitista.
A desist�ncia do ex-juiz da Lava-Jato, na sua rocambolesca mudan�a de legenda, parece at� coisa do Sobrenatural de Almeida. Agora, s� o Gravatinha pode salvar a terceira via, que est� sendo estrangulada pela polariza��o entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, que hoje estariam com as vagas no segundo turno garantidas.
Cen�rios
Restaram tr�s nomes: o ex-governador paulista Jo�o Doria (PSDB), apoiado pelo Cidadania; Simone Tebet, do MDB; e o “candidato fantasma”, o ex-governador ga�cho Eduardo Leite, representante de uma esp�cie de PSDdoB, que aguarda Doria desistir ou ser defenestrado pelos aliados. Quem seria o Gravatinha? O ex-governador cearense Ciro Gomes (PDT), embora seja o nome mais forte para romper a polariza��o, n�o � levado em conta pelos partidos da chamada terceira via. Nem est� querendo isso.
O status quo p�s-pandemia deixa para tr�s o desgaste do seu negacionismo. Os agentes econ�micos preocupados com a quest�o ambiental e os riscos que Bolsonaro possa representar � democracia s�o minoria; tem muita gente ganhando dinheiro com privil�gios e benesses do governo. O bicho-pap�o da economia agora � a Petrobras; as estatais viraram um “estorvo” socialista.
O grande gesto de Lula em dire��o ao chamado centro pol�tico, at� agora, foi a escolha do ex-governador tucano Geraldo Alckmin, que se filiou ao PSB, como vice na sua chapa. Seu objetivo foi esvaziar a terceira via, refor�ar a polariza��o e atrair, por gravidade, os eleitores de centro. Seria bom combinar com o Sobrenatural de Almeida. E se ele aparecer e esses eleitores migrarem para Bolsonaro outra vez?