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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Bolsonaro quer privatizar a Petrobras e explorar a Amaz�nia

N�o se deve subestimar o apelo eleitoral: 49% s�o contra a privatiza��o da Petrobras, 38% s�o favor�veis, 67% apoiariam se resultasse na redu��o do pre�o


22/05/2022 04:00 - atualizado 22/05/2022 08:28

Bolsonaro se encontrou com o empresário Elon Musk
Bolsonaro se encontrou com o empres�rio Elon Musk que prometeu levar internet �s escolas na Amaz�nia (foto: Keny Oliveira/Minist�rio das Comunica��es)

Em busca de sua reelei��o, o presidente Jair Bolsonaro acena para o mercado financeiro e aos investidores estrangeiros com uma radical agenda liberal, na qual a privatiza��o da Eletrobras seria apenas um passo inicial. As joias da coroa s�o a venda da Petrobras, a empresa s�mbolo do nacionalismo brasileiro, e a entrega da explora��o das reservas minerais e da biodiversidade da floresta ao bilion�rio Elon Musk – dono das empresas SpaceX, Tesla e Starlink.

Na sexta-feira, em S�o Paulo, na companhia de Bolsonaro e do ministro da Comunica��o, F�bio Faria, o articulador de sua visita, Musk anunciou o lan�amento de um programa de internet via sat�lite que pretende conectar 19 mil escolas em �reas rurais e promover o monitoramento ambiental “mais tecnol�gico” na Amaz�nia. O empres�rio sul-africano � aliado do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump e tem a inten��o de comprar o Twitter por US$ 44 bilh�es (R$ 225 bilh�es), seu mais importante neg�cio em andamento, “para garantir a liberdade de express�o nas redes sociais”.

N�o se deve subestimar o apelo eleitoral dessa agenda para Bolsonaro. Divulgada na sexta-feira, pesquisa Ipespe contratada pela XP Investimentos revelou que 49% dos entrevistados s�o contra a privatiza��o da Petrobras, 38% s�o favor�veis e 13% n�o souberam ou n�o responderam, por�m, 67% apoiariam a privatiza��o se resultasse na redu��o do pre�o dos combust�veis. Al�m disso, a cartada em rela��o � Amaz�nia pode matar dois coelhos: neutralizar as press�es internacionais contra o desmatamento da Amaz�nia e tornar irrevers�vel a explora��o econ�mica da floresta por grandes empresas de tecnologia e biotecnologia.

“N�s vamos mostrar que a Amaz�nia � preservada. L�gico que existem os nichos de explora��o, de queimada e desmatamento irregular, mas a chegada dos sat�lites vai nos ajudar a preservar. Agora, precisamos, tamb�m, desenvolver aquela regi�o, que � riqu�ssima em biodiversidade e em riquezas minerais”, disse Bolsonaro. Especialistas receberam com ressalvas a informa��o, porque o problema da Amaz�nia n�o � o monitoramento, � a falta de fiscaliza��o e repress�o ao garimpo ilegal, � grilagem de terras e � derrubada da floresta, estimulados pelo liberou geral do governo federal.

L�tio e ni�bio

Fabricante de carros el�tricos, a instala��o de uma unidade da Tesla na Amaz�nia � um velho projeto de Musk, que j� estava sendo negociado com o governo da Amaz�nia. O Brasil tem potencial para se tornar um dos maiores produtores do l�tio, essencial para as atuais baterias que movem carros el�tricos e fazem os aparelhos port�teis funcionarem. A Tesla, de Musk, � a empresa que mais investe e fatura em carros el�tricos. O Brasil tem a s�tima maior reserva de l�tio conhecida no mundo: 95 mil toneladas poderiam ser exploradas imediatamente, devido � disponibilidade e �s leis vigentes. Com as reservas n�o dispon�veis, sobretudo na Amaz�nia, somam 470 mil toneladas.

Somos o quinto maior produtor mundial de l�tio, 1.900 toneladas/ano. Musk est� interessado na explora��o do min�rio por causa da valoriza��o no mercado: alta de 1.753% no pre�o da tonelada entre 2012 (US$ 4,45 mil) e os atuais US$ 78,03 mil, o equivalente a R$ 365,5 mil. Embora n�o tenha revelado interesse direto no ni�bio, apesar das ofertas p�blicas do presidente Bolsonaro, esse mineral tamb�m � estrat�gico para as empresas de Musk.

As maiores reservas de ni�bio est�o localizadas na regi�o denominada Cabe�a de Cachorro, em S�o Gabriel da Cachoeira (AM), na fronteira com a Venezuela e a Col�mbia.  Apesar da alta viabilidade comercial, n�o podem ser exploradas porque est�o em territ�rio ind�gena e dentro das �reas de prote��o ambiental do Parque Nacional do Pico da Neblina e da Reserva Biol�gica Estadual do Morro dos Seis Lagos. O total estimado na reserva � de cerca de 2,9 bilh�es de toneladas.

O ni�bio � utilizado na industrializa��o de produtos que suportem altas e baixas temperaturas, como avi�es e foguetes aeroespaciais. Tamb�m � indispens�vel nas ind�strias espacial e nuclear. V�rias ligas de ni�bio s�o desenvolvidas por sua leveza e supercondutividade. Seus derivados entram na composi��o de a�os de alta resist�ncia, nas tubula��es para transmiss�o de g�s sob alta press�o, petr�leo e �gua. Tamb�m � agente anticorrosivo, resistente aos �cidos mais agressivos.

Cerca de 40% do territ�rio da Amaz�nia est� na �rea do pr�-cambriano, com dep�sitos minerais de ferro, mangan�s, cobre, alum�nio, zinco, n�quel, cromo, tit�nio, fosfato, ouro, prata, platina e pal�dio. A floresta em p�, por�m, � estrat�gica para combater o aquecimento global, produzir alimentos e f�rmacos e sustentar milhares de fam�lias ribeirinhas e ind�genas, com atividades produtivas locais. Al�m disso, pode atrair muitos investimentos destinados � sustentabilidade ambiental e � economia verde.

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