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Estado de Minas ENTRE LINHAS

A pandemia, o passado e a polariza��o Lula versus Bolsonaro

'H� uma for�a de in�rcia resultante de dois anos de pandemia, que ainda n�o foi mitigada por essas medidas'


11/09/2022 04:00 - atualizado 11/09/2022 07:08

pessoa é vacinada em 26/4/22 contra covid-19 em Belo Horizonte
'Sem falar no fato de que a COVID-19 enlutou 685 mil fam�lias, muitas das quais se desestruturaram por causa disso' (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press - 26/4/22)

� imposs�vel tratar das elei��es presidenciais sem se referenciar nas pesquisas, que est�o sendo divulgadas quase que um dia sim e o outro tamb�m, e mostram pequenas discrep�ncias entre si, que podem ser atribu�das a margens de erro ou � diferen�a de metodologia, mas mant�m o sentido geral da disputa, polarizada pelo ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL).

A tr�s semanas do dia da vota��o, 2 de outubro, estamos no lusco-fusco entre o in�cio da propaganda gratuita de r�dio e televis�o e as duas semanas decisivas da campanha eleitoral. O quadro pode sofrer altera��es nos �ltimos 15 dias que antecedem o pleito, quando o debate sai do campo da chamada opini�o p�blica, que acompanha a pol�tica, passa a ser protagonizado pelos cidad�os comuns, no transporte coletivo, no supermercado, na fila da padaria etc.

Na pesquisa Ipespe/Abrapel (Associa��o Brasileira de Pesquisadores Eleitorais) divulgada ontem, este era o retrato: Lula com 40% de inten��es de votos, Bolsonaro com 34% (1 ponto a mais), Ciro Gomes (PDT) com 5% e Simone Tebet (MDB) com 3%, os demais n�o pontuaram, com 14% de indecisos e 4% dispostos a votar em branco ou nulo, na pesquisa espont�nea. Na pesquisa induzida, Lula estacionado com 44%, Bolsonaro com 36% (cresceu 1 ponto), Ciro 8% (perdeu 1 ponto), Simone com 5%, Felipe d'�vila (Novo) e Soraya Thronicke (Uni�o Brasil) com 1%. O n�mero de indecisos caiu para 2% e os dispostos a votar nulo ou branco, para 3%.

A pesquisa mostrou que o impacto das manifesta��es de 7 de setembro n�o extrapolou a bolha bolsonarista, apesar das grandes mobiliza��es ocorridas em Bras�lia, Rio de Janeiro e S�o Paulo. E, tamb�m, que os efeitos do Pacote de Bondades do Governo – Aux�lio Brasil, vale g�s, aux�lios para caminhoneiros e taxistas, redu��o do pre�o dos combust�veis - n�o foram suficientes para reverter a grande vantagem de Lula no primeiro turno, na velocidade que Bolsonaro necessitaria. H� uma for�a de in�rcia resultante de dois anos de pandemia, que ainda n�o foi mitigada por essas medidas, apesar da redu��o da infla��o, da retomada do crescimento e da redu��o da taxa de desemprego. Sem falar no fato de que a COVID-19 enlutou 685 mil fam�lias, muitas das quais se desestruturaram por causa disso.

Outra vari�vel a se considerar � a for�a do passado nesta elei��o. A campanha de Lula foi alicer�ada nas realiza��es de seu governo, nos dois mandatos, de 2002 a 2010. At� agora, essas realiza��es n�o foram contaminadas pelo desastre econ�mico do governo Dilma Rousseff, que acabou sendo afastada por um impeachment. Sua campanha est� sendo bem-sucedida ao descolar a imagem de Lula da de sua sucessora, mas existe o outro lado da moeda: os esc�ndalos do mensal�o e, sobretudo, da Petrobr�s.

Mesmo com a anula��o das condena��es de Lula pelo Supremo Tribunal Federal e a desconstru��o da imagem do juiz S�rgio Moro e dos procuradores da Opera��o Lava Jato, a quest�o �tica vem sendo o principal fator de rejei��o de Lula, que n�o tem como se descolar da imagem do PT. Nesse sentido, Lula parece ter batido no teto no primeiro turno e faz uma campanha de sustenta��o de imagem at� agora.

Voto �til

Comparando as pesquisas espont�nea e estimulada, Ciro, Simone, D´ï¿½vila e Soraya est�o levando a elei��o para o segundo turno. O que acontece? Da mesma forma que a rejei��o de Bolsonaro e de Lula se retroalimentam, mantendo a polariza��o entre as duas candidaturas, tamb�m s�o a raz�o de ser da resili�ncia dos candidatos que disputam o voto “nem nem”. N�o ser� f�cil reverter esse quadro, a n�o ser que ocorra algum fato novo na campanha, que possa alterar esse jogo, provocando um realinhamento eleitoral.

Bolsonaro tentou fazer do 7 de setembro um catalisador dessa mudan�a, mas as pesquisas mostram que isso n�o ocorreu. Lula continua jogando parado para manter a vantagem atual, principalmente entre os que ganham at� um sal�rio-m�nimo, as mulheres e o Nordeste, os tr�s segmentos que desequilibram o jogo.

Leia tamb�m: Mudan�a no cen�rio econ�mico favorece candidatura de Bolsonaro

De onde poderia surgir um fato novo na elei��o. No caso de Bolsonaro, da melhoria do ambiente econ�mico, que facilita a vida de seus apoiadores, principalmente no Nordeste e entre os evang�licos. Essa vari�vel vem sendo neutralizada pelos erros que o presidente da Rep�blica cometeu na campanha, como aquele inacredit�vel “imbroch�vel” do 7 de setembro. No caso de Lula, de uma forte campanha em favor do “voto �til”, principalmente para esvaziar a candidatura de Ciro, que est� reagindo a isso fortemente, com ataques ao PT. At� agora essa estrat�gia n�o surtiu efeito.

A expectativa dos pol�ticos do Centr�o de que Bolsonaro passaria Lula no primeiro turno, o que seria uma mudan�a de cen�rio, � cada vez mais improv�vel. Em contrapartida, a c�pula petista ainda acredita que possa vencer no primeiro turno, explorando o fantasma do golpe de direita, disseminado pelos pr�prios bolsonaristas, embora o presidente da Rep�blica tenha arrefecido seus ataques ao Supremo.

Nesse cen�rio, sem manique�smo, os candidatos da chamada terceira via est�o bloqueando a vit�ria de Lula no primeiro turno, mas, ao mesmo tempo, permitem que Lula v� ao segundo, mantendo a atual dist�ncia de Bolsonaro. Uma campanha forte pelo voto �til, centrada nos ataques a Ciro, pode ser um tiro no p� do PT, reduzindo essa vantagem, o que criar� mais dificuldades para o petista no segundo turno.

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