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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Lula assume narrativa do voto �til para tentar vencer no primeiro turno

A possibilidade de uma vit�ria de Lula em 2 de outubro � real, mas nem de longe est� consolidada


14/09/2022 04:00 - atualizado 14/09/2022 12:23

Lula e Marina Silva fizeram aliança depois de anos de divergências
Lula e Marina Silva fizeram alian�a depois de anos de diverg�ncias (foto: SBT/REPRODU��O)

“Eu nunca fiz elei��o para ganhar no 2º turno. Eu, que tenho 46%, tenho que acreditar que � poss�vel nos pr�ximos dias conquistar a porcentagem que falta, sem desprezo a ningu�m”, postou o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT), ontem, no seu Twitter oficial, Lula 13. Iniciou assim uma arrancada de 20 dias, cujo objetivo � volatilizar nas pr�ximas semanas as candidaturas de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB). Com isso, pretende transformar uma amea�a, o risco de perder para o presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno, na oportunidade de vencer no primeiro turno. Na pesquisa Ipec/TV Globo de segunda-feira, Lula aparece com 51% de votos v�lidos, o que significa a chance de vit�ria no primeiro turno.

Na postagem, Lula foi elegante. Vencer no primeiro turno seria um feito in�dito. Em 2002, a disputa contra Jos� Serra (PSDB-SP) foi para o segundo turno; em 2006, contra o ex-tucano Geraldo Alckmin (PSB), que hoje � seu vice, tamb�m. As vit�rias de Dilma Rousseff em 2010, no auge de seu prest�gio como presidente, e em 2014, tamb�m foram para o segundo turno. Ou seja, n�o existe precedente de os candidatos do PT vencerem a elei��o de rold�o. Desta vez, por�m, Lula est� animado. Bolsonaro n�o consegue baixar sua rejei��o, a avalia��o de seu governo continua ruim, a dist�ncia entre ambos no eleitorado feminino permanece abisssal. A fala mansa do presidente da Rep�blica nos �ltimos dias mostra que a estrat�gia bolsonarista de confronta��o ideol�gica esgotou-se no 7 de setembro.

Bolsonaro se manteve nos 31% da semana passada, segundo o Ipec, mas a aprova��o do governo oscilou negativamente de 25% para 23%, enquanto a reprova��o variou de 43% para 45%. A rejei��o ao modo de governar de Bolsonaro oscilou para cima, de 57% para 59%. Lula sentiu o cheiro de animal ferido na floresta e foi � ca�a. Dos votos de Bolsonaro? N�o, resolveu partir pra cima dos eleitores de Ciro Gomes, que estacionou nos 7%. A mesma pesquisa revelou que 52% dos eleitores do pedetista ainda podem mudar de voto. Lula � sutil no voto �til, mas sua milit�ncia nas redes sociais � uma escolada patrulha ideol�gica, que partiu pra cima dos setores de esquerda refrat�rios ao voto em Lula no primeiro turno.

O acordo com Marina Silva (Rede), candidata a deputada federal por S�o Paulo, em grande estilo, com o compromisso de levar adiante o programa da sua ex-ministra do Meio Ambiente, com quem Lula estava rompido, � considerado como uma sinaliza��o de que chegou a hora de concentrar as for�as para derrotar Bolsonaro no primeiro turno e n�o dar nenhum espa�o para contesta��o do resultado eleitoral. Meia narrativa � de que Bolsonaro representa uma amea�a fascista e, para barr�-la, como ensina a velha tradi��o de esquerda, o melhor instrumento � uma “frente ampla”. Ocorre que n�o existe essa frente, o que est� se propondo � a unidade de esquerda. A outra metade da narrativa � o argumento de que as for�as que apoiam Simone Tebet querem levar a elei��o ao segundo turno para barganhar seu apoio e for�ar o ex-presidente Lula a assumir um programa liberal, mantendo o teto de gastos, a reforma trabalhista, a autonomia do Banco Central etc., o que afastaria qualquer possibilidade de acordo de c�pula com essas for�as no segundo turno.

Volatilidade


Bolsonaro sentiu o golpe da pesquisa Ipec. Havia ampla expectativa de parte do comando de sua campanha de que as grandes mobiliza��es do 7 de setembro seriam uma arrancada para a vit�ria, mas n�o foi isso que ocorreu. O brado presidencial de que era “imbroch�vel” roubou toda a narrativa patri�tica. O ato revelou mais capacidade de mobiliza��o dos bolsonaristas do que de persuas�o dos eleitores indefinidos. Os ataque a Lula com base nas den�ncias de corrup��o no seu governo tamb�m n�o est�o aumentando a rejei��o do petista como se imaginava; outras bandeiras bolsonaristas se esvaziaram com a chegada de Bolsonaro ao poder. No fundo, o mau desempenho do governo, principalmente nas �reas sociais, como educa��o, sa�de, habita��o, virou uma mala sem al�a que seus aliados precisam carregar.

Nas pr�ximas semanas, o ambiente eleitoral se tornar� mais vol�til, porque a maioria dos eleitores come�ar� a consolidar ou mudar o voto. A possibilidade de uma vit�ria de Lula no primeiro turno � real, mas nem de longe est� consolidada. O que as pesquisas est�o mostrando at� agora � que o cen�rio de segundo turno � o mais prov�vel, com Lula e Bolsonaro. Essa polariza��o pode desidratar Ciro Gomes, nas pr�ximas semanas, em favor do petista. Mas esse � o caso de Simone Tebet? Se sua candidatura do MDB for volatilizada, para onde ir�o os seus votos?
 

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