
Apesar dos acenos dos Estados Unidos ao Brasil, com assinatura de memorando para financiar oportunidades de neg�cios e promessas de facilita��o para o com�rcio e os investimentos entre os dois pa�ses, o Brasil n�o deve se alinhar irrestritamente aos norte-americanos na disputa geopol�tica com a China. Isso porque o pa�s asi�tico � o maior parceiro comercial do Brasil e um dos grandes investidores na economia brasileira. Nesse cen�rio, a fala do presidente Jair Bolsonaro ao vetar a vacina contra a COVID-19 desenvolvida pelo laborat�rio chin�s Sinovac em parceria com o Instituto Butatan, de S�o Paulo, embora tenha como endere�o o governador paulista Jo�o D�ria (PSDB), provocou inc�modo no governo chin�s.
O pr�prio Bolsonaro, que em redes sociais disse que n�o compraria “vacina da China” tentou se corrigir mais tarde afirmando que nenhuma vacina ser� comprada pelo governo brasileiro antes de aprovada pelo Minist�rio da Sa�de e homologada pela Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa). Para empres�rios e investidores ansiosos para que surja uma cura para a pandemia que esfacelou economias mundo afora, a posi��o de Bolsonaro, pautada pela pol�tica e n�o pela ci�ncia, gera frustra��o. Desde que seja comprovadamente eficiente � uma vacina que pode trazer de volta a normalidade nas rela��es sociais e econ�micas, ainda prejudicadas pelas restri��es impostas pelo coronav�rus. A volta � normalidade � tudo que se quer para que a economia volte a crescer de forma mais vigorosa.
Mas o interesse estrat�gico dos Estados Unidos ao acenar ao Brasil com investimentos em �reas tecnol�gicas � barrar a continuidade do uso dos equipamentos da chinesa Huawei no Brasil e sua participa��o no leil�o para implanta��o da quinta gera��o (5G) da tecnologia de telecomunica��es previsto para o ano que vem. Os Estados Unidos veem no dom�nio das redes de telecomunica��es chinesas, com poder de controle de equipamentos inteligentes, um risco para sua soberania e promovem uma cruzada pelo mundo para convencer outras na��es, incluindo o Brasil, dessa amea�a representada pela companhia chinesa.
Enquanto acordos eram assinados em Bras�lia esta semana, o embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Nestor Forster, lembrava que a decis�o sobre a tecnologia 5G a ser adotada no pa�s s� ser� tomada no ano que vem e que n�o se trata de banir essa ou aquela empresa, mas garantir o interesse brasileiro. E esse interesse deve passar por preservar a parceria comercial com a China, que, de janeiro a setembro, gerou um super�vit de US$ 28,8 bilh�es, o que representa 68% do saldo da balan�a comercial brasileira no acumulado do ano. O total do com�rcio entre brasileiros e chineses � de mais de US$ 78 bilh�es neste ano. Os dados s�o do Indicador de Com�rcio Exterior (Icomex) da Funda��o Getulio Vargas (FGV).
Al�m disso, a Embaixada da China no Brasil afirma que empresas do seu pa�s investiram mais de US$ 15 bilh�es no Brasil nos �ltimos 2 anos em �reas como agricultura, novas energias, telecomunica��es, eletricidade, petr�leo, infraestrutura e log�stica, entre outras, com mais US$ 5 bilh�es j� acordados para serem investidos. “O total de investimentos no pa�s j� superou US$ 80 bilh�es e chegar� a US$ 109 bilh�es em 3 a 5 anos. As empresas chinesas no Brasil criaram mais de 50 mil empregos diretos”, publicou a embaixada chinesa em uma rede social.
Caso opte por excluir a Huawei do leil�o de 5G, o Brasil n�o ver� os investimentos chineses evaporarem da noite para o dia, nem as compras de commodities cessarem, mas ver� no m�dio prazo uma mudan�a de postura dos chineses em rela��o ao mercado brasileiro. E esse impacto n�o ser� absorvido pelos Estados Unidos, principalmente no caso do agroneg�cio, que de janeiro a julho destinou 40% das suas vendas externas para o pa�s asi�tico. Segundo o Minist�rio da Agricultura, para cada US$ 1 exportado para os Estados Unidos outros US$ 7 s�o exportados para a China. Isso mostra que o Brasil ter� que se “vacinar” contra os impactos de um alinhamento irrestrito aos interesses dos Estados Unidos, ou a economia brasileira adoecer�.
IMPOSTOS
US$ 1,03 TRILH�O � quanto foi a arrecada��o federal no acumulado de janeiro a setembro, segundo a Receita Federal. O valor � menor desde 2010
Bebidas em alta
Levantamento da GYRA+, plataforma on-line de concess�o de cr�dito para pequenas empresas, mostra que o com�rcio de bebidas, com alta de 10,5% nos �ltimos 12 meses, foi o que teve melhor desempenho entre v�rios setores. J� restaurantes e similares tiveram queda de 5,7%, mostrando que o segmento foi um dos mais afetados pela pandemia de coronav�rus.
Estreia em BH
Com 300 lojas em todo o pa�s e prevendo fechar o ano com mais 13 unidades, a rede Domino's Pizza decidiu come�ar por Belo Horizonte a implanta��o de um novo modelo com a ado��o da dark kitchen (cozinha fantasma) no Via Shopping Barreiro. A tecnologia conta com totens de autoatendimento, onde o pedido � feito para ser entregue por uma cozinha distante 4 minutos a p�.