
O processo de desindustrializa��o � patente. Nos �ltimos cinco anos, a presen�a da produ��o industrial no mundo cresceu 10%. No mesmo per�odo, no Brasil, houve uma queda de 15%. Do Produto Interno Bruto a ind�stria representa apenas 11%, quando j� teve uma participa��o pr�xima a um quarto do PIB. Neste ritmo, o pa�s deixar� de fazer parte do rol das 10 maiores economias industriais.
S�o muitos os fatores que podem explicar este triste quadro. Passa pela baixa produtividade da m�o de obra, por problemas econ�micos dos parceiros, como a Argentina, a falta de linhas de financiamento por parte do BNDES, por problemas cambiais, entre outras raz�es. Mas o principal fator � a inexist�ncia de uma pol�tica industrial. E que foi agravada ainda mais no atual governo. Tamb�m deve ser destacada a passividade das lideran�as empresariais.
Qual �, por exemplo, a posi��o da Fiesp? Absoluta omiss�o – e isso onde est� estabelecido o principal parque industrial nacional. Nada prop�e, n�o debate, reivindica, sugere. Optou pelo sil�ncio. Vive como uma entidade burocr�tica, um cart�rio. Perdeu a condi��o de liderar o processo industrial, de estabelecer a ponte entre o setor e um projeto nacional de desenvolvimento. Sobrevivem as entidades empresariais como meros grupos de press�o em busca de alguma benesse estatal.
Milhares de pequenos e m�dios industriais est�o abandonados. Lutam para sobreviver frente � concorr�ncia desigual das mercadorias importadas. N�o encontram no governo nenhum tipo de apoio. Pelo contr�rio, a equipe econ�mica joga contra a ind�stria nacional. � identificada com os setores importadores – portanto, que est�o em conflito com os empres�rios da ind�stria – e principalmente com o capital especulativo. Al�m, � mais que evidente, da rela��o de subservi�ncia frente ao capital estrangeiro. E todo o esfor�o desenvolvido pelo pa�s desde, especialmente, os anos 1930 est� sendo jogado fora.
S�o muitos os fatores que podem explicar este triste quadro. Passa pela baixa produtividade da m�o de obra, por problemas econ�micos dos parceiros, como a Argentina, a falta de linhas de financiamento por parte do BNDES, por problemas cambiais, entre outras raz�es. Mas o principal fator � a inexist�ncia de uma pol�tica industrial. E que foi agravada ainda mais no atual governo. Tamb�m deve ser destacada a passividade das lideran�as empresariais.
Qual �, por exemplo, a posi��o da Fiesp? Absoluta omiss�o – e isso onde est� estabelecido o principal parque industrial nacional. Nada prop�e, n�o debate, reivindica, sugere. Optou pelo sil�ncio. Vive como uma entidade burocr�tica, um cart�rio. Perdeu a condi��o de liderar o processo industrial, de estabelecer a ponte entre o setor e um projeto nacional de desenvolvimento. Sobrevivem as entidades empresariais como meros grupos de press�o em busca de alguma benesse estatal.
Milhares de pequenos e m�dios industriais est�o abandonados. Lutam para sobreviver frente � concorr�ncia desigual das mercadorias importadas. N�o encontram no governo nenhum tipo de apoio. Pelo contr�rio, a equipe econ�mica joga contra a ind�stria nacional. � identificada com os setores importadores – portanto, que est�o em conflito com os empres�rios da ind�stria – e principalmente com o capital especulativo. Al�m, � mais que evidente, da rela��o de subservi�ncia frente ao capital estrangeiro. E todo o esfor�o desenvolvido pelo pa�s desde, especialmente, os anos 1930 est� sendo jogado fora.
O meio s�culo entre 1930-1980 marcou o grande momento da economia brasileira. E a ind�stria jogou papel fundamental. Basta recordar que em S�o Paulo, com mais destaque ap�s o final da Segunda Guerra Mundial, recebeu centenas de milhares de migrantes nordestinos (e mineiros) que foram rapidamente absorvidos como oper�rios, mesmo n�o tendo, inicialmente, a qualifica��o necess�ria para o trabalho industrial.
Muitos aprendiam o novo of�cio na pr�tica, tendo como mestre o oper�rio que operava a m�quina ao lado da sua. Esta facilidade no aprendizado explica a r�pida adapta��o da for�a de trabalho a um novo padr�o de produ��o. Enquanto na Inglaterra o processo de cercamentos dos campos levou, durante quase dois s�culos, � expuls�o da m�o de obra para as cidades, onde estava se desenvolvendo a transi��o para a manufatura, no Brasil, esse processo foi muito mais veloz.
O sertanejo abandonava a mis�ria do semi�rido e migrava em busca de emprego. Um m�s depois estava empregado em S�o Paulo em uma f�brica e se filiava a algo que nunca tinha ouvido falar, o sindicato. Isso no mesmo momento em que obtinha o t�tulo de eleitor, transformando-se em cidad�o pleno. Ou seja, ocorreu no Brasil – e a ind�stria foi o elemento determinante neste processo – uma revolu��o econ�mica e social numa escala raramente encontrada no continente americano. Isso explica que, naquele per�odo, no mundo ocidental, o pa�s tenha sido o que mais cresceu.
Muitos aprendiam o novo of�cio na pr�tica, tendo como mestre o oper�rio que operava a m�quina ao lado da sua. Esta facilidade no aprendizado explica a r�pida adapta��o da for�a de trabalho a um novo padr�o de produ��o. Enquanto na Inglaterra o processo de cercamentos dos campos levou, durante quase dois s�culos, � expuls�o da m�o de obra para as cidades, onde estava se desenvolvendo a transi��o para a manufatura, no Brasil, esse processo foi muito mais veloz.
O sertanejo abandonava a mis�ria do semi�rido e migrava em busca de emprego. Um m�s depois estava empregado em S�o Paulo em uma f�brica e se filiava a algo que nunca tinha ouvido falar, o sindicato. Isso no mesmo momento em que obtinha o t�tulo de eleitor, transformando-se em cidad�o pleno. Ou seja, ocorreu no Brasil – e a ind�stria foi o elemento determinante neste processo – uma revolu��o econ�mica e social numa escala raramente encontrada no continente americano. Isso explica que, naquele per�odo, no mundo ocidental, o pa�s tenha sido o que mais cresceu.
A industrializa��o teve no Estado um elemento protetor, mas tamb�m din�mico. Foi ele que possibilitou desenvolver a infraestrutura indispens�vel para a expans�o econ�mica. Esta parceria explica os altos �ndices de crescimento do PIB, como nunca na nossa hist�ria. A ind�stria fazia parte de um projeto de na��o. E a forma de inser��o do Brasil no mercado mundial deu-se atrav�s de uma leitura correta da conjuntura. Aproveitando-se das contradi��es entre os chamados pa�ses centrais, o Brasil foi se industrializando e edificando uma importante base fabril, a maior da Am�rica Latina.
A depend�ncia do Estado acabou diminuindo a din�mica deste processo. O setor industrial por si s� n�o conseguiu obter autonomia. Cresceu enquanto havia fortes investimentos estatais. Quando o Estado come�ou a entrar em crise, a partir de 1982, com a crise da d�vida externa, a ind�stria deu os primeiros sinais negativos.
Com a pol�tica de abertura da economia, no governo Collor (1990-1992), o setor teve dificuldade de se adaptar aos novos tempos, recordando que na �ltima d�cada do s�culo 20, a China j� dava passos importantes na economia internacional e o mundo socialista entrava em crise terminal. Nesta nova realidade, diversamente das d�cadas anteriores, a ind�stria perdeu o dinamismo. No s�culo atual, pol�ticas equivocadas – como a do PT, malbaratando os recursos do BNDES – aprofundaram a crise. E a falta de lideran�as empresariais que possam desenhar alternativas vi�veis ao setor, produziu este cen�rio desolador de desindustrializa��o.
Com a pol�tica de abertura da economia, no governo Collor (1990-1992), o setor teve dificuldade de se adaptar aos novos tempos, recordando que na �ltima d�cada do s�culo 20, a China j� dava passos importantes na economia internacional e o mundo socialista entrava em crise terminal. Nesta nova realidade, diversamente das d�cadas anteriores, a ind�stria perdeu o dinamismo. No s�culo atual, pol�ticas equivocadas – como a do PT, malbaratando os recursos do BNDES – aprofundaram a crise. E a falta de lideran�as empresariais que possam desenhar alternativas vi�veis ao setor, produziu este cen�rio desolador de desindustrializa��o.