
Se Jair Bolsonaro fosse cat�lico – cat�lico de verdade – certamente faria uma promessa para Santa Dulce dos pobres pedindo uma gra�a: a liberta��o de Lula. Para ele vai ser a salva��o do seu governo. Poder�, ent�o, dedicar-se todos os dias a transformar o petista no seu advers�rio eleitoral.
Isto j� pensando em 2022. Assim evitaria ter de se dedicar �s tarefas que considera enfadonhas, aquelas que s�o da responsabilidade do presidente da Rep�blica. Este desejo est� pr�ximo de ser obtido.
O Supremo Tribunal Federal deve abrir caminho para que os condenados em segunda inst�ncia possam recorrer em liberdade. Dever� tamb�m, ainda este m�s, julgar a suspei��o do ent�o juiz S�rgio Moro. O pacote completo poder� transformar outubro em um verdadeiro Natal para Luiz In�cio Lula da Silva.
Isto j� pensando em 2022. Assim evitaria ter de se dedicar �s tarefas que considera enfadonhas, aquelas que s�o da responsabilidade do presidente da Rep�blica. Este desejo est� pr�ximo de ser obtido.
O Supremo Tribunal Federal deve abrir caminho para que os condenados em segunda inst�ncia possam recorrer em liberdade. Dever� tamb�m, ainda este m�s, julgar a suspei��o do ent�o juiz S�rgio Moro. O pacote completo poder� transformar outubro em um verdadeiro Natal para Luiz In�cio Lula da Silva.
O presidente da Rep�blica s� pensa em uma coisa: na reelei��o. Para isso necessita, dentro da sua particular vis�o de mundo – manter o clima permanente de tens�o. Acredita que desta forma viabiliza sua candidatura ao segundo turno em 2022. Se enxerga eleitoralmente a longo prazo, o faz para escamotear o fracasso administrativo, pol�tico e econ�mico do seu governo.
N�o tem nada de relevante para apresentar ao eleitorado a n�o ser – e da� a import�ncia de Lula livre – o antagonismo com o PT. Antagonismo, vale destacar, absolutamente despolitizado. Inexiste uma contraposi��o ideol�gica em termos administrativos pois o governo, at� agora, nada tem para apresentar. Nestes quase 10 meses de bolsonarismo, o discurso ocupou o lugar da pr�tica governamental. Falou muito – e de forma inconsequente – e pouco realizou.
N�o tem nada de relevante para apresentar ao eleitorado a n�o ser – e da� a import�ncia de Lula livre – o antagonismo com o PT. Antagonismo, vale destacar, absolutamente despolitizado. Inexiste uma contraposi��o ideol�gica em termos administrativos pois o governo, at� agora, nada tem para apresentar. Nestes quase 10 meses de bolsonarismo, o discurso ocupou o lugar da pr�tica governamental. Falou muito – e de forma inconsequente – e pouco realizou.
Bolsonaro acredita que tem de manter o clima eleitoral de 2018. N�o entendeu que o processo sucess�rio do ano passado teve particularidades que dificilmente se repetir�o.
A proximidade do impeachment de Dilma Rousseff, o envolvimento de Michel Temer em supostas irregularidades – que tamb�m atingiram alguns dos seus ministros –, a profunda insatisfa��o com o funcionamento dos poderes constitu�dos, tudo isso acabou conduzindo a que os eleitores buscassem algo novo, que rompesse com o que consideravam tradicionalismo, a velha pol�tica, como foi ent�o chamada.
Apesar de o eleitor desconhecer as ideias de Bolsonaro, ele acabou vencendo o pleito pelo firme posicionamento contra o PT. E foi ajudado por Fernando Haddad que, a cada segunda feira, ia a Curitiba ouvir os conselhos do sentenciado Lula. Isto sinalizava que caso fosse eleito iria buscar algum meio para libertar o principal condenado pela Opera��o Lava-Jato. Era tudo o que seu opositor queria. Jogando no aprofundamento da desmoraliza��o do PT – e o petrol�o, o maior desvio de recursos p�blicos da Hist�ria, facilitou esta tarefa – acabou eleito sem que o eleitorado tivesse uma p�lida ideia de como seria o seu governo.
A proximidade do impeachment de Dilma Rousseff, o envolvimento de Michel Temer em supostas irregularidades – que tamb�m atingiram alguns dos seus ministros –, a profunda insatisfa��o com o funcionamento dos poderes constitu�dos, tudo isso acabou conduzindo a que os eleitores buscassem algo novo, que rompesse com o que consideravam tradicionalismo, a velha pol�tica, como foi ent�o chamada.
Apesar de o eleitor desconhecer as ideias de Bolsonaro, ele acabou vencendo o pleito pelo firme posicionamento contra o PT. E foi ajudado por Fernando Haddad que, a cada segunda feira, ia a Curitiba ouvir os conselhos do sentenciado Lula. Isto sinalizava que caso fosse eleito iria buscar algum meio para libertar o principal condenado pela Opera��o Lava-Jato. Era tudo o que seu opositor queria. Jogando no aprofundamento da desmoraliza��o do PT – e o petrol�o, o maior desvio de recursos p�blicos da Hist�ria, facilitou esta tarefa – acabou eleito sem que o eleitorado tivesse uma p�lida ideia de como seria o seu governo.
� evidente que a perman�ncia da tens�o pol�tica � uma estrat�gia meramente eleitoral, contudo, a irrespons�vel antecipa��o do processo sucess�rio imobilizou a a��o pol�tica governamental. De um lado porque Bolsonaro s� pensa em se manter no poder; de outro porque todos os pretensos candidatos � sua sucess�o v�o – e faz parte da pol�tica – inviabilizar os projetos do governo.
Este quadro � agravado pela in�pcia administrativa da maioria dos seus ministros. Sem exagero, esta � a pior composi��o ministerial desde 1889. Nunca se viu tantos ministros sem a m�nima qualifica��o para o exerc�cio dos cargos. Al�m da incompet�ncia, h� uma a��o deliberada de minar a estrutura governamental, destruir o que foi constru�do com muito trabalho nas �ltimas d�cadas. E n�o faltam exemplos. Basta observar o Itamaraty, o MEC, as �reas de direitos humanos, cultura, ci�ncia e tecnologia, entre outras.
Este quadro � agravado pela in�pcia administrativa da maioria dos seus ministros. Sem exagero, esta � a pior composi��o ministerial desde 1889. Nunca se viu tantos ministros sem a m�nima qualifica��o para o exerc�cio dos cargos. Al�m da incompet�ncia, h� uma a��o deliberada de minar a estrutura governamental, destruir o que foi constru�do com muito trabalho nas �ltimas d�cadas. E n�o faltam exemplos. Basta observar o Itamaraty, o MEC, as �reas de direitos humanos, cultura, ci�ncia e tecnologia, entre outras.
O pa�s est� paralisado. A desindustrializa��o – que foi se agravando neste s�culo – � evidente. Nos �ltimos cinco anos, enquanto no mundo a produ��o industrial cresceu 10%, no Brasil caiu 15%. O desemprego continua muito alto. Temos aqueles – e s�o milh�es – que trabalham parte da jornada, al�m dos que desistiram de procurar trabalho.
A queda dos investimentos governamentais � patente. A situa��o das contas p�blicas � extremamente preocupante. A promessa de zerar o d�ficit prim�rio este ano foi postergada para 2023! O PIB deve crescer apenas 0,8%. O acordo do Mercosul com a Uni�o Europeia dificilmente ser� aprovado pelos parlamentos nacionais de 27 pa�ses. O sonho de entrar na OCDE a qualquer pre�o – como o de abandonar o status de pa�s em desenvolvimento na OMC – tamb�m fracassou.
A queda dos investimentos governamentais � patente. A situa��o das contas p�blicas � extremamente preocupante. A promessa de zerar o d�ficit prim�rio este ano foi postergada para 2023! O PIB deve crescer apenas 0,8%. O acordo do Mercosul com a Uni�o Europeia dificilmente ser� aprovado pelos parlamentos nacionais de 27 pa�ses. O sonho de entrar na OCDE a qualquer pre�o – como o de abandonar o status de pa�s em desenvolvimento na OMC – tamb�m fracassou.
Politicamente o governo est� sem sustenta��o inclusive do seu pr�prio partido, o PSL. No Congresso, o pouco que foi aprovado deve-se � a��o de lideran�as que agiram de forma independente, distantes das determina��es do Pal�cio do Planalto. As pesquisas de opini�o apresentam que a maioria dos consultados n�o confiam em Bolsonaro. Frente a este quadro, por que Bolsonaro quer se reeleger?