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Marco Ant�nio Villa sobre Bolsonaros: 'O Brasil n�o merece suport�-los por mais 38 meses'

Para colunista, a fam�lia do presidente usa o espa�o p�blico para atender aos seus interesses privados e deixa o pa�s ref�m de suas atitudes


postado em 24/10/2019 06:00 / atualizado em 24/10/2019 09:12

Então líder do PSL, Delegado Waldir chamou por duas vezes Bolsonaro de vagabundo(foto: Carolina Antunes/PR)
Ent�o l�der do PSL, Delegado Waldir chamou por duas vezes Bolsonaro de vagabundo (foto: Carolina Antunes/PR)

O Brasil � ref�m da fam�lia Bolsonaro. N�o h� dia sem que um deles crie um problema para o pa�s. Isto desde 1º de janeiro de 2019. H� um sentimento de cansa�o frente � irresponsabilidade, como se o Brasil fosse uma republiqueta bananeira. Age com desfa�atez sem medir as consequ�ncias. E sempre sob a coordena��o do pai. Nenhuma a��o, por menos importante que seja, ocorre sem que Jair Bolsonaro autorize.

Este clima de conflagra��o permanente produz instabilidade pol�tica. Isso no momento em que vivemos a mais grave crise econ�mica do per�odo republicano – sem esquecer que no campo pol�tico a conjuntura � grave desde 2014, representando, no tempo, a mais longeva turbul�ncia e mais profunda por atingir tamb�m as institui��es produzidas pela Constitui��o de 1988.

A crise no PSL – e que abala as rela��es do Executivo com o Congresso Nacional – est� intimamente relacionada ao modus operandi dos Bolsonaros. O pai quer controlar o partido. N�o h� em pauta nenhum assunto de interesse p�blico. Nenhuma quest�o ideol�gica ou algum princ�pio partid�rio. Muito menos alguma a��o governamental.

O que a fam�lia deseja � controlar os milh�es de reais dos fundos eleitoral e partid�rio. S� isso. N�o h� pejo. Querem porque querem deter as r�deas do partido e determinar, ao bel-prazer familiar, o destino desta fortuna. Dinheiro p�blico, recorde-se. � a velh�ssima pol�tica na sua mais perfeita tradu��o.

Os Bolsonaros entendem o espa�o p�blico como uma mera continuidade dos seus interesses privados. Agem certos da impunidade penal ou moral. Basta recordar que o pai, ao longo da sua p�fia vida parlamentar, empregou mais de uma centena de familiares, de acordo com levantamento publicado na imprensa. E considera esta a��o antirrepublicana absolutamente natural.

Outro filho, Fl�vio, transformou seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, de acordo com den�ncias de conhecimento p�blico, em um sorvedouro de recursos oficiais, em um curioso socialismo bolsonarista: era obrigatoriamente partilhado com o deputado o sal�rio recebido pelos assessores. O respons�vel pela divis�o salom�nica – em nome de Jesus, claro – era Fabr�cio Queiroz. Apesar da gravidade dos acontecimentos, as investiga��es est�o paradas e o pa�s assiste � tentativa de soterrar o esc�ndalo.

Outro mancebo, Eduardo, resolveu, por determina��o paterna, estabelecer pouso em S�o Paulo. Desconhece o estado, sua hist�ria, seus problemas. Fixou-se simplesmente para poder obter um mandato, um sal�rio e uma pequena legi�o de assessores. Foi como se a franquia Bolsonaro fosse transferida para o estado natal do pai e servisse para abocanhar recursos p�blicos.

O mais jovem, Carlos, se instalou h� anos na C�mara Municipal do Rio de Janeiro. Dedicou-se exclusivamente aos interesses do chefe do cl�. Em certo momento, foi entronizado nas redes sociais do pai. Passou a se dedicar a falar pelo genitor. N�o se preocupou com as poss�veis puni��es legais (crime de falsa identidade?). Criou, segundo den�ncias, uma rede de milicianos digitais.

De acordo com a ex-l�der do governo no Congresso, seria respons�vel por milhares de perfis falsos. Mais grave: haveria no interior do pr�prio Pal�cio do Planalto funcion�rios pagos com dinheiro p�blico para, nas redes sociais, atacar advers�rios pol�ticos dos Bolsonaros. E o presidente da Rep�blica teria conhecimento desta a��o criminosa.

Foi denunciado, por parlamentares advers�rios da fam�lia presidencial, que cargos e fun��es p�blicas estariam sendo oferecidos em troca de apoio para controlar o partido e a lideran�a na C�mara dos Deputados.

Nesse caso, mais uma vez, os recursos estatais seriam utilizados para beneficiar interesses privados, o que configura crime. Um parlamentar chegou a gravar o presidente da Rep�blica tentado constrang�-lo a apoiar o seu filho Fl�vio. O ent�o l�der do PSL, Delegado Waldir, em reuni�o, chamou por duas vezes Bolsonaro de vagabundo. Repetiu, no dia seguinte, a mesma afirma��o. Disse tamb�m que iria implodir o governo.

Toda barafunda dos �ltimos dias – a �ltima crise come�ou em 8 de outubro – ocupou boa parte do notici�rio pol�tico. E as energias do governo. Como os Bolsonaros s� agem pensando no interesse privado, n�o deram a m�nima import�ncia ao maior desastre ambiental em extens�o da hist�ria do Brasil: o vazamento de petr�leo no litoral nordestino.

N�o dedicaram um segundo � trag�dia. Nada propuseram. N�o solicitaram uma r�pida a��o governamental. Nada. Sil�ncio absoluto. O fato serve para ilustrar como eles agem e seus apaniguados. Inexistem as categorias que moldam o esp�rito republicano nas suas a��es. A l�gica dos Bolsonaros � a do utilitarismo no sentido vulgar – n�o o de Jeremy Bentham, claro.

Os Bolsonaros est�o para completar 10 meses no governo. O Brasil n�o merece suport�-los por mais 38 meses. Chegou a hora de usar o que disp�e a Constitui��o, antes que seja tarde.

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