
Bem diferente da personagem de Christopher Reeve na produ��o americana “Em algum lugar do passado”, que mergulha numa viagem ao tempo antigo e prefere morrer a deixar de lutar pela felicidade que buscava numa vida anterior, o ministro da Economia, Paulo Guedes, quer se livrar o mais r�pido do que decretou como passado: o infort�nio da economia brasileira representado no tombo de quase 10% do PIB no segundo trimestre. O cinema, contudo, imita a vida e para os mineiros e brasileiros mais afetados pela crise econ�mica e sanit�ria nada indica que ser� f�cil vencer as dificuldades – para eles, sim, presentes –, mas colocadas na conta do passado por Guedes.
Minas Gerais tamb�m n�o fugiu � forte retra��o. De abril a junho, o PIB estadual encolheu 9,8%, na compara��o com o primeiro trimestre. Trata-se do pior resultado em 19 anos de apura��o do PIB estadual. Ante o segundo trimestre do ano passado, a queda alcan�ou 11,2%, como apuraram os pesquisadores da Funda��o Jo�o Pinheiro. Pesaram, sobretudo, setores determinantes na produ��o de bens e servi�os no estado, a ind�stria de transforma��o, servi�os de transporte, al�m do com�rcio e da atividade extrativa mineral.
Independentemente do tamanho da queda e do fato de ela se referir a tr�s meses atr�s, melhor seria que o ministro da Economia assumisse a obriga��o que cabe a ele, no cargo, de apresentar sa�das � popula��o prejudicada em seu emprego e renda por uma crise que j� preocupava antes da pandemia. � tamb�m do que precisam se ocupar os governos estaduais e municipais.
Quem milita no dia a dia das fam�lias que lutam para ter vida digna e pr�spera sabe que pouco adianta um governo assentado sobre a rea��o de indicadores do mercado financeiro, c�mbio, e de grandes setores exportadores. N�o se pode tamb�m desconsiderar que por tr�s da recupera��o indicada pelo IBGE da ind�stria brasileira, que cresceu 8% em julho ante maio, existe perda de 27% acumulada em mar�o e abril que n�o foi eliminada.
Com base nas proje��es da Funda��o Jo�o Pinheiro, divulgadas em agosto, portanto antes de conhecido o resultado do PIB, o estado poder� encolher 4,9% neste ano, com trope�os de 7,7% da ind�stria e 4,2% do setor de servi�os. A agropecu�ria tende a crescer, dada a pujan�a do caf�, soja e a��car, com expans�o poss�vel de 4,2%. Ao ritmo atual, sem medidas muito ativas de recupera��o, Minas s� deve voltar a crescer no segundo trimestre de 2021.
N�o se trata de ser pessimista; � perceber a realidade e repensar sa�das, com pol�ticas inclusivas, de uma dificuldade que n�o � moment�nea, mas estrutural da economia, como afirma a economista T�nia Cristina Teixeira, presidenta do Conselho Regional de Economia de Minas Gerais (Corecon-MG). “Cabe criar possibilidades de ativar a economia internamente, com medidas de apoio �s micro e pequenas empresas (grandes empregadoras no pa�s), investimentos p�blicos, pol�ticas setoriais de apoio � ind�stria e de desenvolvimento.”
Envolvida num programa lan�ado pelo Corecon-MG para oferecer consultoria volunt�ria � pequenas empresas, cursos de planejamento financeiro e campanha contra as fakenews, T�nia Teixeira lembra que o cen�rio de 2021 traz ao estado e ao pa�s maiores preocupa��es, diante do aumento do desemprego e da queda da renda.
“Com um programa de renda m�nima, de fato, pode-se ativar a economia interna. Outros pa�ses j� fizeram isso. Ou vamos depender do aux�lio emerg�ncia?”, observa. Tamb�m n�o basta oferecer cr�dito e que n�o esteja acess�vel �s pequenas empresas. Em Minas, a agropecu�ria, e n�o s� os segmentos exportadores da atividade, podem dar resposta positiva para o PIB estadual. Mas, nada disso, na avalia��o de T�nia Teixeira, pode ser feito sem investimento p�blico e privado, vis�o oposta � cartilha muito comum no estado e no pa�s concentrada em corte de gastos.
PADARIAS
O consumo de energia fotovoltaica pelas padarias de Minas Gerais deve crescer. Parceria entre o sindicato do setor (Amip�o) e a empresa Solatio, que desenvolve projetos solares, permitiu aos estabelecimentos usar a nova matriz energ�tica, por meio de uma usina em Manga. Segundo a Amip�o, h� outras duas usinas dispon�veis para incrementar o acordo.
EMPREGOS
A fabricante de alimentos CJ Selecta, subsidi�ria no Brasil do grupo sul-coreano Cheil Jedang, informou � Prefeitura de Uberl�ndia que vai transferir para o munic�pio sua matriz, hoje, localizada em Goi�nia. A transfer�ncia deve resultar em abertura de 80 a 100 empregos na cidade-polo do Tri�ngulo mineiro.
CAPACITA��O
25 mil
� o n�mero de vagas anunciado pelo governo de Minas em cursos gratuitos e on-line para qualifica��o profissional, em parceria com a empresa privada Digital Innovation One.Cadastro de interessados no site www.uaitec.mg.gov.br.