Contamina��o nas �reas rurais de Minas exige aten��o e medidas emergenciais

O aumento do n�mero de diagn�sticos de COVID-19 na �rea rural impressiona em Minas Gerais, como no Brasil, e liga o alerta para a atividade da agropecu�ria.

O setor foi o �nico com crescimento no estado em 2020 e segurou a queda da produ��o de bens e servi�os de Minas, contabilizada no PIB, de 3,9%. Enquanto a ind�stria e as empresas de presta��o de servi�os fecharam o ano no vermelho, houve ganho de 11,2% no campo, estimulado por eleva��o de pre�os e bons resultados das lavouras e da cria��o de animais.

Em menos de quatro meses, mais que dobrou o n�mero de pessoas contaminadas desde o in�cio da pandemia nos 10 maiores munic�pios da produ��o agropecu�ria mineira.

Segundo o boletim epidemiol�gico de ontem da Secretaria de Sa�de de Minas Gerais, o universo de infectados pelo v�rus nesse grupo de cidades que puxaram a salva��o da economia alcan�ou 119.471. Representa 110,7% a mais na compara��o com os 56.704 diagn�sticos que haviam sido confirmados em 30 de novembro do ano passado.

O n�mero de mortos subiu 124,4%, de 1.120 para 2.513 nesse per�odo. Os 10 munic�pios com maior participa��o no PIB agropecu�rio de Minas s�o, nesta ordem: Una�, Uberaba, Paracatu, Uberl�ndia, Estrela do Sul, Coromandel, Patroc�nio, Jo�o Pinheiro, Perdizes e Sacramento.

H� indica��es de que a velocidade tomada pela pandemia em quase quatro meses est� associada � sa�da de moradores das zonas urbanas em direa��o ao interior nas f�rias de fim de ano e �s viagens realizadas em feriados de carnaval.

No epicentro da crise sanit�ria, Uberaba e Uberl�ndia, polos do Tri�ngulo Mineiro, vivem situa��o dram�tica em seus sistemas de sa�de, com a acelerada contamina��o pelo v�rus. Preocupante tamb�m se mostra a situa��o de munic�pios menores com extensas �reas rurais.

Grande produtor de carv�o de eucalipto, Jo�o Pinheiro, no Noroeste de Minas, registrou total de �bitos cinco vezes superior entre o fim de novembro e esta semana, de sete para 36 notifica��es at� ontem. Os diagn�sticos cresceram mais de 2,6 vezes (de 902 para 2.830) contados desde mar�o de 2020.

Coromandel, cidade de destaque no mapa da produ��o de leite e gr�os do Noroeste do estado, viu eleva��o de 470,5% no n�mero de pessoas que se infectaram, de 275 para 1.569 casos.

Os registros de mortes cresceram mais de 15 vezes, de 5 para 77 no per�odo. Em Estrela do Sul, forte em extra��o vegetal no Tri�ngulo, o v�rus contaminou 273 pessoas, 279% a mais que os 72 diagn�sticos verificados no fim de novembro do ano passado.

At� meados do segundo semestre de 2020, pesquisadores no Brasil acreditavam que a COVID-19 estava mais associada a grandes cidades, onde a��es nos hospitais ficariam concentradas.

Em entrevista ao Portal Fiocruz, da Funda��o Oswaldo Cruz, o pesquisador Cassiano Franco, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, observou que foi dada muita aten��o � situa��o da pandemia e �s aglomera��es nos maiores munic�pios pa�s afora.

“Quest�es relacionadas � falta de acesso � agua, ao saneamento, a m�dicos, desabastecimento frequente de insumos e medicamentos sempre ocorreram nas �reas rurais. Agora, na pandemia, isso salta aos olhos”, afirmou. De acordo com estimativas do IBGE, 60% dos munic�pios no Brasil s�o caracterizados como urbanos.

A piora das contamina��es e das mortes nos munic�pios com grandes �reas rurais requer aten��o das autoridades, para que eles sejam inclu�dos na log�stica de distribui��o de insumos, rem�dios e equipamentos de prote��o individual.

Al�m da obriga��o do poder p�blico perante o direito � vida, onde quer que seja, a recupera��o da economia demandar� mais do que se imagina das cidades com grandes �reas rurais no estado.

Cassiano Franco, da UFRJ, sugeriu, como pol�tica p�blica essencial nas zonas rurais e remotas, que os grupos vulner�veis ao coronav�rus sejam identificados.

Outra medida recomendada � o mapeamento precoce de casos de contamina��o que estiverem se agravando para que os profissionais da sa�de possam antecipar a busca por transfer�ncia tanto para realiza��o de exames quanto para tratamento hospitalar intensivo.

156,50% - Foi quanto aumentou o total de diagn�sticos de COVID-19 em Minas entre 30 de novembro do ano passado e ontem

A Emater-MG e a Embrapa Cerrados firmaram parceria para estudar cultivares de mandioca, que os seus pesquisadores desenvolveram. Em Minas, foram implantadas 60 unidades de avalia��o nas regi�es Noroeste, Central, Norte, Mucuri, Sul e Zona da Mata. Desse universo, metade se destina ao estudo das chamadas cultivares de mesa, pr�prias para o consumo in natura, e o restante para avalia��o de uso industrial.