
Passo inicial da legisla��o que confere identidade a produtos de origem animal em Minas Gerais, – assim abrindo caminho para o reconhecimento de sistemas artesanais de fabrica��o –, t�cnicos do Instituto Mineiro de Agropecu�ria (IMA) trabalham na elabora��o e an�lise de novas portarias referentes � inspe��o desses itens, que costumam carregar tradi��o e fama associada ao sabor. O minucioso trabalho, que cabe ao estado, � requisito do decreto federal que criou o Selo Arte, uma esp�cie de chancela capaz de atestar n�o s� o modo artesanal como tamb�m proporcionar valor a itens t�picos, com reflexos no consumo.
Os produtores de queijos artesanais de leite cru foram os primeiros a receber o Selo Arte em Minas e continuam a concentrar o distintivo. Neste ano, a vez deve ser, ao menos, a da famosa carne de lata, apreciada desde os tempos das antigas fazendas mineiras, onde n�o existiam as geladerias. Era a pr�pria gordura que conservava os alimentos. Na prepara��o, o corte de porco � frito e armazenado na pr�pria banha dentro de uma lata tamb�m preparada para receber o alimento. A t�cnica teria sido aprendida com imigrantes atra�dos pelas lavouras no come�o do s�culo XIX.
Vencendo os desafios da sobreviv�ncia � modernidade, a carne de lata se transformou em neg�cio em regi�es do estado como o Centro-Oeste e a �rea Central de Minas, e ganhou adeptos em feiras agropecu�rias, de gastronomia e turismo. Refor�ando a produ��o de itens tradicionais que reflete h�bitos culturais e a hist�ria de Minas a, a conquista do Selo Arte permite a abertura de mercados em todo o pa�s e o fortalecimento de comunidades no interior e de uma engrenagem ainda pouco valorizada da economia.
O Selo Arte surgiu em 2019, portanto antes da pandemia de COVID-19 e, como v�rias outras iniciativas afetadas pela crise sanit�ria, perdeu a velocidade esperada em diversas regi�es de Minas na expectativa de ganhar alforria para a comercializa��o de suas iguarias pa�s afora. A despeito dos efeitos e do avan�o da COVID-19, produtores e associa��es de empreendedores est�o mobilizados e demandam regulamentos t�cnicos do IMA visando se adaptarem e legalizarem a produ��o para obterem o certificado.
Algumas dessas associa��es t�m sido assessoradas pelo Sebrae Minas. Ricardo Boscaro, analista da Unidade de Agroneg�cio da institui��o, diz que a falta de organiza��o dos produtores dificulta a negocia��o junto aos �rg�os reguladores e a adapta��o �s normas que garantem a identidade na fabrica��o. O avan�o que as queijarias artesanais de Minas conquistaram, amparadas no fortalecimento coletivo, s�o exemplo a ser seguido na busca do Selo Arte por outros produtos agroartesanais, que d�o sustento a milhares de produtores rurais no estado.
“A expectativa � de que o estado tenha maior velocidade na regulamenta��o desses produtos, levando ao avan�o do Selo Arte, inclusive porque o consumidor demanda esses produtos e existe uma necessidade de melhor organiza��o desses neg�cios no interior”, afirma Boscaro. Ele destaca, ainda, o papel da regulamenta��o como atestado da seguran�a alimentar. Outra caracter�stica que interfere na organiza��o dos produtores � a pulveriza��o da oferta de alguns produtos, como � o caso da carne de lata.
T�m potencial, tamb�m, para buscar o Selo Arte iguarias identificadas com a hist�ria e a cultura dos mineiros como a carne do frango caipira, lingui�a, salaminho e o presunto cru. S�o itens que devem tentar seguir o caminho pavimentado pelos produtores de queijo artesanal. Minas tem 13 regi�es reconhecidas por essa produ��o e em duas delas – a Serra da Canastra e o Serro – as queijarias evolu�ram para a conquista do selo de Indica��o Geogr�fica (IG) emitido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
Os produtores dos queijos artesanais de Alagoa, da Serra da Mantiqueira e do Cerrado mineiro tamb�m dever�o buscar a valoriza��o por meio do selo de IG. Boscaro lembra que essa certifica��o reconhece a tradi��o que envolve o produto e sua forma de fabrica��o, al�m da notoriedade na dele regi�o, provocando, em geral, o reposicionamento no mercado consumidor, com melhorias de qualidade e organiza��o da atividade.
Mata Atl�ntica
Propostas para a consolida��o do novo plano de preserva��o da mata atl�ntica em Minas Gerais podem ser feitas at� 14 de junho, por meio de preenchimento de formul�rio dispon�vel no site www.ief.mg.gov.br, do Instituto Estadual de Florestas (IEF). O governo estadual abriu a consulta p�blica na ter�a-feira para atualiza��o do programa. O texto completo est� na p�gina eletr�nica do IEF.
Estrelato
12 � o n�mero de Indica��es Geogr�ficas de produtos de Minas Gerais. O caf� � o carro-chefe, com 4 Igs