Mercados atacadistas antecipam aumentos de pre�os de hortali�as e frutas

Dif�cil satisfazer desejos de consumo diante da infla��o que n�o tem dado tr�gua e de um inferno astral determinado pela conjuga��o de crise h�drica e eleva��o dos pre�os dos combust�veis e da energia. Em Minas, as fam�lias devem preparar o bolso para uma nova safra de aumentos que acabaram de chegar ao atacado, em parte devido aos efeitos das geadas que atingiram as lavouras em julho. Ao menos parcela das remarca��es deve alcan�ar o varejo, encarecendo hortali�as e frutas.

Na Ceasa Minas, as altas de julho chegaram a 13,84% no pre�o do quilo do mam�o negociado entre produtores e distribuidores e varejistas e a 11,87% para a banana, duas das frutas mais consumidas. Houve expressiva corre��o, da mesma forma, nos pre�os da ma��, de 8,74%. Os repasses devem se juntar aos de alguns itens que j� encareceram nos sacol�es, supermercados e mercados, como o tomate e a cenoura.

 

 

 

 

Os reajustes dos pre�os de tomate e cenoura alcan�aram 43,85% e 51,28%, respectivamente, no atacado. Boletim de acompanhamento de pre�os produzido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) destaca que as eleva��es de pre�os nos mercados atacadistas atingiram os principais entrepostos da Ceasa no pa�s.

A maior varia��o para o pre�o do tomate, no m�s passado, foi observada em Vit�ria, de 64,57%. A oferta do produto caiu, fato que pressionou os pre�os, devido ao atraso no desenvolvimento do fruto e no ponto de colheita provocado pelas baixas temperaturas de julho. As perdas promoveram corre��es de pre�os na maioria dos entrepostos do pa�s e, de acordo com a Conab, a tend�ncia � de eleva��o.

A revers�o de pre�os que estavam em queda para a alta de julho, no caso da cenoura, � explicada como consequ�ncia do frio intenso e das geadas que ca�ram em Minas, afetando o fluxo da produ��o. Os fen�menos clim�ticos adversos ocorreram entre o fim da safra de ver�o e o in�cio da temporada de inverno.

A redu��o da oferta da banana-nanica combinada �s exporta��es da fruta resultaram no aumento de pre�os no atacado. Na mesma dire��o, vendas externas positivas da ma�� teriam contribu�do para os aumentos das cota��es do produto negociado entre produtores e distribuidores. Por fim, as ofertas de duas variedades de mam�o acompanhadas pela Conab tiveram queda, tanto a formosa quanto a papaya, em decorr�ncia do frio e da entressafra. Com isso, os pre�os tiveram expressivos aumentos em sete dos 10 mercados atacadistas do pa�s.

Fora do or�amento da comida, n�o se trata tamb�m de tarefa f�cil ir ao consumo. Aperto financeiro e infla��o alta se incumbem de balan�ar a pretens�o de compra do consumidor. Pesquisa realizada pela Funda��o Ipead, vinculada � UFMG, mostrou que o �ndice de Confian�a do Consumidor de BH subiu, no m�s passado, para 36,52 pontos, frente a 35,37 no m�s anterior, mas isso n�o significa uma situa��o confort�vel como se poderia imaginar. A progressiva flexibiliza��o das atividades econ�micas na capital � coerente com o aumento da pretens�o de compra na capital, que avan�ou 5,49%. A percep��o positiva da infla��o aumentou 9,02%, seguida de outro componente do ICCBH, a situa��o financeira da fam�lia, que teve crescimento de 6,12%.

A despeito da melhora dos n�meros, a perspectiva pode n�o se confirmar, tendo em vista a tend�ncia de alta de diversos pre�os. A mesma pesquisa indicou dois componentes do ICCBH em campo negativo. S�o eles a situa��o econ�mica do pa�s (-3,58%) e o desemprego (-2,41%). Da lista de objetos de desejo, itens de vestu�rio e cal�ados representam 13,81% das inten��es de compra e lideram a inten��o das mulheres. Na segunda posi��o, aparecem m�veis, com 7,14% do total, e em terceiro lugar est�o ve�culos, que respondem por 6,67%, preferidos dos ideais de consumo dos homens.

O risco de calote � que mais preocupa. No Brasil, o primeiro semestre de 2021 terminou com 69,7% das fam�lias brasileiras endividadas, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimpl�ncia do Consumidor, realizada pela Confedera��o Nacional do Com�rcio de Bens, Servi�os e Turismo (CNC). O percentual aumentou 1,7% em junho, frente a maio, e 2,5% na compara��o com junho de 2020. Outra m� not�cia � que cresceu de 10,5% em maio para 10,8% em junho a propor��o de fam�lias que disseram n�o ter condi��es de pagar contas e d�vidas, ou seja, v�o continuar inadimplentes.

 

 

 

Levantamento feito pela Emater-MG estimou que as geadas de julho afetaram 16.622,7 hectares de cultivo de frutas em Minas, o que significa 28% do total dos pomares. O fen�meno tamb�m atingiu 13.942,5 hectares com plantio de hortali�as no estado, representando 25,9% da �rea plantada. Na floricultura, o gelo se formou sobre 13,1 hectares, correspondendo a 39,5% de extens�o da cultura.

 

 

Hoje e amanh�, os queijos artesanais produzidos na Serra da Canastra ter�o evento especial para lojistas de S�o Paulo, realizado em instala��es do Sebrae no Centro Hist�rico da capital paulista. Trata-se da primeira edi��o do “Canastra na Estrada” para divulgar o produto t�pico mineiro e a ampliar a sua comercializa��o.