
Estamos caminhando para o fim dos meios de pagamento? At� quando teremos que pagar em dinheiro ou cart�o para efetuar uma compra? Essas foram as principais quest�es que reuniram relevantes nomes do universo financeiro do Brasil e do Vale do Sil�cio, nesta semana, em S�o Paulo, durante o evento Exponential Finance Brazil (foto), realizado pela HSM e Singularity University .
Amin Toufani, fundador e presidente do est�dio T Labs, destacou que o desafio de empreendimentos na pr�xima d�cada � transformar o seu modelo de neg�cios baseado em produtos e servi�os para um de plataforma, quando a empresa � capaz de conectar diferentes pontos e ser ponte. Para exemplificar, comparou o Ain Financial, bra�o de servi�os financeiros da varejista chinesa Alibaba, criado h� 15 anos e que tem valor de mercado de US$ 155 bilh�es, com o Bank of America, fundado h� 95 anos, avaliado hoje em US$ 88 bilh�es.
Entusiasta das criptomoedas, Anne Conelly (foto), professora da Singularity no Centro de Pesquisa da Nasa Ames, mostrou como as pessoas, em todo o mundo, come�am a compreender o potencial da descentra liza��o e da remo��o da necessidade de intermedi�rios, seja financeira, seja mesmo quando o assunto � propriedade de identidade, especialmente por meio do blockchain – a tecnologia por tr�s do bitcoin. Ela acredita que criptomoedas como a libra, criada pelo Facebook, podem popularizar sistemas financeiros.

Luiz Antonio Sacco, diretor-geral da Ripple para a Am�rica do Sul, pontuou que uma tecnologia como o blockchain n�o rompe com as anteriores, mas sim se soma �s carteiras digitais, cart�es de cr�dito e d�bito, entre outras. Sacco acredita em um “sistema interoper�vel de pagamentos”. “� permitir que o dinheiro se mova pelo mundo da mesma forma que as informa��es”, destacou.
Segundo Will Weisman, outro integrante da Singularity, h� 2,7 bilh�es de pessoas no mundo sem acesso a servi�os financeiros. No Brasil, mais de 50 milh�es de pessoas n�o teriam conta banc�ria ativa. “A alta taxa de desbancarizados � uma oportunidade para novos modelos de neg�cios”, reiterou Reynaldo Gama, CEO da HSM. Nesse contexto, as fintechs, startups da �rea financeira, t�m, na opini�o dele, agilidade e capacidade para trabalhar em nichos, agilizando essa transforma��o do mercado, mais do que as tradicionais gigantes.
Se os servi�os financeiros forem “inteligentes”, conforme pontuou Cristiano Oliveira, n�o precisaremos mais pensar em pagamentos. O que, ali�s, j� come�a a ocorrer. Se voc� solicita um Uber pelo aplicativo, ao final da viagem n�o abre mais a carteira para pagar a corrida, nem pensa mais no dinheiro. O momento do pagamento foi deletado da mem�ria.
Empreendedor de sucesso
Tallis Gomes, de Carangola, filho de um policial militar e uma cabeleireira, come�ou a empreender aos 14 anos, quando criou uma esp�cie de cat�logo a partir das ofertas de aparelhos celulares dispon�veis � venda no site Mercado Livre, para ent�o compr�-los e revend�-los. Foi o primeiro de muitos empreendimentos, alguns que falharam, outros que deram muito certo. Ele � o criador do EasyT�xi, que chegou a 35 pa�ses e a ter 1,3 mil funcion�rios. Foi comprado por mais de R$ 1 bilh�o, quando ele ainda tinha 4% do neg�cio. Desde 2017 est� � frente da Singu, uma plataforma de venda de servi�os de beleza e bem-estar, onde o cliente baixa o aplicativo, solicita uma manicure, por exemplo, e ela vai at� a casa dele. O faturamento da empresa � de cerca de R$ 20 milh�es ao m�s.
''N�o enxergo o governo como o �nico transformador da sociedade. Quero ser lembrado por ser uma pessoa que entregou valor � sociedade''
.Tallis Gomes, criador dos aplicativos de transporte EasyT�xi e de servi�os de beleza em domic�lio Singu, durante o Empreenda Santander 2019

Tecnologia em sala de aula
Bruno Costa Candia, estudante do Instituto Nacional de Telecomunica��es (Inatel), de Santa Rita do Sapuca� (Sul de Minas), foi o vencedor na categoria Universit�rio Empreendedor do pr�mio Empreenda Santander 2019, que, neste ano, recebeu mais de 4,7 mil inscri��es. Ele � o criador do projeto Aurem, uma empresa de tecnologia assistiva que facilita a inclus�o de estudantes com problemas auditivos dentro das salas de aula. Por meio do uso de um microfone pelo professor, legendas s�o criadas automaticamente em diferentes dispositivos, como tela de proje��o, computador e telefone. “O lan�amento comercial ser� feito ainda neste ano e a minha expectativa agora � fazer parcerias com institui��es de ensino para levar a solu��o a outros lugares”, afirmou.