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O Brasil vive os opostos da realidade social e do pensamento econ�mico

O pa�s enfrenta problemas decorrentes da falta de conex�o das decis�es no campo das institui��es que t�m o poder econ�mico com a situa��o da sociedade, envolvendo condi��es sociais, meio ambiente e cultura


postado em 04/01/2020 04:00 / atualizado em 04/01/2020 10:10

A degradação do meio ambiente resulta do uso excessivo de recursos finitos como o solo e a água(foto: Mário Lúcio/Divulgação %u2013 31/7/15)
A degrada��o do meio ambiente resulta do uso excessivo de recursos finitos como o solo e a �gua (foto: M�rio L�cio/Divulga��o %u2013 31/7/15)
Lidamos com um pensamento econ�mico preso ao passado. O recorte que se costuma usar hoje pode ter sido apropriado no passado, mas n�o se adequa mais aos complexos desafios e demandas da atualidade. Outra forma de tentar enxergar esse “ponto cego” � por meio de uma analogia: antigamente, aprend�amos uma profiss�o e pass�vamos toda a vida ativa exercendo-a. Hoje, enfrentamos ambientes de r�pida mudan�a que cada vez mais exigem que nos reinventemos.

Essa � a avalia��o de Otto Scharmer, professor do Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, e autor do livro best-seller internacional Teoria U e tamb�m de Liderar a partir do futuro que emerge. Neste �ltimo, lan�ado no Brasil no ano passado pela editora Alta Books, Scharmer relaciona oito desconex�es que representam uma desassocia��o entre dois mundos – a estrutura da realidade social e a estrutura do pensamento econ�mico. E que bem se encaixa � realidade brasileira.

A economia financeira X a economia real
A grande maioria das transa��es cambiais s�o puramente especulativas, n�o passando de meras apostas, sem servir a qualquer finalidade social. Entre os resultados est�o bolhas financeiras que desestabilizam economias globais em vez de sustent�-las.
 
O imperativo do crescimento infinito X 
os recursos finitos do planeta 
A utiliza��o excessiva de recursos escassos como a �gua e o solo levou � perda de um ter�o da terra f�rtil do planeta no per�odo equivalente a cerca de uma gera��o.
 
 
Desigualdade social e de renda decorre de concentração cada vez mais intensa da riqueza(foto: Jair Amaral/D.A Press %u2013 8/7/19)
Desigualdade social e de renda decorre de concentra��o cada vez mais intensa da riqueza (foto: Jair Amaral/D.A Press %u2013 8/7/19)
“Os que t�m” X “os que n�o t�m”
Essa desconex�o levou a uma bolha de desigualdade extrema, na qual o 1% mais rico da popula��o mundial (adultos com renda superior a US$ 500 mil anuais) det�m 40% da riqueza do mundo, enquanto metade da popula��o mundial (50%) det�m apenas 1% de toda a riqueza pessoal do mundo. A polariza��o cada vez mais intensa da riqueza e da renda impede o acesso igualit�rio �s oportunidades, impondo severas restri��es aos direitos humanos b�sicos da sociedade.
 
A lideran�a institucional X as pessoas
 Resulta em um v�cuo de lideran�a que se revela na no��o cada vez mais popular de que estamos coletivamente criando resultados que ningu�m quer.

O Produto Interno Bruto (PIB) X o bem-estar
Se manifesta como uma bolha de consumo material que n�o promove o bem-estar real das pessoas. Pesquisas conduzidas em pa�ses desenvolvidos demonstram que, diferentemente da cren�a popular, um PIB maior e um maior consumo mate- rial n�o levam a um maior bem-estar.

A governan�a X os “sem voz”
 A desconex�o entre os mecanismos atuais de governan�a e as vozes dos marginalizados constitui um fracasso da pr�pria governan�a. Ela faz com que pessoas sejam afetadas por regimes que elas s�o completamente incapazes de influenciar ou mudar.

As formas de posse reais X 
a melhor utiliza��o social da propriedade
Resulta em uma bolha na qual o Estado e a propriedade privada, apesar de seus m�ritos, permitem a utiliza��o excessiva e a m� administra��o dos recursos comuns ecol�gicos e sociais em propor��es �picas.

A tecnologia X as necessidades sociais reais
Leva a bolhas tecnol�gicas que promovem o bem-estar de apenas alguns mercados j� atendidos em excesso. Por exem- plo, a maior parte dos gastos com pesquisa e desenvolvimento na ind�stria farmac�utica � voltada para mercados do topo da pir�mide socioecon�mica, enquanto grande parte ignora as necessidades da base da pir�mide.

� preciso se conectar ao futuro que emerge em vez de apenas reagir aos padr�es do passado, o que em geral s� leva � perpetua��o desses mesmos padr�es, pontua o professor Otto Scharmer. � imperativo aos l�deres da atualidade, e talvez o maior desafio �tico e econ�mico, fechar a lacuna entre a realidade ecossist�mica (que envolve contextos ambientais, sociais, pol�ticos e culturais que exigem uma atitude mental mais aberta) e a conscientiza��o egossist�mica (centrada no contexto dos tomadores de decis�o institucionais).

N�o adianta tentar enxergar o futuro, 2020 que seja, olhando pelo retrovisor. O Brasil que vivemos e testemunhamos funciona para poucos – o meu recorte aqui n�o � o de n�mero de eleitores do presidente Jair Bolsonaro, mas sim de lideran�as institucionais que acreditam que a alta da bolsa, a baixa dos juros e infla��o comportada est�o colocando o pa�s no “ca- minho certo”. Estamos fechados, sob “velha” dire��o. 
 

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