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Estado de Minas FORA DA CAIXA

Igualdade entre homens e mulheres no trabalho s� daqui a 257 anos?

O Brasil tem, segundo o relat�rio, de uma forma geral, uma das maiores desigualdades de g�nero na Am�rica Latina


postado em 07/03/2020 06:00 / atualizado em 09/03/2020 14:05

Nenhum de n�s ver� a paridade de g�nero no trabalho no mundo, nem provavelmente nossa pr�xima gera��o. Essa � a preocupante conclus�o do Relat�rio Global de Paridade de G�nero 2020 do F�rum Econ�mico Mundial, que revelou que a desigualdade s� acabaria daqui a 257 anos. Importante destacar que, no relat�rio do ano passado, a previs�o era de um per�odo menor, 202 anos.

Segundo o estudo, as mulheres est�o sub-representadas na maioria das profiss�es emergentes, com maior lacuna naquelas que exigem habilidades disruptivas, como computa��o em nuvem, engenharia e intelig�ncia artificial. Pior ainda � a constata��o de que, em 72 pa�ses, as mulheres ainda s�o impedidas de abrir contas banc�rias ou obter cr�dito.

O Brasil tem, segundo o relat�rio, de uma forma geral, uma das maiores desigualdades de g�nero na Am�rica Latina, ocupando o 22º lugar entre 25 pa�ses da regi�o. Mantido o ritmo atual, a desigualdade entre homens e mulheres vai demorar pelo menos 59 anos para desaparecer.

Ainda assim o Brasil entrou na lista dos 10 pa�ses com mais mulheres em cargos de lideran�a, segundo a 15ª edi��o da International Business Report (IBR) - Woman in Business 2019, realizado pela Grant Thornton. 

O Dia Internacional da Mulher, 8 de mar�o, n�o � dia de correr para um shopping e comprar flores e chocolates. � um dia de protestos! A ideia de uma celebra��o anual surgiu depois que o Partido Socialista da Am�rica organizou um Dia da Mulher, em 1909, em Nova York  – uma jornada de manifesta��o pela igualdade de direitos civis e em favor do voto feminino. D�cadas depois, a luta ainda se faz necess�ria.

Confira a seguir os depoimentos de duas reconhecidas lideran�as femininas no ecossistema de empreendedorismo digital e inova��o: M�nica Hauck, presidente (ou CEO, no jorg�o em ingl�s) da S�lides; e Beatriz Oliveira, gerente-geral da Eventbrite Am�rica Latina.

 
Mônica Hauck, presidente (ou CEO, no jorgão em inglês) da Sólides; e Beatriz Oliveira, gerente-geral da Eventbrite América Latina são duas lideranças reconhecidas no empreendedorismo digital e inovação(foto: Arquivo Pessoal)
M�nica Hauck, presidente (ou CEO, no jorg�o em ingl�s) da S�lides; e Beatriz Oliveira, gerente-geral da Eventbrite Am�rica Latina s�o duas lideran�as reconhecidas no empreendedorismo digital e inova��o (foto: Arquivo Pessoal)
 

M�nica Hauck,  CEO da S�lides

Ter mais mulheres na lideran�a mostra o quanto o pa�s est� avan�ando em rela��o � diversidade. Como CEO de uma empresa que desenvolve uma plataforma para gest�o de talentos, o meu papel � criar cada vez mais oportunidades para que elas sejam valorizadas e ganhem o destaque que merecem. 

Acontecem, �s vezes, coisas pequenas, aparentemente sem import�ncia, mas que revelam um inconsciente coletivo que precisa ser trabalhado. Por exemplo: algu�m citar que a minha firmeza naquele momento, ainda que na brincadeira, � fruto de TPM (Tens�o Pr�-Menstrual). Existem ainda as estat�sticas, estas conscientes, que mostram que empresas lideradas por mulheres recebem menos investimentos. A maioria dos boards de grandes empresas n�o tem representa��o feminina. E, infelizmente, a maioria das pessoas ainda se sente desconfort�vel ao ser liderada por mulheres. 
 
Por ser cofundadora da empresa, o desafio maior costuma ser no mercado, onde sempre h� mais homens como CEOs (presidentes das empresas) e nem todos est�o prontos para o novo tempo em que estamos vivendo. Na empresa, como somos especialistas em gest�o de talentos, sempre promovemos a diversidade. Al�m disso, o que nos ajuda, � o Profiler, ferramenta de gest�o comportamental. Ao mapear o perfil das colaboradoras, conseguimos descobrir mais de 50 informa��es sobre cada profissional e isso nos ajuda a identificar fatores motivacionais, pontos fortes, fatores de afastamento e estilo de lideran�a. Quando voc� sabe qual � o estilo de lideran�a e os fatores motivacionais de uma mulher, fica muito mais f�cil criar oportunidades para que ela se desenvolva. Na S�lides, 50% do quadro de funcion�rios � composto por mulheres, a come�ar do quadro societ�rio, passando pelos quadros de lideran�a. Buscamos a igualdade, o equil�brio. 

Fa�o parte de grupos de empreendedoras mulheres como o Winning Women da EY e o de mulheres da Endeavor. Nesses grupos, troco experi�ncias com as principais lideran�as femininas do pa�s. Ajudo e sou ajudada. Me sinto uma privilegiada, pois vejo que estamos participando de um momento hist�rico em que a participa��o feminina est� sendo redesenhada.

Beatriz Oliveira, gerente -geral da Eventbrite América Latina(foto: Arquivo Pessoal)
Beatriz Oliveira, gerente -geral da Eventbrite Am�rica Latina (foto: Arquivo Pessoal)

Beatriz Oliveira, gerente-geral  da Eventbrite Am�rica Latina 

N�o deveria existir um momento certo para falar sobre mulheres na lideran�a ou disparidade salarial entre homens e mulheres no mercado de trabalho – � um assunto que j� deveria ser natural e fazer parte do mundo corporativo. � importante falar disso sempre. � importante manter esses assuntos sempre em pauta para quebrar esses tabus e teorias e focar em falar muito mais de pessoas capazes liderar corpora��es, pessoas mais humanas, um verdadeiro l�der de pessoas, do que de fato, se � uma mulher, um homem ou sobre o g�nero em si. N�s precisamos falar de capacidade, n�o de g�nero.

A minha carreira foi constru�da em empresas de tecnologias que, no geral, j� s�o ambientes machistas. Por v�rias ocasi�es, vivenciei situa��es de brincadeiras sem gra�a, que tinham o objetivo de me deixar constrangida ou de alguma forma me desconcentrar ou atrapalhar a minha evolu��o no trabalho. E, hoje, com mais informa��o e espa�o para o assunto, entendo que era ass�dio. Hoje eu reagiria de outra forma. J� lidei com piadas, por exemplo "Vai l� que com o seu charme voc� consegue convencer o cliente" ou comportamentos sexistas, potencializando um atributo pejorativo e n�o intelectual e n�o sei dizer quantas vezes fui interrompida em reuni�es ou simplesmente ignorada.

O desgaste f�sico e emocional era enorme! Temos que nos preparar e nos esfor�ar muito mais para falar com precis�o, de forma mais clara e objetiva, ou perdemos, mais uma vez, a oportunidade. Inclusive, existe um aplicativo (o Woman Interrupted) que conta quantas vezes uma mulher � interrompida em uma reuni�o, existem estudos que mostram que quando uma mulher fala em uma reuni�o, ningu�m para e escuta, enquanto que quando um homem come�a a falar, todos prestam aten��o. E eu vivi muito isso. Naturalmente, aprendi a fazer as perguntas certas e estar superpreparada para as reuni�es. E essa � uma realidade de todas as “minorias” ou protagonistas de debates de diversidade (negros, homossexuais, imigrantes, pessoas com defici�ncia etc.). Queremos nosso lugar de direito n�o s� por cota, mas por compet�ncia e qualifica��o.

Trabalhando na Eventbrite eu nunca senti essa barreira, temos 48 funcion�rios no Brasil, e o time de lideran�a � composto por 6 pessoas, sendo 50% delas mulheres.



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