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Estado de Minas Comportamento

Por tr�s das apar�ncias

'A vida est� sempre nos pregando pe�as'


14/02/2021 04:00

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

 
Meu marido deixou a carteira cair no ch�o no Centro da cidade, na regi�o do Barro Preto, e quando se deu conta voltou na loja onde tinha feito a �ltima compra. O vendedor contou que muita gente viu quando um rapaz pegou uma carteira no ch�o e entrou correndo dentro de um carro que parou para lev�-lo.
 
Boletim de ocorr�ncia, cancelamento de cart�o, pouco dinheiro perdido, ou melhor, roubado, conclu�mos. O coitado do marido teve que ouvir de todo mundo que n�o se colocam valores no bolso de tr�s da cal�a e que � preciso tomar mais cuidado; afinal, moramos numa terra onde cada um s� quer furar o olho do outro.
 
Surpresa teve ele um dia depois ao receber o telefonema da gerente de uma das ag�ncias do banco onde � correntista dizendo que um de seus clientes estava de posse da carteira e desejava devolv�-la a quem era de direito. Conex�o feita entre os dois, l� foi meu marido ao encontro do benfeitor. Bairro distante do centro, simples, de casas e barracos pequenos ouviu do senhor toda a hist�ria.
O rapaz que vende a�a� na esquina de uma das ruas do Barro Preto, chamara um uber para ir embora para casa quando ouviu algu�m gritando: “oba, pega essa carteira a�, eu quero essa carteira pra mim”. Macaco veio que �, sabia que aquela carteira estava prestes a cair em m�os erradas e a pegou no ch�o, pensando que em algum momento conseguiria faze-la chegar �s m�os do distra�do que a perdera.
 
O motorista do uber, percebendo toda a manobra, fez a seguinte proposta: “Veja quanto tem a� de dinheiro e vamos dividir”. O vendedor de a�a� respondeu prontamente: “Claro que n�o. Primeiro porque o dinheiro tem dono e n�o sou eu nem voc�. Segundo porque estou pagando a corrida do uber e n�o tenho que te dar nem um centavo a mais”.
 
Chegando em casa, chamou o vidraceiro que mora no barraco da frente e perguntou o que eles poderiam fazer. Nessa hora, abriram a carteira atr�s de algo que pudesse identificar o dono. “O cart�o de cr�dito � do mesmo banco onde tenho conta”, disse o vidraceiro. Foi a� que a gerente entrou na hist�ria e o c�rculo se fechou.
 
Nem um dos dois benfeitores aceitou recompensa; afinal, acreditam que n�o � justo nem �tico fazer da honestidade um com�rcio. Do lado de c�, combinamos que agora vamos comer a�a� todas as vezes que formos ao Barro Preto ou redondezas. Afinal, isto sim � um com�rcio que merece ser estimulado.
 
A vida est� sempre nos pregando pe�as e adoro quando os finais das hist�rias me surpreendem por serem completamente diferentes daqueles que eu imaginava. Estamos t�o acostumados a ouvir e a contar casos que tiveram desfechos ruins que nos esquecemos de que nem tudo est� perdido e nem sempre as coisas s�o o que parecem.
Ainda bem!

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