Hasteamos uma grande bandeira do Brasil na porta de nossa casa em setembro de 2002 logo ap�s nos mudarmos, coincidentemente pouco depois de nossa sele��o conquistar o �ltimo t�tulo de uma Copa do Mundo. A ideia era prestigiar e homenagear nossa p�tria, ou seja, nada al�m de passarmos a mensagem de que ali morava uma fam�lia que se orgulhava de ser brasileira, o que n�o nos tornava melhor ou pior que os demais compatriotas ou n�o.
Naquele mesmo ano chegaram a nos perguntar se naquela casa vivia algum general ou portador de qualquer outra patente. Sinal de que nossa bandeira era posse de militares, pois era vista apenas em quart�is e reparti��es p�blicas, ou ainda esporadicamente nas escolas em datas comemorativas.
Havia tamb�m a ideia de que era propriedade do futebol, pois durante campeonatos internacionais todo mundo toma posse dela como acess�rio imprescind�vel e essencial para atingir a t�o sonhada sucess�o de vit�rias at� o erguimento da ta�a. cvv como se pud�ssemos nos reduzir a um time de futebol. Depois do furor das copas, ela cai em desuso ou vira algo cafona e sem utilidade.
N�o preciso dizer que durante todo o �ltimo per�odo eleitoral os que n�o conheciam nossa bandeira ou nunca a haviam reparado interpretaram que declar�vamos ali uma posi��o partid�ria, o que pra mim pouco importou. Afinal, somos todos "donos" daquele s�mbolo independente de nossa ideologia pol�tica. Ent�o pensem o que quiserem, interpretem o que bem entenderem.
Enfim, c� estamos em meio a mais uma copa do mundo e confesso que para mim at� agora n�o � o futebol o que mais tem me chamado a aten��o. Sempre gostei muito de torcer. De uma maneira geral, visto a camisa da sele��o al�m de acess�rios verde e amarelo, tendo chegado ao ponto de comprar uma coisa ou outra nestas duas cores nos intervalos entre uma e outra competi��o.
Sempre gostei de reunir os amigos do pr� ao p�s jogo, pois � quando conseguimos todos cruzeirenses, flamenguistas, atleticanos e corintianos defender a mesma bandeira. Por�m este ano estou mais interessada em saber que destino tomar�o as bra�adeiras dos capit�es de sele��es europeias que pregavam a valoriza��o de toda forma de amor.
Tor�o tamb�m para que saibamos aproveitar as discuss�es que est�o surgindo quanto aos direitos humanos escancarados atrav�s do desprezo � vida dos que classificamos como "atrasados". Por�m eles nos mostram o quanto temos que caminhar para evoluir como seres de fato humanos em rela��o aos direitos de todos n�s.