
Uma noite fomos jantar na casa de um casal que conhec�amos pouco, mas com o qual est�vamos nos encontrando com frequ�ncia. Depois de lavar as m�os ouvi a hist�ria do apartamento e de tudo o que envolveu a nova decora��o, a come�ar pelo lavabo.
Ali havia sido o local onde o marido morou durante anos com a primeira esposa e onde criaram seus filhos. Ele fizera quest�o de ficar com o im�vel depois da separa��o. J� ela escolheu outro bairro mais identificado com o estilo de vida que escolhera seguir.
A nova esposa concordou em morar ali, mas imp�s suas condi��es a come�ar pela reforma completa de todos os c�modos. N�o que os considerasse de mal gosto. O problema era que um dia haviam atendido aos desejos da outra.
Nos esquecemos que somos a soma de todas as experi�ncias que vivemos at� ontem e que “existe vida” independente de nossa exist�ncia. Ou seja, nossos parceiros foram felizes antes de nos encontrar e poder�o s�-lo se partirmos.
Fato � que uma odiava a outra simplesmente porque um dia esta ocupara o papel de esposa do homem que agora chamava de seu. O que me consola � saber que a vers�o oposta tamb�m existe.
H� quem fa�a quest�o de manter rela��es cordiais e at� de amizade com a ou o ex do marido ou esposa, assim como n�o espera ouvir apenas hist�rias depreciativas que os envolva.
Outro dia mesmo me encontrei com um casal assim. O fato de ver o marido falar bem da primeira esposa faz com que a atual o admire ainda mais. Afinal diz ela, algo entre eles n�o deu certo, mas saber reconhecer que eles souberam construir coisas positivas juntos faz de cada um deles algu�m capaz de ser especial. “Me resta aproveitar”, arrematou.