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Estado de Minas COLUNA

Governos sem p� no ch�o contribuem para o derretimento da economia

H� a� um alerta ao Brasil: n�o d� para o Banco Central querer tanto poder e n�o se achar parte da quest�o estrutural ou criativo para resolv�-la


14/02/2021 04:00 - atualizado 14/02/2021 08:02

(foto: Pixabay/Reprodução)
(foto: Pixabay/Reprodu��o)

“A bolha vai estourar no seu tempo devido, n�o importando o quanto o FED tente dar suporte a ela.” O alerta � do ingl�s Jeremy Grantham, gestor de ativos bilion�rios sediado em Boston, desafiando a psicologia de manada do mais otimista especulador das bolsas atuais.

Forte cr�tica ao Banco Central dos EUA, que levou os Bancos Centrais a elegerem o povo como o principal advers�rio da moeda, para proteger da depress�o os especuladores.

Ningu�m que come o bolo consegue ter o bolo. S� os benefici�rios da especula��o e os governos sem p� no ch�o, que a um custo social impag�vel contribuem para o derretimento da economia, o enfraquecimento da classe m�dia e aumento da pobreza.

Bolha, certamente tem. O pre�o das a��es est�, em geral, muito sobrevalorizado em rela��o ao que as empresas possuem/lucram e ao que podem possuir/lucrar no futuro.

O xis da quest�o � que algumas dessas empresas aventureiras apostam na crise (e o dinheiro barato � disposi��o) para aumentar sua participa��o de mercado. Para quem tem hist�ria, a sugest�o � cautela e persist�ncia.

Grantham lembra que, para a bolha estourar, a sobrevaloriza��o � necess�ria, mas n�o � suficiente. E ningu�m consegue prever quando estoura. Tem gente que acerta o ano, ou mesmo o que ocorrer� dentro de alguns anos (diz ele, por exemplo, que parou de investir no Jap�o, em 1987, prevendo o estouro de uma bolha que s� aconteceria em 1990).

H� muitos fatores inflando o pre�o de a��es. Entre eles, a oferta constante por parte dos Bancos Centrais (sobretudo o FED) de dinheiro barato para o sistema financeiro.

Muito desse dinheiro barato (juros baixos ou negativos) n�o est� indo para Forma��o Bruta de Capital F�sico – ferrovias, f�bricas, m�quinas, etc – ou investimento em educa��o/pesquisa, que s�o as duas �nicas coisas que geram crescimento de longo prazo.

Outro fator � a poupan�a extraordin�ria de uma faixa da popula��o, que est� consumindo menos por conta da pandemia. Um terceiro � consequ�ncia do fato de que, com juros baixos ou negativos na renda fixa, muitos investimentos conservadores – como planos de aposentadoria e gest�o de fortunas – ampliaram sua exposi��o a a��es.

A aposta de que a bolha ir� estourar vai contra a disposi��o do governo americano de seguir fazendo de tudo para n�o deixar ocorrer uma depress�o de origem financeira.

Dito isso, deixemos Jeremy em paz.

O afrouxamento quantitativo, que leva � emiss�o sem freio, patrocinado pelo FED desde 2008, salva a economia de ter uma crise profunda e incerta, mas gera distor��es que acirram a desigualdade.

� uma quest�o pol�tica com diversas sa�das econ�micas, mas centrada em avalia��es e decis�es sobre quais grupos na sociedade ganham e perdem poder com esse dinheiro que Bancos Centrais distribuem, assim ou assado.

Trump era obcecado com valores das a��es e �ndices da bolsa. Mas essa linha de tomada de decis�o vem desde a transi��o entre Bush e Obama e os acordos defendidos e implementados por Ben Bernanke, presidente do FED, em ambas as administra��es.

Dificilmente essa linha mudar� com Biden. Em especial, porque nos EUA todo mundo com influ�ncia (inclusive a classe m�dia) est� ligado � bolsa. L�, mais da metade das fam�lias tem alguma exposi��o direta ao mercado de a��es. A aposentadoria das pessoas est� em fundos de a��es. Seria um desastre muito custoso politicamente.

O que parece que Biden vai fazer � associar essa linha a outras estrat�gias que fa�am com que a economia real cres�a num novo patamar de qualidade. E consiga diminuir esse hiato entre o pre�o inflacionado das a��es e o valor que tem a ver com a economia real onde a outra metade das fam�lias ganha 100% a vida.

N�o necessariamente vai resolver o problema da bolha, mas deve criar investimentos em Forma��o Bruta de Capital e educa��o/pesquisa.

Vai dar certo? Ningu�m sabe. Mas aparenta ser uma estrat�gia melhor do que a que vinha desde 2008. Porque o mundo criado desde 2008, realmente, � uma bolha que s� n�o estoura porque segue sendo inflada.

O FED prefere transformar incerteza em risco em vez de se preocupar para onde vai o capitalismo.

Bernanke publicou, recentemente, que a desigualdade talvez n�o seja c�clica, mas, sim, estrutural e com tend�ncia de crescimento, eximindo o FED de responsabilidade.

H� a� um alerta ao Brasil: n�o d� para o Banco Central querer tanto poder e n�o se achar parte da quest�o estrutural ou criativo para resolv�-la. O problema � decidir “onde”, “como”, e “se” � interessante crescer a economia.

Economicamente, esses problemas s�o resolv�veis. Entretanto, � a pol�tica que tem o poder de fazer a mentalidade coletiva superar a mentalidade individual. Mas a pol�tica se desequilibrou em desfavor do coletivo. (Com Henrique Delgado)

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