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Estado de Minas COLUNA

O que podemos esperar de negativo e positivo para 2023?

N�o sabemos se teremos um ano de provimento e prosperidade ou se o mundo continuar� sua luta exagerada e sem ju�zo por distin��o e prerrogativa


22/05/2022 04:00 - atualizado 22/05/2022 08:36

Vladimir Putin
O presidente Putin tem desorganizado as rela��es pol�ticas internacionais com a guerra contra a Ucr�nia (foto: Mikhail Metzel/SPUTNIK/AFP)


O mundo n�o mudou muito nestes �ltimos dias e continua com seus problemas concentrados em tr�s polos e focos do desalinhamento geral.  A �sia, com a desacelera��o da China em fun��o das medidas de combate � COVID, provocando realinhamento estrat�gico das cadeias produtivas; a Europa, com a guerra particular de Putin desorganizando as rela��es pol�ticas internacionais; e nos EUA, com o FED, seu Banco Central, reagindo ao processo inflacion�rio no pa�s com repercuss�es mundiais inesperadas.

A China mant�m sua pol�tica sanit�ria de toler�ncia zero contra a COVID-19. O governo decidiu manter sua a��o de combate por bloqueio de cidades, agora com o claro objetivo de n�o sobrecarregar o sistema de sa�de em um pa�s de mais de um bilh�o de habitantes. O problema � que a variante Omicron � mais insidiosa e conseguiu “burlar” o programa impondo mais tempo de confinamento. O resultado tem sido um impacto maior na economia, com fortes reflexos nos n�veis de atividade que incorporam mais m�o de obra, como constru��o civil, contribuindo para o desemprego, que amea�a a estabilidade social interna.

Vale lembrar que os efeitos do programa de toler�ncia zero apenas anteciparam v�rios problemas que o gigante asi�tico vem enfrentando em virtude dos processos de maior controle da economia e das grandes empresas. Ao atingir setores fabris mais tradicionais e substituir por alta tecnologia, o governo limita o maior fator gerador de crescimento da economia das �ltimas d�cadas, quando o pa�s se constituiu numa esp�cie de entreposto do comercio global.

A China parece ter perdido o controle da parceria tradicional sino-americana, “voc� me d� seu produto que eu te dou meu capital”, que a fez, inteligentemente, a segunda economia do mundo e redireciona seu processo de desenvolvimento em um p�ssimo momento da crise sanit�ria que continua a castigar o pa�s.

A invas�o da Ucr�nia pela R�ssia produziu uma rea��o imediata de guerra econ�mica ocidental contra a hostilidade fantasiosa de Putin, saudoso do imp�rio sovi�tico, que j� se foi. As san��es do Ocidente impuseram um custo elevado � economia russa, mas o pa�s vem se adaptando a elas, ainda que a um n�vel mais baixo e paralisante.  As op��es, agora, ao refor�ar essas san��es, � gerar o contra-ataque russo, partindo para quebrar contratos de petr�leo e g�s, o que pode prejudicar os pa�ses da Europa mais dependentes desses produtos. Por outro lado, o aumento de aux�lio a Ucr�nia em armamentos busca ampliar o isolamento do governo Putin.

Para os pa�ses em desenvolvimento j� s�o observados problemas graves em alimentos e fertilizantes, gerando consequ�ncias sociais terr�veis, em especial no mundo subdesenvolvido, que sente a fome amea�ar a vida dos mais pobres.

Nos EUA, embora n�o se possa falar de recess�o, h� cada vez mais clareza sobre o componente da infla��o, por conta dos est�mulos fiscais e monet�rios. O FED continua “t�mido” e ainda n�o fez o ajuste necess�rio, mas analistas e mercados parecem pouco preocupados com as consequ�ncias. No cada um por si que come�a a predominar, os juros de mercado sinalizam que os agentes econ�micos est�o se antecipando com um ajuste mais significativo, colocando de sobreaviso a sociedade para o aperto geral que se anuncia.

Em tal confus�o de par�metros e desarmonia, duas for�as antag�nicas se manifestam no mercado das commodities, t�o importantes para pa�ses como o Brasil. Se por um lado a invas�o russa joga o pre�o para cima, por outro a desacelera��o global puxa o pre�o para baixo. O processo de substitui��o dos n�veis e da qualidade do consumo por parte da popula��o j� � um fen�meno mundial e pode produzir uma desacelera��o atingindo a economia como um todo.

A infla��o alta no Brasil arma a bomba fiscal quando gera um superavit “ilus�rio”, aumenta a arrecada��o artificialmente, suficiente para liberar o governo para gastar mais com eleitores, deixando para o ano que vem o panorama fiscal cobrar seu pre�o.

Todavia, h� uma contradi��o que pode nos favorecer e suspender a perda do interesse estrat�gico pela Am�rica Latina por parte do grande capital. Em virtude do rearranjo das cadeias globais do comercio mundial, temos tudo para ser receptor de FDI, Investimento Direto Estrangeiro, monopolizado nas �ltimas d�cadas pela �sia, especialmente China, conforme livro de Henrique Delgado, O Papel do FDI, Mudan�a Econ�mica por meio da Integra��o Econ�mica Internacional:  o caso Brasil e China.

O ano de 2023 vem a� como um enigma. Se teremos um ano de provimento e prosperidade ou se o mundo continuar� sua luta exagerada e sem ju�zo por distin��o e prerrogativa. (Com Henrique Delgado)

PAULO DELGADO, Soci�logo

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