
Na l�ngua portuguesa, a folia � festejo, folguedo, at� baderna pode ser. Tamb�m � confus�o, briga ou folgan�a, no dizer antigo do Padre Jos� de Anchieta, em suas “Cartas”, ao se referir aos nossos primeiros patr�cios, as “folgan�as” dos nativos...Pois quase nada mudou por aqui. Estamos em tempos de folgan�a permanente – seja a do Carnaval, a festa mais esperada por milh�es de n�s, brasileiros, seja a festa fiscal da Uni�o federal e de seus entes federados – Estados, Munic�pios e DF, que n�o tem data pra acabar.
Haja festa. E sem data marcada no calend�rio do Congresso ou das Casas legislativas, a esb�rnia dos or�amentos desequilibrados � uma constante. E como toda bagun�a, se esparrama sobre os financiadores da festa, sempre os mesmos, sempre os contribuintes, cuja fantasia permanente no carnaval fiscal � a de palha�o, com direito a bola vermelha presa no nariz e maquiagem tipo Coringa, o personagem ganhador do �ltimo Oscar de melhor ator, por representar t�o bem a risada que � puro �dio, destilado e recalcado por tantas injusti�as sofridas.
Haja festa. E sem data marcada no calend�rio do Congresso ou das Casas legislativas, a esb�rnia dos or�amentos desequilibrados � uma constante. E como toda bagun�a, se esparrama sobre os financiadores da festa, sempre os mesmos, sempre os contribuintes, cuja fantasia permanente no carnaval fiscal � a de palha�o, com direito a bola vermelha presa no nariz e maquiagem tipo Coringa, o personagem ganhador do �ltimo Oscar de melhor ator, por representar t�o bem a risada que � puro �dio, destilado e recalcado por tantas injusti�as sofridas.
N�o me deterei em n�meros enfadonhos. � carnaval. O bloco em que gostaria de brincar neste s�bado � o Insanidade, que costumava abrir a folia em Tiradentes. Que insanidade viver num pa�s que recusa tratamento mental, cuja doen�a fiscal domina o corpo econ�mico e o consome de modo t�o vil e miser�vel. Quanto potencial de crescimento e de enriquecimento popular � jogado rio abaixo. Isso sim, � pura folia, “maluquez” na express�o j� imortal do nosso Maluco Beleza, Raul Seixas.
Olhando os n�meros da d�cada que se encerra sombriamente neste 2020, o certeiro colega economista Carlos Alberto Teixeira, patrim�nio humano de Minas, constata que conseguiremos fazer na economia o quase imposs�vel: crescer, na d�cada inteira, apenas 0,8% anuais de pura folia, t�o-somente metade do que na “d�cada perdida” (1,6%) de Figueiredo, Sarney e Collor. Pode isso? Claro que sim. Basta caprichar na extra��o das rendas de quem trabalha em benef�cio daqueles protegidos pelo paterno manto da legalidade fabricada nas Assembleias, pelos supostos representantes dos espoliados.
Olhando os n�meros da d�cada que se encerra sombriamente neste 2020, o certeiro colega economista Carlos Alberto Teixeira, patrim�nio humano de Minas, constata que conseguiremos fazer na economia o quase imposs�vel: crescer, na d�cada inteira, apenas 0,8% anuais de pura folia, t�o-somente metade do que na “d�cada perdida” (1,6%) de Figueiredo, Sarney e Collor. Pode isso? Claro que sim. Basta caprichar na extra��o das rendas de quem trabalha em benef�cio daqueles protegidos pelo paterno manto da legalidade fabricada nas Assembleias, pelos supostos representantes dos espoliados.
Novas folias j� come�aram este ano. Todos os protegidos pelas verbas p�blicas protestam e com raz�o. Fosse eu um benefici�rio de remunera��o garantida pelo Estado, tamb�m protestaria reposi��o integral da infla��o e ganhos de minha produtividade te�rica. Aux�lios de toda natureza, eu tamb�m iria querer para mim. E equipara��o aos maiores reajustes da categoria, na compara��o entre todos os entes da pr�diga Federa��o brasileira.
Se a conta fiscal n�o fechar – como � o caso de Minas, alquebrada como est� – o problema ser� do governador que, na sua folia particular, resolveu encarar o desafio de devolver racionalidade e senso de espera �s justas reivindica��es de seus funcion�rios. Repito: a grande maioria das reivindica��es acontecendo hoje na maioria dos estados brasileiros � mais do que compreens�vel. O �nico sujeito que permanece mudo na gritaria � o palha�o. Este n�o fala nada; e se falar, apanha. � o Coringa. O contribuinte � o insano.
Se a conta fiscal n�o fechar – como � o caso de Minas, alquebrada como est� – o problema ser� do governador que, na sua folia particular, resolveu encarar o desafio de devolver racionalidade e senso de espera �s justas reivindica��es de seus funcion�rios. Repito: a grande maioria das reivindica��es acontecendo hoje na maioria dos estados brasileiros � mais do que compreens�vel. O �nico sujeito que permanece mudo na gritaria � o palha�o. Este n�o fala nada; e se falar, apanha. � o Coringa. O contribuinte � o insano.
Alguns estados, � verdade, n�o querem passar da imprud�ncia � insana folia. Caso do Paran�, por exemplo, cujo governador – Carlos Massa (Ratinho Jr) – se recusa a cair na folia, queimando a pr�pria largada, sendo generoso demais no atendimento das demandas das corpora��es p�blicas para, logo depois, jogar o Estado num retrocesso, triste situa��o vivida pelas economias de Minas ou do vizinho Rio Grande do Sul. N�o passar da imprud�ncia � folia � tamb�m o veto do secret�rio da Fazenda paranaense, Ren� Garcia. Em compensa��o, o Paran� � onde a temperan�a fiscal tem sido premiada pelo maior crescimento industrial, agr�cola e da massa empregada. L� a folia fiscal n�o come solta porque a pr�pria sociedade j� resolveu que n�o sair� vestida de palha�o no carnaval tribut�rio.
Boa festa para todos!
*Paulo Rabello � especialista em equil�brio fiscal federativo e confia numa sa�da para Minas