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Estado de Minas

O alto pre�o que o pa�s pagar� pelas escolhas erradas do governo Bolsonaro

A infla��o ganhar� mais alguns pontos, os juros correndo atr�s, enquanto a recupera��o da economia e a gera��o de novos empregos definhar�o


14/08/2021 04:00

Governo Bolsonaro foi escolhendo caminhos sem saída e, assim, perdeu seus melhores colaboradores(foto: EVARISTO SÁ/AFP)
Governo Bolsonaro foi escolhendo caminhos sem sa�da e, assim, perdeu seus melhores colaboradores (foto: EVARISTO S�/AFP)

 

Est� no texto sagrado �xodo 20:5: “...sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, at� a terceira e quarta gera��o daqueles que me odeiam”. Esta �, sem d�vida, uma das passagens intrigantes da B�blia. Mois�s n�o prev� que os filhos tenham que pagar pela maldade dos pais. Mas constata uma realidade dolorosa, a de que nem Deus d� conta de impedir que a iniquidade de uns arrase o futuro de seus pr�ximos. A “impot�ncia divina” contra a iniquidade – aquele tipo de erro portentoso, capaz de causar grande mal – nos alerta sobre o alto pre�o das m�s escolhas.

 

O ambiente brasileiro nos invoca a atualidade do alerta mosaico. Vivemos um tempo propenso � adora��o de bezerros de ouro. Nossa gera��o cava um buraco de tamanho tal que poder� comprometer o destino das pr�ximas, nossos filhos e netos “at� a quarta gera��o”. Nossos bezerros de ouro s�o, hoje, as cren�as baseadas em falsas solu��es e caminhos sem sa�da, clicados em redes sociais por l�deres pol�ticos inescrupulosos, dispostos a qualquer maldade para se perpetuarem no usufruto do poder. E n�o s�o poucos.

 

Colecionamos iniquidades, seja por ignor�ncia dos l�deres, seja por pura perversidade deles. A pandemia nos traz uma li��o amarga: bilh�es e bilh�es desperdi�ados no falso combate ao v�rus e sua dissemina��o. N�o s� por superfaturamentos generalizados. Tamb�m por desvios de verbas de suas finalidades espec�ficas. Os leitos de enfermaria e de UTI do pa�s tiveram aumento desprez�vel, frente aos bilh�es supostamente gastos no SUS. O chamado “or�amento de guerra”, aprovado em 2020, pelo Congresso, sem a m�nima previs�o de controle de gastos, gerou uma pandemia de dinheiros jogados fora, inclusive nos aux�lios emergenciais concedidos a rodo, at� para quem de nada precisava.

 

Mais grave tem sido a repercuss�o da gastan�a de ontem sobre a curva da infla��o de hoje. A explos�o do gasto p�blico, n�o compensada a tempo pelo inerte Banco Central, gerou uma infla��o que retorna ao pior per�odo de Dilma Rousseff. As tardias provid�ncias de aumento de juros para frear a desarruma��o da economia mostram como ficar� caro para a sociedade brasileira a conta da m� reg�ncia das vari�veis econ�micas. O governo Bolsonaro come�ou incontrast�vel, com a faca e o queijo na m�o. Mas foi escolhendo caminhos sem sa�da e, assim, perdeu seus melhores colaboradores.

 

O guia da caminhada revelou-se um cego vagando pelo vasto deserto. A est�ril tentativa de enviar peda�os de reforma tribut�ria para exame no Congresso - como ainda no recente epis�dio da suposta “reforma” do Imposto de Renda, texto j� retalhado e destro�ado pelo relator na C�mara – revela o grau de absoluto despreparo de uma equipe conduzida ao poder pelo bezerro de ouro da mensagem bolsonarista, ao prometer nos livrar da “sanha comunista” e conduzir o pa�s, finalmente, ao o�sis liberal. Quanta decep��o.

 

O desastre da travessia desse deserto de intelig�ncias, usando a b�ssola quebrada de um personagem caricato de s�rie Netflix, nos empurrou, literalmente, ao impasse da �ltima gota d’�gua no cantil. Ningu�m, neste b�blico governo, conseguiu agir para prever e conter o dano do esgotamento dos reservat�rios h�dricos. Chegamos, neste agosto, a um n�vel �nfimo de reserva de �gua para consumo humano, industrial e para gerar energia. As consequ�ncias da iniquidade dos nossos gestores em Bras�lia ser�o de propor��es b�blicas. A infla��o ganhar� mais alguns pontos, os juros correndo atr�s, enquanto a recupera��o da economia e a gera��o de novos empregos definhar�o.

 

A in�qua gest�o do pa�s, agravada pela criminosa manipula��o da pandemia, agora at� com a amea�a de o governo n�o honrar suas d�vidas em precat�rios, agindo como um caloteiro qualquer, p�e no colo dos brasileiros o desafio de arcar com as consequ�ncias do grande desastre por mais alguns anos, sen�o gera��es.

 

Ainda d� tempo. Sempre h� caminho certo. Mas a condi��o para nossa reden��o, em 2023, exigir� firme repulsa dos eleitores � adora��o dos bezerros de ouro da pol�tica brasileira. J� desconfiamos quem s�o esses dois bezerr�es. Por enquanto, contudo, percorreremos um descaminho contra o qual nem Deus � rem�dio.

 

(*) Paulo Rabello contribui quinzenalmente para essa coluna

 

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